Aplicativo chinês viraliza por criação de deepfakes, mas repercussão de segurança é negativa

O aplicativo chinês Zao viralizou no mundo todo no último final de semana. O programa permite que usuários coloquem suas faces em cenas famosas do cinema e da TV em apenas alguns segundos e usando somente algumas selfies. No entanto, o encanto logo foi substituído por uma preocupação: a política de privacidade.

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A troca de rostos (ou face-swap) é feita por meio a criação de deepfakes. “Os usuários enviam uma foto de si mesmos para colocar sua imagem em cenas populares de centenas de filmes ou programas de TV. É uma chance de ser a estrela e trocar de lugar com Marilyn Monroe, Leonardo DiCaprio ou Sheldon Cooper do The Big Bang Theory em questão de momentos”, exemplifica matéria da Bloomberg.

Veja abaixo o vídeo publicado por um usuário no Twitter.

Sem privacidade

Mas, a alta popularidade logo evidenciou problemas com a segurança do aplicativo. No momento da viralização, o termo de uso do Zao afirmava a posse de direitos “gratuitos, irrevogáveis, permanentes, transferíveis e passíveis de relicenciamento” de todo conteúdo gerado por usuários. Muitas pessoas recorreram à App Store para manifestar a insatisfação e mais de 4000 avaliações negativas fizeram com que o aplicativo amargurasse 1.9 estrelas, entre as 5 possíveis.

Desde então, os termos de uso foram atualizados. “O aplicativo agora diz que não usará fotos ou vídeos enviados por usuários para outros fins que não o seu aprimoramento ou itens pré-acordados pelos usuários. Se os usuários excluírem o conteúdo da plataforma, o aplicativo também o apagará de seus servidores”, diz a reportagem.

“Entendemos a preocupação com a privacidade. Recebemos o feedback e corrigiremos os problemas que não levamos em consideração, o que levará um pouco de tempo “, afirmou um comunicado publicado na conta do Zao na rede social Weibo.   

Projeto de lei da Áustria exigiria nomes reais em comentários na internet

Comentários anônimos são conhecidos por encorajar pessoas a dizerem o que não têm coragem quando identificadas. Mas esta premissa pode estar com os dias contados na Áustria (e, consequentemente, na União Europeia), onde foi apresentado um projeto de lei que visa exigir que os usuários de sites forneçam o nome real e o endereço antes de comentar.

Segundo o site Engadget, “você ainda pode usar um apelido em público, mas as autoridades teriam uma maneira fácil de te encontrar se acreditarem que você está incomodando usuários ou violando a lei”. Empresas que não honrassem a lei poderiam pagar multas de até 500 mil euros (ou mais de 2,2 milhões de reais) e o dobro disso em caso de reincidência.

O projeto mira em sites com mais de 100.000 usuários registrados, com receita acima de 500 mil euros por ano ou que recebam subsídios de imprensa superiores a 50 mil euros. Sites de comércio eletrônicos também estariam isentos, assim como aqueles que não ganham dinheiro com anúncios ou com o conteúdo em si. Caso aprovada pela UE, a lei entraria em vigor em 2020.

Preocupações

Há muitas preocupações em relação ao projeto apresentado, principalmente em torno das exceções. “Eles pretendem dar aos sites iniciantes uma chance de crescer antes de policiarem seus usuários, mas podem, na verdade, proteger as comunidades com maior probabilidade de se envolverem em comentários abusivos, como grupos de ódio que podem ter pequenas bases e nenhuma publicidade”, comentou o repórter Jon Fingas.

Outro motivo para que a UE não aprove a lei é que ela pode punir empresas europeias de maneira mais severa que os seus países de origem. E, além disso, há também as questões da privacidade, da liberdade de expressão e da segurança de dados.

“Embora a exigência de nomes e endereços possa desestimular o assédio e o discurso de ódio, ela pode desencorajar as pessoas de apresentarem histórias e opiniões perspicazes. Isso ainda transformaria sites em verdadeiras minas de ouro para hackers — se eles conseguissem violar um banco de dados, poderiam passar informações pessoais para milhares ou milhões de usuários”, finalizou o jornalista.

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Tecnologia de reconhecimento facial da Hering chama a atenção do Idec

A loja conceito da Hering inaugurada no Morumbi Shopping, em São Paulo, foi notificada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O motivo foi a tecnologia utilizada pela empresa para coletar dados, traçar perfis de sua clientela e personalizar as ofertas. Na loja, câmeras fazem reconhecimento facial dos consumidores e registram as reações às peças expostas nas araras e vitrines. Além disso, sensores de ondas de calor identificam as preferências de quem circula por lá.

Para o órgão, é preciso explicar o que será feito com os dados coletados, com quem eles serão compartilhados e se isso coloca em risco a privacidade dos clientes da loja. A empresa tem um prazo de dez dias para responder e, caso o retorno seja insuficiente ou confirme a inadequação, o Idec estudará as medidas a serem tomadas, incluindo a possibilidade de ação judicial.

“Como não há clareza sobre o que a empresa vai fazer com as informações, o consumidor fica muito vulnerável a práticas antiéticas, como a produção de um banco de dados sobre cada pessoa, no qual podem constar inclusive aspectos que são de natureza privada e de foro íntimo. Essas informações podem em tese ser até comercializadas, o que seria trágico”, explicou o líder do programa de Direitos Digitais do Idec, Diogo Moyses, ao jornal O Globo.

Segundo o instituto, o alerta se deve ao potencial que a prática da Hering tem para violar direitos dos consumidores, como a proteção à segurança, o direito à liberdade de escolha e à informação adequada e clara. Isso porque a clientela da loja não é informada sobre o tratamento e a segurança dos dados coletados. A Hering afirmou ao jornal que se posicionará dentro do prazo determinado.

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