Ex-diretor criativo da Netflix cria startup de água enlatada, com marketing voltado para o público punk

Água também pode ser punk. Mike Cessario que já foi diretor criativo de algumas campanhas virais da Netflix é cofundador e CEO da startup Liquid Death, que vende água enlatada diretamente para o consumidor. Na semana passada, a empresa recebeu um financiamento de $ 1.6 milhão (ou, aproximadamente, R$ 6.3 milhões), liderado pela incubadora Science Inc.

Liquid Death chama a atenção pelo branding e marketing inusitados. Cessario afirmou ao site Business Insider que se inspirou em seu passado, como membro de bandas de punk e heavy-metal, para desenvolver o produto. Como ele diz, “nada é melhor que a água para ‘assassinar’ a sua sede”. Tendo trabalhado em campanhas virais para séries como House of Cards, Stranger Things e Narcos, o CEO não é estranho ao marketing de divulgação espontânea.

“Quando começamos, nos perguntávamos por que os produtos de consumo empacotados têm que seguir essas regras insípidas e chatas dos anos 50, enquanto outras coisas de entretenimento podem ser mais divertidas”, disse Cessario. Diante desse argumento, seu novo empreendimento é apoiado por nomes notáveis da tecnologia, como o fundador e CEO do Dollar Shave Club, Michael Dubin; o cofundador do Twitter, Biz Stone; e Jen Rubio, cofundadora da startup de malas Away.

Branding ao extremo

O branding e o marketing “extremos” conversam com o público punk, que se mantém sóbrio, mas segue o estilo de vida em outras instâncias. “A Red Bull desfoca as linhas elas são uma empresa de bebidas energéticas ou de esportes de ação? […] Você simplesmente não vê isso no espaço da saúde e com as marcas saudáveis. Eu não bebo refrigerante ou bebidas energéticas, e nem a maioria dos meus amigos”, argumentou.

Além disso, Cessario acredita que a comunidade punk também apreciará a postura ecológica da marca, já que latas de alumínio são menos prejudiciais ao meio ambiente que caixas ou garrafas plásticas. A Liquid Death planeja doar 0,05 centavos de dólar de cada lata vendida para ajudar a limpar o lixo de plástico dos oceanos. O produto está disponível apenas online e pode ser adquirido em pacotes de 12 unidades.

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Painéis solares de 2 mil dólares podem ser a solução para a crise global da água

A crise da água potável é global e atinge pessoas tanto em comunidades remotas quanto nas grandes cidades. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2 bilhões de pessoas vivem sem uma fonte segura de água em suas casas, o que provoca problemas de saúde e resulta em baixa prosperidade econômica. Diante desse cenário, investidores bilionários e startups de tecnologia buscam soluções e oportunidades de se envolverem mais diretamente com o problema.

Em setembro, Bill Gates (Microsoft) e Jeff Bezos (Amazon) lideraram o fundo de investimento de 1 bilhão de dólares que está financiando os esforços da startup Zero Mass Water, que desenvolve painéis solares que, literalmente, “puxam” água potável do ar. As matrizes do painel, batizado de Source, usa a luz do sol para captar a água contida no vapor de ar. Esse vapor é, então, esterilizado, transformado em líquido e armazenado em um reservatório conectado à torneira da casa.

O Source tem um custo de 2 mil dólares (mais cerca de 500 dólares para a instalação) e pode produzir de 2 a 5 litros de água por dia. Ou seja, o equivalente a 10 garrafinhas de 500 ml. Desde o seu lançamento, em 2015, a Zero Mass Water já instalou seus painéis em 18 países, atendendo desde um orfanato no Líbano até mansões milionárias da Califórnia. O produto pode ser adquirido online, mas a empresa também trabalha com desenvolvedores, governos locais e organizações sem fins lucrativos.

Segurança e qualidade

Na semana passada, a startup lançou um novo sensor que permite a seus clientes monitorar a qualidade e a segurança da água que estão bebendo. “Com água, nós apenas olhamos para ela e, se é aproximadamente clara, bebemos. […] As pessoas estão tentando achar aquele próximo nível de segurança”, afirmou Cody Friesen, cientista material e CEO da Zero Mass Water, à Business Insider. Os dados colhidos pelo sensor são agregados diariamente no aplicativo da empresa.

Segundo o empresário, o painel não é uma solução simples, como um filtro de balcão, pois, enquanto esses produtos melhoram o sabor da água, não são eficientes em remover toxinas como chumbo e arsênico. Além disso, os painéis Source têm uma vida útil de, aproximadamente, 20 anos. Por todos esses motivos, Friesen acredita que a tecnologia de sua empresa terá um papel fundamental na solução para a crise global da água.

“Imagine se você pudesse aperfeiçoar a água em qualquer lugar do mundo, sem infraestrutura, no mais seco dos desertos e na mais úmida das florestas. […] Com [nossos] sensores, estamos prestes a fechar o ciclo em saber que a água está boa”, concluiu.

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Indústria de bebidas com gás é um dos destinos do CO2 capturado da atmosfera

Uma das principais razões das mudanças climáticas é o excesso de CO2 (gás carbônico) na atmosfera. Essa realidade abriu caminho para a criação de tecnologias voltadas à captura, filtragem e armazenamento subterrâneo do gás. No entanto, uma nova possibilidade começa a ganhar evidência: o uso do CO2 capturado da atmosfera para compor bebidas gaseificadas, como águas e refrigerantes.

A primeira empresa do ramo a usar a tecnologia é a Valser, uma marca de água com gás da Suíça, que faz parte do portfólio da Coca-Cola. A experiência é um resultado da parceria entre a indústria de engarrafamento Coca-Cola HBC Switzerland com a Climeworks, uma das pioneiras do mundo em captura de dióxido de carbono direto do ar.

A startup desenvolveu uma máquina formada por contêineres empilhados que usa sua tecnologia para puxar o ar e, em seu interior, filtrar o CO2, como uma árvore ultrapoderosa. Quando o filtro está cheio, o coletor se aquece e libera o gás em sua forma pura, podendo ser armazenado embaixo da terra ou usado por fabricantes. A tecnologia já foi testada por uma estufa, que usou o CO2 para acelerar o crescimento de suas plantas. A indústria de bebidas é o passo seguinte.

“A indústria de bebidas está entre os pouquíssimos mercados usando CO2 atualmente”, comentou o cofundador e diretor da startup, Christoph Gebald, à repórter Adele Peters, da FastCompany. Ao ser colocado nas bebidas, o gás volta para a atmosfera. Por isso, a medida não se iguala ao armazenamento subterrâneo. No entanto, ela pode ser uma maneira de escalar a tecnologia.

A demanda global para a indústria alimentícia é de cerca de 6 milhões de toneladas de CO2 ao ano. Enquanto isso, segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, é preciso remover 10 bilhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, todos anos durante este século, para ajudar a prevenir os piores impactos das mudanças climáticas.

“A indústria das bebidas é a ponte entre o mercado inexistente de hoje para permitir que possamos diminuir a curva de custos e industrializar a nossa tecnologia. […] É a ponte que faltava entre startups e, um dia, a escala relevante para remover carbono do ar”, disse Gerald. Outras aplicações para o CO2 extraído da atmosfera estão chegando ao mercado, como a fabricação de combustível neutro ou concreto para produzir plástico, sapatos e até ração para peixes.

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