A crise da água potável é global e atinge pessoas tanto em comunidades remotas quanto nas grandes cidades. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2 bilhões de pessoas vivem sem uma fonte segura de água em suas casas, o que provoca problemas de saúde e resulta em baixa prosperidade econômica. Diante desse cenário, investidores bilionários e startups de tecnologia buscam soluções e oportunidades de se envolverem mais diretamente com o problema.
Em setembro, Bill Gates (Microsoft) e Jeff Bezos (Amazon) lideraram o fundo de investimento de 1 bilhão de dólares que está financiando os esforços da startup Zero Mass Water, que desenvolve painéis solares que, literalmente, “puxam” água potável do ar. As matrizes do painel, batizado de Source, usa a luz do sol para captar a água contida no vapor de ar. Esse vapor é, então, esterilizado, transformado em líquido e armazenado em um reservatório conectado à torneira da casa.
O Source tem um custo de 2 mil dólares (mais cerca de 500 dólares para a instalação) e pode produzir de 2 a 5 litros de água por dia. Ou seja, o equivalente a 10 garrafinhas de 500 ml. Desde o seu lançamento, em 2015, a Zero Mass Water já instalou seus painéis em 18 países, atendendo desde um orfanato no Líbano até mansões milionárias da Califórnia. O produto pode ser adquirido online, mas a empresa também trabalha com desenvolvedores, governos locais e organizações sem fins lucrativos.
Segurança e qualidade
Na semana passada, a startup lançou um novo sensor que permite a seus clientes monitorar a qualidade e a segurança da água que estão bebendo. “Com água, nós apenas olhamos para ela e, se é aproximadamente clara, bebemos. […] As pessoas estão tentando achar aquele próximo nível de segurança”, afirmou Cody Friesen, cientista material e CEO da Zero Mass Water, à Business Insider. Os dados colhidos pelo sensor são agregados diariamente no aplicativo da empresa.
Segundo o empresário, o painel não é uma solução simples, como um filtro de balcão, pois, enquanto esses produtos melhoram o sabor da água, não são eficientes em remover toxinas como chumbo e arsênico. Além disso, os painéis Source têm uma vida útil de, aproximadamente, 20 anos. Por todos esses motivos, Friesen acredita que a tecnologia de sua empresa terá um papel fundamental na solução para a crise global da água.
“Imagine se você pudesse aperfeiçoar a água em qualquer lugar do mundo, sem infraestrutura, no mais seco dos desertos e na mais úmida das florestas. […] Com [nossos] sensores, estamos prestes a fechar o ciclo em saber que a água está boa”, concluiu.
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