Google está desenvolvendo projeto de Assistant voltado para pessoas com problemas na fala

Na edição 2019 de sua conferência anual para desenvolvedores, a Google I/O, que termina hoje (09/05), em Mountain View, na Califórnia, a empresa apresentou o Euphonia, um de seus novos projetos direcionados ao Google Assistant. A iniciativa visa melhorar o sistema de reconhecimento de voz para que compreenda comandos passados por pessoas com problemas na fala.

As limitações no discurso falado podem ser consequência de paralisias cerebrais, acidente vascular cerebral (AVC), autismo, surdez, Esclerose Múltipla (EM) ou Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Para os testes, o Google conta com parcerias com organizações como a ALS Therapy Development Institute (Instituto de Desenvolvimento de Terapia para ELA, em tradução livre) e a ALS Residence Initiative (Iniciativa de Residência para ELA, em tradução livre).

A partir dessas parcerias, a empresa consegue registrar vozes de pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica, a fim de treinar algoritmos baseados em Inteligência Artificial (IA) para reconhecer suas falas e, até mesmo, identificar sons, gestos ou expressões faciais. O Google abriu, ainda, um formulário para que pessoas com dificuldades no discurso possam enviar seus próprios áudios, ajudando a enriquecer a ferramenta.

Para o CEO do Google, Sundar Pichai — que apresentou o Euphonia no palco da Google I/O, “a pesquisa fundamental sobre a IA, que permite [a criação de] novos produtos para pessoas com deficiências, é uma maneira importante de impulsionar nossa missão. […] [Esses projetos] acabarão resultando em produtos que funcionam melhor para todos nós. É o exemplo perfeito do que entendemos por criar um Google mais útil para todos”.

Confira o vídeo de apresentação do projeto:

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Design de voz é o “boom” tecnológico do momento, afirma diretor de produto da Adobe

Segundo relatório recente da Juniper Research, até 2023 haverá 8 bilhões de assistentes de voz ativos no mundo. Mas, para o criador da startup de design de voz Sayspring e diretor de produto da Adobe, Mark Webster, “as interações por voz permaneceram relativamente confinadas a alguns casos de uso principais, como pesquisa, reprodução de músicas e a casa inteligente”. Em artigo para a Fast Company, o empresário afirmou que designers vêm ignorando esse importante boom tecnológico e deu dicas valiosas para os que pretendem se preparar para o crescimento de demanda no mercado.

Em primeiro lugar, Webster sugere que designers de User Interface (UI) “façam o dever de casa”, se familiarizando e buscando entender como funcionam os dispositivos que abrigam os assistentes de voz, como o Amazon Echo Dot e o Google Home Mini. “Se um usuário está falando diretamente com uma marca ou se o serviço de voz está agindo como um intermediário, isso tem implicações enormes para a criação de experiências de usuário eficazes. Os designers devem estar cientes e projetar essas diferenças”, explicou.

Para ele, ao iniciar um projeto que não tem uma interface visual (ou seja, sem tela), o designer deve partir de uma conversa simples. “Com uma folha de papel em branco ou um documento do Word, basta escrever uma interação entre o aplicativo de voz e o usuário. O que o usuário dirá para começar? Eles saberão o que querem fazer ou você precisará apresentar algumas opções? Qual é o tom e a personalidade da experiência?”.

Protótipos e linguagem

Ao longo do artigo, Webster discorre sobre a importância da prototipagem para que o desenvolvimento do aplicativo seja o mais efetivo possível. “Esse processo ajudará o designer a entender melhor o que o usuário dirá e como ele responderá à interface de voz, ajudando a repetir o roteiro para oferecer uma experiência aprimorada”, argumentou. Quanto mais refinada for a experiência, mais fiel será a interação com o protótipo.

Quanto à linguagem, o profissional reitera que é imprescindível ao designer conhecer os jargões, conceitos e nuances dos universos da voz e do áudio. “Com a voz pronta para se tornar tão grande quanto as telas de toque, as habilidades de design de voz serão tão importantes para os trabalhos de design quanto a marca digital é hoje. Os designers precisam começar a fazer o que foi mencionado acima, seja no trabalho ou no tempo livre, para que estejam prontos”, finalizou.

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“Q”, a voz digital que não tem gênero definido

Se você tem o hábito de usar assistentes de voz, provavelmente interage com uma voz feminina ou masculina. No entanto, muitas pessoas não se identificam como homem ou mulher e, por isso, não se sentem representadas por essas vozes. Pensando nisso, um grupo de linguistas, tecnólogos e designers de som – liderados pela organização Copenhagen Pride e pela Virtue (agência criativa da Vice) – aceitaram a missão de criar uma voz digital sem gênero definido, feita a partir de vozes reais. A esta voz, foi dado o nome Q (lê-se “quiu”).

Q ainda não tem previsão de chegada aos smartphones, mas já existe uma campanha de divulgação para que empresas como Google, Apple, Microsoft e Amazon conheçam a voz e, eventualmente, a incorporem em seus produtos. A ideia é argumentar com a indústria da tecnologia que as questões de gênero não são necessariamente binárias.

Segundo reportagem da Wired, a escolha de vozes femininas para assistentes digitais e masculinas para robôs de segurança não é por acaso. Siri, Cortana e Alexa são femininas porque usuários reagem melhor a elas, estudos apontam. No entanto, essas escolhas podem reforçar estereótipos de que vozes femininas são prestativas e atenciosas, enquanto as masculinas imprimem autoridade.

Processo de criação

Esta não é a primeira tentativa de criar uma voz neutra, mas a ideia de desenvolver Q vai além de buscar a inclusão no ambiente tecnológico e visa, também, estimular conversas sobre questões sociais. Para chegar ao resultado final, a equipe começou registrando as vozes de 12 pessoas que se identificam como masculinas, femininas, transgênero e não binárias. Cada uma leu uma lista predeterminada de frases.

“Naquele momento, não sabíamos se íamos estratificar as vozes, então precisávamos da mesma frase no mesmo ritmo, o mais perto possível”, disse o designer de som Nis Nørgaard. A intenção era juntar as vozes e tirar uma “média”, mas isso se mostrou muito difícil. A solução encontrada foi focar na voz de uma pessoa, que registrou um tom entre o que é considerado masculino e feminino, de 145 a 175 hertz (é possível conferir as variações desse intervalo no site de Q).

Nørgaard criou quatro variantes da voz, que foram enviadas para 4.500 pessoas na Europa. Uma delas se destacou entre os pesquisados. “As pessoas diziam: ‘Esta é uma voz neutra. Eu não posso dizer o gênero dessa voz ”, contou o designer. “No começo, eu pensava que isso seria difícil. Mas quando obtivemos feedback dessas 4.500 pessoas, acho que nós o acertamos, na verdade”. Essa voz se tornou a base para a Inteligência Artificial (IA).

“Dar voz aos sem voz”

Segundo a Wired, Q pode ser a solução para “dar voz aos sem voz na tecnologia moderna”. Para Ask Stig Kistvad, homen trans que emprestou sua voz ao projeto, “é realmente importante ter representação para pessoas trans não apenas em relação à IA, mas às vozes em geral”. Isso é particularmente importante considerando o crescimento no uso de assistentes de voz, que deve crescer 35% ao ano até pelo menos 2023.

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