Empresa de Barcelona criou tênis vegano feito com garrafas PET recicladas

A empresa espanhola DUUO é conhecida por representar o estilo de vida cosmopolita e culturalmente ativo da cidade de Barcelona, com calçados feitos à base de couro para homens, mulheres e crianças. No entanto, agora a marca está investindo na produção de tênis veganos, que utilizam garrafas PET recicladas como matéria-prima. A campanha de financiamento coletivo do primeiro modelo sem nenhum material de origem animal está em andamento no site Kickstarter e já atingiu quase 150% do valor mínimo estipulado para sua realização.

Faltando 10 dias para o fim da campanha, a DUUO já arrecadou quase 29 mil euros (equivalente a mais de 125 mil reais). A meta inicial era de 20 mil euros (ou 87 mil reais, aproximadamente) e, até o momento, 346 apoiaram o projeto. Os calçados são unissex e podem ser encomendados, via Kickstarter, a 59 euros (261 reais). O valor da campanha corresponde a 60% do valor a ser oferecido no varejo, que será de 99 euros (438 reais). Os tênis serão enviados para todo o mundo a partir de novembro deste ano.

Transição

A campanha do novo tênis vegano marca a transição da DUUO, que pretende abandonar completamente o uso do couro como matéria-prima e se dedicar exclusivamente aos modelos à base de garrafas PET recicladas. “Percebemos os problemas causados aos animais, pessoas e ao planeta por esse tipo de produção e é por isso que estamos apresentando nosso primeiro modelo 100% vegano. […] Nos comprometemos a utilizar materiais e técnicas de produção mais sustentáveis, éticos e empáticos, promovendo, simultaneamente, o consumo responsável”, defende a empresa no texto da campanha.

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Canudinhos, cotonetes e misturadores de plástico serão banidos na Inglaterra

O Governo da Inglaterra vai proibir a venda e o uso de canudinhos, cotonetes e misturadores de bebidas feitos de plástico a partir de abril do ano que vem. Segundo o jornal The Guardian, a mudança já está em andamento há mais de um ano e espera-se que a medida seja de grande contribuição para reduzir os impactos ambientais causados pelo uso anual de cerca de 5 bilhões de canudos, 300 metros de misturadores e 2 bilhões de cotonetes no país.

Uma parte considerável desses itens são, inclusive, despejados em vasos sanitários ou acabam nos canais de água por todo o Reino Unido, colocando em risco a vida selvagem. As principais alternativas ao uso do plástico são: servir bebidas sem os canudinhos ou misturadores; ou, então, usar esses produtos feitos de papel ou outras opções biodegradáveis.

Exceções

As exceções à nova regra serão as pessoas que tenham necessidades médicas ou deficiências, cujos canudos e outros materiais interfiram diretamente em sua qualidade de vida. Para elas, os produtos estarão disponíveis mediante solicitação. Farmácias registradas terão permissão para vender os canudos de plástico no balcão ou via internet. Restaurantes, bares e outros estabelecimentos de alimentação, no entanto, não poderão exibi-los ou fornecê-los automaticamente.

O Secretário do Meio Ambiente, Michael Gove, afirmou ao jornal que “é necessária uma ação urgente e decisiva para combater a poluição do plástico. Esses itens costumam ser usados ​​por apenas alguns minutos, mas levam centenas de anos para serem quebrados [pela natureza]”.

Ativismo

Ativistas ambientais receberam bem a iniciativa do governo britânico. Hugo Tagholm, da ONG Surfers Against Sewage (ou Surfistas Contra o Esgoto) se manifestou dizendo que “parar a produção e distribuição dessas ameaças de plástico de uso único os impedirá de poluir as praias em todo o país. É um passo muito positivo e corajoso na direção certa contra a poluição por plásticos”.

Para Emma Priestland, da ONG Friends of the Earth (ou Amigos da Terra), no entanto, esses itens são apenas parte do problema de plástico na Inglaterra e no mundo. “Esses três itens são apenas uma fração dos males de uso único que são usados por um pequeno período antes de poluir o meio ambiente por séculos”, disse ao Guardian.

“Em última análise, precisamos que os produtores assumam a responsabilidade pela poluição causada por todos os seus produtos, sejam eles bolsas, balões, pacotes, contêineres ou outros. É por isso que estamos fazendo campanha por uma legislação que reduza o uso de plástico sem sentido de uma vez por todas”, finalizou.

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Startup de biotecnologia lança empreendimento para desenvolver proteínas capazes de substituir a carne

A startup de biotecnologia Ginkgo Bioworks acaba de lançar um novo empreendimento, a Motif Ingredients, para escalar a indústria de alimentos de origem vegetal (ou plant-based). Inspirada no sucesso do Impossible Burger (um hambúrguer vegano bastante parecido com o tradicional), a empresa vai ajudar empresas do ramo alimentício – grandes ou pequenas – a encontrarem tendências do mercado de comida produzida em laboratório, criando os ingredientes proteicos essenciais por meio de biotecnologia e fermentação.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=QB-90-LEPZ4

Recentemente, a Motif conseguiu atrair investidores bilionários em sua Série A de financiamento, arrecadando 90 milhões de dólares. Um dos principais nomes envolvidos é a entidade de investimentos Breakthrough Energy Ventures, liderada por Bill Gates e que inclui nomes como Jeff Bezos, Michael Bloomberg, Richard Branson e Jack Ma. Gates explicou suas motivações para investir em startups do ramo alimentício em 2013, em seu blog.

“Criar gado exige muito terreno e água e tem um impacto ambiental substancial. […] Simplificando, não há como produzir carne suficiente para 9 bilhões de pessoas. No entanto, não podemos pedir a todos que se tornem vegetarianos. É por isso que precisamos de mais opções para produzir carne sem esgotar nossos recursos”, escreveu Gates.

O CEO da Motif é Jonathan McIntyre, que já chefiou os departamentos de pesquisa e desenvolvimento da PepsiCo. “Sustentabilidade e nutrição acessível estão entre os maiores desafios enfrentados pela indústria de alimentos hoje em dia”, afirmou o executivo em comunicado. A Ginkgo Bioworks é liderada por Jason Kelly, que possui um PhD em Engenharia Biológica pelo MIT.

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Marca parisiense lança tênis vegano feito de algodão

Quando o assunto é tênis, o couro é um dos materiais mais usados ao redor do mundo. Resistência, conforto e estilo são alguns dos fatores que contribuem para o uso da matéria-prima na indústria da moda. No entanto, o impacto ambiental causado pela pecuária, emissão de gases tóxicos dos curtumes e poluentes que contaminam a água durante o tingimento, têm levado muitas marcas a buscarem alternativas mais eco-friendly.

E foi isso o que a Veja, com base em Paris, fez. Na semana passada, a empresa lançou o Campo, um modelo de tênis que parece de couro, mas é feito de algodão. Fundada por Sébastien Kopp e François-Ghislain Morillion, em 2004, a marca de calçados demorou cinco anos para desenvolver o novo projeto, que faz parceria direta com produtores de algodão orgânico do Brasil e do Peru e seringueiros da Amazônia. Assim, todas as partes do tênis são de procedência ética.

Para os empreendedores, o objetivo era criar uma alternativa ao couro que não fosse feita de plástico, como muitas opções veganas do mercado. “Substituir couro com plástico não soa como uma boa solução para a gente”, disse Kopp à Fast Company. O Campo é feito de lona e encerado com um composto feito a partir de resíduos do milho. Segundo a publicação, o sapato é inteiramente feito de materiais limpos ou bio-baseados, mas sua semelhança ao couro é notória.

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Painéis solares de 2 mil dólares podem ser a solução para a crise global da água

A crise da água potável é global e atinge pessoas tanto em comunidades remotas quanto nas grandes cidades. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2 bilhões de pessoas vivem sem uma fonte segura de água em suas casas, o que provoca problemas de saúde e resulta em baixa prosperidade econômica. Diante desse cenário, investidores bilionários e startups de tecnologia buscam soluções e oportunidades de se envolverem mais diretamente com o problema.

Em setembro, Bill Gates (Microsoft) e Jeff Bezos (Amazon) lideraram o fundo de investimento de 1 bilhão de dólares que está financiando os esforços da startup Zero Mass Water, que desenvolve painéis solares que, literalmente, “puxam” água potável do ar. As matrizes do painel, batizado de Source, usa a luz do sol para captar a água contida no vapor de ar. Esse vapor é, então, esterilizado, transformado em líquido e armazenado em um reservatório conectado à torneira da casa.

O Source tem um custo de 2 mil dólares (mais cerca de 500 dólares para a instalação) e pode produzir de 2 a 5 litros de água por dia. Ou seja, o equivalente a 10 garrafinhas de 500 ml. Desde o seu lançamento, em 2015, a Zero Mass Water já instalou seus painéis em 18 países, atendendo desde um orfanato no Líbano até mansões milionárias da Califórnia. O produto pode ser adquirido online, mas a empresa também trabalha com desenvolvedores, governos locais e organizações sem fins lucrativos.

Segurança e qualidade

Na semana passada, a startup lançou um novo sensor que permite a seus clientes monitorar a qualidade e a segurança da água que estão bebendo. “Com água, nós apenas olhamos para ela e, se é aproximadamente clara, bebemos. […] As pessoas estão tentando achar aquele próximo nível de segurança”, afirmou Cody Friesen, cientista material e CEO da Zero Mass Water, à Business Insider. Os dados colhidos pelo sensor são agregados diariamente no aplicativo da empresa.

Segundo o empresário, o painel não é uma solução simples, como um filtro de balcão, pois, enquanto esses produtos melhoram o sabor da água, não são eficientes em remover toxinas como chumbo e arsênico. Além disso, os painéis Source têm uma vida útil de, aproximadamente, 20 anos. Por todos esses motivos, Friesen acredita que a tecnologia de sua empresa terá um papel fundamental na solução para a crise global da água.

“Imagine se você pudesse aperfeiçoar a água em qualquer lugar do mundo, sem infraestrutura, no mais seco dos desertos e na mais úmida das florestas. […] Com [nossos] sensores, estamos prestes a fechar o ciclo em saber que a água está boa”, concluiu.

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Primeira moto elétrica da Harley-Davidson já pode ser encomendada nos EUA

A montadora Harley-Davidson se prepara para o lançamento de sua primeira moto elétrica. Durante a Consumer Electronics Show (CES) — uma das maiores feiras de tecnologia do mundo —, que se encerra hoje, em Las Vegas, a empresa anunciou o preço e começou a receber encomendas para a LiveWire. O protótipo do veículo foi anunciado em junho de 2014 e deve chegar às concessionárias dos Estados Unidos em agosto deste ano.

O jornalista Chris Morris, da Fortune, foi convidado pela montadora para experimentar uma simulação da nova motocicleta e contou que, embora a aparência seja distinta dos modelos tradicionais da marca (com motores de combustão interna), a LiveWire é sólida e se molda rapidamente ao seu corpo. No entanto, as semelhanças terminam por aí.

“Em vez do ruído barulhento tão familiar aos pilotos de Harley, a LiveWire dá partida silenciosamente. E no lugar do ronco estrondoso e tremido que, para muitas pessoas, anda de mãos dadas com a Harley-Davidson, a LiveWire emite um som mais agudo quando acelerada”, escreveu.

O jornalista explica que essas diferenças imediatas podem desanimar um pouco os consumidores, pois o modelo representa uma mudança dramática para a empresa e seus pilotos. Mas a essência da Harley-Davidson continua presente.

De acordo com a empresa, a LiveWire vai de 0 a 60 mph (milhas por hora), ou 96 km/h, em 3.5 segundos. E, diferente das Harleys tradicionais, não requer o uso da embreagem ou mudança de marcha manual. Além disso, ela tem um centro de gravidade mais baixo e suspensão ajustável, sendo mais atrativa para pilotos iniciantes.

“Ela foi criada para entrarmos em um novo segmento, com novos consumidores, particularmente no ambiente urbano para o qual ela foi construída. […] Estamos tentando fomentar uma nova geração de pilotos, por isso é uma moto muito fácil de pilotar”, disse a diretora de marketing Heather Malenshek.

A LiveWire deve chegar à velocidade de 110 mph, ou 177 km/h, e espera-se que uma carga tenha o alcance de 177 quilômetros. O preço inicial anunciado na CES 2019 é de $29.799 dólares (bem maior que os modelos tradicionais, que começam entre $7.500 e $8.000). A Harley-Davidson anunciou, também, que a moto elétrica estará disponível em outros países, mas o lançamento internacional ainda não tem data definida.

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Startup norueguesa de sapatos ecologicamente corretos prepara primeiro envio para fevereiro

Está agendado para fevereiro o envio da primeira remessa de sapatos da New Movements para seus clientes. A empresa cria e fabrica calçados utilizando materiais de fontes éticas, buscando colocar no mercado um produto durável, esteticamente agradável e provido de consciência ambiental. A marca, criada por Martin Evensen — que vem de uma família de sapateiros —, deu os primeiros passos com uma campanha no site de financiamento coletivo Indiegogo, arrecadando quase $ 65.000,00 dólares e atingindo 344% da meta inicial.

Evensen afirmou à FastCompany que o financiamento coletivo foi importante para o desenvolvimento do produto e seu posicionamento no mercado por ajudar a construir, ao redor da marca, uma comunidade de consumidores que se preocupam com o impacto ambiental gerado pelas peças que usam. Isso porque os sapatos da New Movements são feitos com materiais que destoam dos utilizados na produção em massa.

Matérias-primas éticas

Em vez do crômio — um produto químico tóxico —, a startup utiliza óleo vegetal natural para tingir o couro que compõe o corpo do calçado. O empresário afirmou estar consciente do impacto que o uso do couro, que requer a prática da agricultura animal, tem no meio ambiente, mas espera que a alta qualidade e a durabilidade agregada ao material após o banho de óleo vegetal diminuam a necessidade de substituição dos pares por outros novos.

Nas demais partes do sapato, são usados somente materiais recicláveis. Para as solas, a marca desenvolveu uma combinação de pneus de carros reaproveitados e solas de outros sapatos. E os cadarços são fabricados com uma fibra feita de garrafas plásticas. Além disso, os tênis são costurados ou montados com uma cola sem produtos químicos. A New Movements optou, ainda, por trabalhar com indústrias onde os operários são tratados de maneira ética, fechando negócio com fábricas de médio porte em Portugal.

Brasil

Por aqui, iniciativas semelhantes também começam a ganhar tração entre os consumidores, como a Insecta Shoes, que é uma marca de sapatos e acessórios veganos e ecológicos. Visando causar impacto visual, social e ambiental, a startup brasileira utiliza como matérias-primas algodão e garrafas PET reciclados, borracha reaproveitada, peças de roupas usadas, tecidos de reuso e resíduos da indústria têxtil. Segundo o site da marca, em um ano foram reaproveitados mais de 2.120 quilos de borracha.

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Startups e pesquisadores apostam em carnes criadas em laboratório

O consumo de carne é uma demanda crescente e um dos fatores que interferem diretamente no impacto ambiental causado pelo mundo moderno. Para tentar reverter esse cenário, algumas startups e pesquisadores investem na criação de carnes e produtos derivados em laboratório, a partir de culturas de células animais. Em recente episódio da série Moving Upstream, do The Wall Street Journal, o jornalista Jason Bellini experimentou o primeiro bife criado a partir de células, por uma startup de Israel.

Enquanto algumas empresas focam em desenvolver o sabor da carne e do frango em produtos processados como hambúrgueres e empanados, como a JUST, na Califórnia, a Aleph Farms, situada em Tel Aviv, afirma ter criado a estrutura de um bife na placa de Petri – o que permite ao consumidor a sensação de morder um bife convencional.

A empresa israelense é uma entre várias no mundo que estão na corrida para produzir carne em laboratório. “Em teoria, estamos falando que você poderia comer bisão sem matar o bisão. Você poderia comer baleia sem prejudicar baleias”, diz Jan Dutkiewicz, que é pesquisador na Universidade Johns Hopkins.

Nos Estados Unidos, a avaliação sanitária e regulatória das carnes produzidas em laboratório está em curso e ainda não foi confirmado se elas são seguras para o consumo, ou se podem, de fato, ser chamadas de “carne”. Para Kevin Kester, presidente da National Cattlemen’s Beef Association (ou Associação Nacional de Pecuaristas, em tradução livre), trata-se de uma “falsa carne”. “Nós queremos garantir que teremos um terreno justo em marketing e inspeção de segurança”, afirmou ao jornalista, corroborando a ideia de que a carne “precisa realmente vir de um animal”.

Enquanto startups do ramo afirmam que a carne de laboratório pode ser produzida com uma fração dos danos ambientais da pecuária em larga escala, nesse estágio inicial de desenvolvimento, a produção ainda é muito mais cara que a carne que vem diretamente do animal.

No entanto, para Dutkiewicz, “[…] a demanda por carne é completamente insustentável. As terras aráveis estão acabando e temos um problema sério de mudanças climáticas. […] Se agricultura celular cumprir sua promessa – o que ainda não sabemos se é possível – poderemos caminhar para algo parecido com a ‘era da obsolescência animal’”, concluiu.

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Indústria de bebidas com gás é um dos destinos do CO2 capturado da atmosfera

Uma das principais razões das mudanças climáticas é o excesso de CO2 (gás carbônico) na atmosfera. Essa realidade abriu caminho para a criação de tecnologias voltadas à captura, filtragem e armazenamento subterrâneo do gás. No entanto, uma nova possibilidade começa a ganhar evidência: o uso do CO2 capturado da atmosfera para compor bebidas gaseificadas, como águas e refrigerantes.

A primeira empresa do ramo a usar a tecnologia é a Valser, uma marca de água com gás da Suíça, que faz parte do portfólio da Coca-Cola. A experiência é um resultado da parceria entre a indústria de engarrafamento Coca-Cola HBC Switzerland com a Climeworks, uma das pioneiras do mundo em captura de dióxido de carbono direto do ar.

A startup desenvolveu uma máquina formada por contêineres empilhados que usa sua tecnologia para puxar o ar e, em seu interior, filtrar o CO2, como uma árvore ultrapoderosa. Quando o filtro está cheio, o coletor se aquece e libera o gás em sua forma pura, podendo ser armazenado embaixo da terra ou usado por fabricantes. A tecnologia já foi testada por uma estufa, que usou o CO2 para acelerar o crescimento de suas plantas. A indústria de bebidas é o passo seguinte.

“A indústria de bebidas está entre os pouquíssimos mercados usando CO2 atualmente”, comentou o cofundador e diretor da startup, Christoph Gebald, à repórter Adele Peters, da FastCompany. Ao ser colocado nas bebidas, o gás volta para a atmosfera. Por isso, a medida não se iguala ao armazenamento subterrâneo. No entanto, ela pode ser uma maneira de escalar a tecnologia.

A demanda global para a indústria alimentícia é de cerca de 6 milhões de toneladas de CO2 ao ano. Enquanto isso, segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, é preciso remover 10 bilhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, todos anos durante este século, para ajudar a prevenir os piores impactos das mudanças climáticas.

“A indústria das bebidas é a ponte entre o mercado inexistente de hoje para permitir que possamos diminuir a curva de custos e industrializar a nossa tecnologia. […] É a ponte que faltava entre startups e, um dia, a escala relevante para remover carbono do ar”, disse Gerald. Outras aplicações para o CO2 extraído da atmosfera estão chegando ao mercado, como a fabricação de combustível neutro ou concreto para produzir plástico, sapatos e até ração para peixes.

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Medidas para banir plástico descartável já são adotadas em 127 países

A problemática em torno do lixo plástico foi um dos grandes debates mundiais de 2018, especialmente no que diz respeito aos descartáveis. Não é à toa que a palavra “single-use” (uso único) foi eleita a palavra do ano pelo Dicionário Collins, dos Estados Unidos. Segundo o relatório New Plastics Economy (Nova Economia do Plástico), divulgado pela Fundação Ellen MacArthur no início de 2016, caso a produção e uso continue no ritmo atual, em 2050 haverá mais plástico que peixes no oceano.

Diante do alerta, o Programadas Nações Unidas para o Meio Ambiente e a ONG World Resources Institute (WRI) fizeram uma pesquisa em 192 países que documenta as medidas adotadas para regulamentar a produção, venda, uso e descarte de produtos de “uso único”. De acordo com o relatório, até julho deste ano, 127 países (66% dos entrevistados) apresentaram ao menos alguma política que regula as sacolas plásticas.

De fato, alguns países já discutem o uso excessivo de sacolas descartáveis desde o início dos anos 2000. Outras medidas adotadas nesse aspecto são a limitação da distribuição gratuita das sacolas, a taxação da produção e cobrança de um pequeno valor para que o consumidor possa usá-las. Em 27 países, as iniciativas se estendem ao uso de utensílios de cozinha e canudinhos descartáveis. Outros 23 países possuem centros de coleta onde os cidadãos que retornam itens plásticos, como garrafas, recebem pequenas quantias de dinheiro.

Microesferas

Apesar de mostrar avanços nas medidas para redução das sacolas e garrafas plásticas, o relatório da ONU e da WRI revela que muito precisa ser feito em relação às microbeads, ou microesferas. Segundo matéria da FastCompany, as microesferas são “partículas de plástico manufaturadas –não maiores que um milímetro – que são comumente encontradas em produtos de beleza e de limpeza”. De acordo com a publicação, por não serem facilmente visíveis, as microesferas, que carregam ingredientes químicos que fazem mal à saúde, podem ser ingeridas por humanos e animais.

Rio de Janeiro

No Brasil, o Rio de Janeiro é um dos destaques nas regulamentações contra o lixo descartável. Em julho, o município foi o primeiro do país a aprovar a “Lei do Canudinho”, que exige a substituição dos canudos de plástico pelos de vidro, inox, bambu ou biodegradáveis em estabelecimentos  alimentícios. Depois de alguns meses em vigor, no entanto, a regulamentação está sendo rediscutida devido ao aumento do uso do copo descartável.

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