Sensação de ser vigiado interfere na produtividade e na saúde dos funcionários

A vigilância no local de trabalho surgiu como uma maneira de melhorar a produtividade dos funcionários. No entanto, ela também pode ser usada para controlar e repreender colaboradores diante de desempenhos insatisfatórios. Em reportagem recente, a BBC Brasil apontou como essas tecnologias podem interferir na rotina e na saúde dos trabalhadores.

Para a ex-caixa de banco Courtney Hagen Ford, de 34 anos, por exemplo, o monitoramento era “desumanizante”. A vigilância à qual era submetida em seu antigo emprego registrava as teclas que ela digitava e quais clientes contratavam serviços. “A pressão era implacável. […] Era uma situação horrível”, disse. Eventualmente, ela deixou o emprego para cursar um doutorado em tecnologia da vigilância.

Segundo o vice-presidente da empresa de pesquisa Gartner, Brian Kropp, mais da metade das empresas que fazem mais de US$ 750 milhões (ou R$ 2,92 bilhões) ao ano usaram técnicas de monitoramento “não tradicionais” em 2018. Até 2020, mais de 80% dessas empresas devem fazer esse tipo de vigilância. E, de acordo com a consultoria Grand Review Research, até 2025, a análise de dados da força de trabalho será um mercado de US$ 1,87 bilhão (ou R$ 7,3 bilhões).

Esses monitoramentos incluem ferramentas de análise de e-mails, mensagens instantâneas, uso do computador, movimentação de funcionários pelo escritório e, até mesmo, batimentos cardíacos e padrões de sono.

Dados positivos

Por outro lado, a coleta de dados pode ser positiva para empresas e funcionários. É o que afirma o presidente da Humanyze, Ben Waber. Sua empresa registra dados de serviços de e-mail e mensagens dos funcionários, além de usar crachás equipados com aparelhos de identificação por radiofrequência (RFID) e microfones.

Para ele, essas ferramentas podem proteger seus colaboradores em relação a assédios morais e sexuais, além de revelar dados inusitados – como padrões sociais – que podem melhorar o desempenho e o nível de satisfação das pessoas no trabalho. Outro exemplo interessante é o de Jessica Johnson, de 34 anos. A australiana tem narcolepsia e usa os dados coletados pela empresa onde trabalha para identificar o que estava fazendo antes de adormecer e continuar de onde parou.

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Projeto de lei da Áustria exigiria nomes reais em comentários na internet

Comentários anônimos são conhecidos por encorajar pessoas a dizerem o que não têm coragem quando identificadas. Mas esta premissa pode estar com os dias contados na Áustria (e, consequentemente, na União Europeia), onde foi apresentado um projeto de lei que visa exigir que os usuários de sites forneçam o nome real e o endereço antes de comentar.

Segundo o site Engadget, “você ainda pode usar um apelido em público, mas as autoridades teriam uma maneira fácil de te encontrar se acreditarem que você está incomodando usuários ou violando a lei”. Empresas que não honrassem a lei poderiam pagar multas de até 500 mil euros (ou mais de 2,2 milhões de reais) e o dobro disso em caso de reincidência.

O projeto mira em sites com mais de 100.000 usuários registrados, com receita acima de 500 mil euros por ano ou que recebam subsídios de imprensa superiores a 50 mil euros. Sites de comércio eletrônicos também estariam isentos, assim como aqueles que não ganham dinheiro com anúncios ou com o conteúdo em si. Caso aprovada pela UE, a lei entraria em vigor em 2020.

Preocupações

Há muitas preocupações em relação ao projeto apresentado, principalmente em torno das exceções. “Eles pretendem dar aos sites iniciantes uma chance de crescer antes de policiarem seus usuários, mas podem, na verdade, proteger as comunidades com maior probabilidade de se envolverem em comentários abusivos, como grupos de ódio que podem ter pequenas bases e nenhuma publicidade”, comentou o repórter Jon Fingas.

Outro motivo para que a UE não aprove a lei é que ela pode punir empresas europeias de maneira mais severa que os seus países de origem. E, além disso, há também as questões da privacidade, da liberdade de expressão e da segurança de dados.

“Embora a exigência de nomes e endereços possa desestimular o assédio e o discurso de ódio, ela pode desencorajar as pessoas de apresentarem histórias e opiniões perspicazes. Isso ainda transformaria sites em verdadeiras minas de ouro para hackers — se eles conseguissem violar um banco de dados, poderiam passar informações pessoais para milhares ou milhões de usuários”, finalizou o jornalista.

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