Startup de biotecnologia lança empreendimento para desenvolver proteínas capazes de substituir a carne

A startup de biotecnologia Ginkgo Bioworks acaba de lançar um novo empreendimento, a Motif Ingredients, para escalar a indústria de alimentos de origem vegetal (ou plant-based). Inspirada no sucesso do Impossible Burger (um hambúrguer vegano bastante parecido com o tradicional), a empresa vai ajudar empresas do ramo alimentício – grandes ou pequenas – a encontrarem tendências do mercado de comida produzida em laboratório, criando os ingredientes proteicos essenciais por meio de biotecnologia e fermentação.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=QB-90-LEPZ4

Recentemente, a Motif conseguiu atrair investidores bilionários em sua Série A de financiamento, arrecadando 90 milhões de dólares. Um dos principais nomes envolvidos é a entidade de investimentos Breakthrough Energy Ventures, liderada por Bill Gates e que inclui nomes como Jeff Bezos, Michael Bloomberg, Richard Branson e Jack Ma. Gates explicou suas motivações para investir em startups do ramo alimentício em 2013, em seu blog.

“Criar gado exige muito terreno e água e tem um impacto ambiental substancial. […] Simplificando, não há como produzir carne suficiente para 9 bilhões de pessoas. No entanto, não podemos pedir a todos que se tornem vegetarianos. É por isso que precisamos de mais opções para produzir carne sem esgotar nossos recursos”, escreveu Gates.

O CEO da Motif é Jonathan McIntyre, que já chefiou os departamentos de pesquisa e desenvolvimento da PepsiCo. “Sustentabilidade e nutrição acessível estão entre os maiores desafios enfrentados pela indústria de alimentos hoje em dia”, afirmou o executivo em comunicado. A Ginkgo Bioworks é liderada por Jason Kelly, que possui um PhD em Engenharia Biológica pelo MIT.

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Startups e pesquisadores apostam em carnes criadas em laboratório

O consumo de carne é uma demanda crescente e um dos fatores que interferem diretamente no impacto ambiental causado pelo mundo moderno. Para tentar reverter esse cenário, algumas startups e pesquisadores investem na criação de carnes e produtos derivados em laboratório, a partir de culturas de células animais. Em recente episódio da série Moving Upstream, do The Wall Street Journal, o jornalista Jason Bellini experimentou o primeiro bife criado a partir de células, por uma startup de Israel.

Enquanto algumas empresas focam em desenvolver o sabor da carne e do frango em produtos processados como hambúrgueres e empanados, como a JUST, na Califórnia, a Aleph Farms, situada em Tel Aviv, afirma ter criado a estrutura de um bife na placa de Petri – o que permite ao consumidor a sensação de morder um bife convencional.

A empresa israelense é uma entre várias no mundo que estão na corrida para produzir carne em laboratório. “Em teoria, estamos falando que você poderia comer bisão sem matar o bisão. Você poderia comer baleia sem prejudicar baleias”, diz Jan Dutkiewicz, que é pesquisador na Universidade Johns Hopkins.

Nos Estados Unidos, a avaliação sanitária e regulatória das carnes produzidas em laboratório está em curso e ainda não foi confirmado se elas são seguras para o consumo, ou se podem, de fato, ser chamadas de “carne”. Para Kevin Kester, presidente da National Cattlemen’s Beef Association (ou Associação Nacional de Pecuaristas, em tradução livre), trata-se de uma “falsa carne”. “Nós queremos garantir que teremos um terreno justo em marketing e inspeção de segurança”, afirmou ao jornalista, corroborando a ideia de que a carne “precisa realmente vir de um animal”.

Enquanto startups do ramo afirmam que a carne de laboratório pode ser produzida com uma fração dos danos ambientais da pecuária em larga escala, nesse estágio inicial de desenvolvimento, a produção ainda é muito mais cara que a carne que vem diretamente do animal.

No entanto, para Dutkiewicz, “[…] a demanda por carne é completamente insustentável. As terras aráveis estão acabando e temos um problema sério de mudanças climáticas. […] Se agricultura celular cumprir sua promessa – o que ainda não sabemos se é possível – poderemos caminhar para algo parecido com a ‘era da obsolescência animal’”, concluiu.

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