Um café feito sem o uso dos grãos do cafeeiro. Esta é a proposta do Atomo, criado pelo cientista de alimentos Jarret Stopforth e pelo empreendedor Andy Kleitsch em uma garagem transformada em laboratório de fermentação em Seattle, nos Estados Unidos. Eles fizeram análises de grãos verdes e torrados e utilizaram a técnica de cromatografia líquida de alta eficiência para separar os compostos da bebida, que são mais de mil.
Segundo o site da revista Galileu, a intenção da dupla era criar um produto com o mesmo aroma, cor e sabor da bebida tradicional. “À medida que nos aprofundamos no processo, aprendemos mais sobre as ameaças geradas pelo café como um todo, como o desmatamento, aquecimento global e o fungo devastador ferrugem. […] Estávamos ainda mais empenhados em fazer um ótimo café que também fosse melhor para o meio ambiente”, contou Stopforth.
Os pesquisadores não chegaram a revelar exatamente do que o café é feito, mas confirmaram que o Atomo é uma mistura de vários compostos alimentícios, como antioxidantes, flavonoides, ácidos de café e cafeína. Entre os meses de fevereiro e março, eles realizaram uma campanha no site de financiamento coletivo Kickstarter, a fim de chamar a atenção de investidores. O produto deve chegar ao mercado em 2020.
Confira no vídeo um teste cego de preferência entre o Atomo e o Starbucks, feito com estudantes universitários:
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O último inverno aqui em Porto Alegre foi um dos mais frios e chuvosos da história recente da cidade. Temperaturas baixas e dias nublados são os predadores naturais da minha produtividade.
Determinados a declarar soberania sobre o meu ser, o frio e o clima cinzento enviam tropas de bocejos incrivelmente comprometidos em sequestrar o meu foco e a minha motivação.
Para atravessar as batalhas campais sem danos à minha produtividade, me vi obrigado a reafirmar meu compromisso com o café. Justo em uma fase em que estava tentando me afastar da cafeína para dar uma esfriada na nossa relação.
Ainda não encontrei em outra bebida o conforto e a cooperação do café. Para mim, o ato de passar o café, é uma espécie de ritual sagrado que me concede o estado de espírito apropriado para encarar uma bateria de trabalho intenso.
O contraponto é que sofro do que considero uma ansiedade moderada. Criei uma rotina de meditação, leitura e exercícios físicos que me ajuda a manter o desassossego sob controle. Entretanto, o café liberta toda a ansiedade represada.
Com duas canecas de café, por exemplo, minha perna direita declara autonomia e, sem qualquer cerimônia, começa a balançar frenética embaixo da mesa.
Tem mais, para conseguir concluir um simples raciocínio, preciso levantar e andar pela casa. Me faltam clareza e objetividade ao responder e-mails e mensagens de trabalho. Dificuldade de concentração e pensamentos pessimistas também são frequentes.
Como se não bastasse, tive que criar um toque de recolher. A partir das 18h todo pó de café, filtros e seus aparatos devem ser reencaminhados aos seus aposentos.
Uma mera xícara no fim da tarde pode desencadear uma madrugada sem sono recheada de pensamentos infrutíferos. E a sonolência no dia seguinte se torna um convite a, fatalmente, ingerir quantidades obscenas de café.
Um amigo sugeriu o descafeinado. Gostei. Fiquei animado. E não era por menos: todo o sabor do café, o aroma, o ritual, sem os efeitos colaterais. Sem impacto na saúde, eu poderia até dobrar o consumo. Estava pronto para riscar esse problema da pauta.
Parei no preço. O descafeinado custa quatro vezes mais do que um café normal. Para quem ama café, não é lá um valor exorbitante. Mas se você tem um negócio próprio em fase inicial, sabe que é fundamental diminuir gastos e reduzir o custo de vida, em prol da longevidade do projeto. Aumentar o gasto com café? Está fora de cogitação.
Passei a buscar alternativas. Alguns amigos sugeriram o chá, outros o chimarrão. Contudo, as duas bebidas também contêm cafeína na sua composição. Nem vou mencionar o energético que, assim como o café, é outro campeão de vendas entre os workaholics.
Acabei encontrando o que precisava na serena e despretensiosa Power Nap.
O que é power nap?
Se você não tem familiaridade com o termo, Power Nap é um cochilo estratégico de curta duração que tem a revitalização como objetivo. A prática visa aproveitar os benefícios do sono excluindo os efeitos de lentidão provocados pelo sono profundo.
Sabe quando bate aquela lombeira após o almoço? Em vez de recorrer ao café, é uma boa hora para apostar em um cochilo estratégico. Se você trabalha em casa então, é ainda mais fácil, pode usufruir da soneca sempre que achar necessário.
Aqui vão as minhas recomendações para você tirar um melhor proveito da soneca turbinante:
Escolha um local com boa temperatura, silencioso, onde ninguém vá te perturbar, preferencialmente onde você possa deitar confortavelmente;
Programe o timer do seu celular para 20 minutos. Aposte em até no máximo 30 minutos, mais do que isso você corre o risco de cair em sono profundo e o efeito ser o contrário;
Para pegar no sono rápido, acender um incenso e colocar uma música calma pode ajudar. Isso também colabora para ritualizar o momento e ajuda a preparar a mente para a sessão de descanso;
Para ter uma experiência ainda melhor, vale buscar por algum aplicativo de celular. Há vários nas lojas de apps. Eles já trazem sons da natureza, e outros recursos, para auxiliar no relaxamento;
Para evitar que você passe a noite em claro, preste bastante atenção no horário e na frequência dos seus cochilos durante o dia. Vale lembrar que as power naps não têm a função de substituir o sono tradicional. Nada substitui uma boa noite de sono.
Concluindo
Antes, a dificuldade de concentração e os bocejos constantes eram a desculpa ideal para tomar um café. Agora é o sinal para investir em uma Power Nap.
Reduzindo o consumo de café, eu economizo, mantenho a ansiedade sob controle e, de quebra, a produtividade livre de círculos viciosos.
Não abri mão totalmente do café. Apenas reduzi o uso. No inverno passado, estava tomando cerca de 4 canecas ao dia. Agora tenho tomado apenas uma no início da manhã.
Com o calor do verão, minha expectativa é reduzir ainda mais. É bom até mesmo para não banalizar a relação com o café, assim aprecio mais a bebida em ocasiões especiais.
A prova de fogo mesmo vai ser o inverno do ano que vem.
É importante deixar claro, o ponto central deste texto não é, de forma alguma, pintar o café como um vilão da produtividade. Minha intenção é convidar os coffee lovers, como eu, a refletirem sobre o impacto que o uso contínuo e prolongado do café pode estar causando nas suas rotinas de trabalho.
Existe quem – com café ou sem café – tenha o mesmo desempenho no trabalho. Mas há também quem já vem tendo sua performance afetada pela dose errada de café e ainda não percebeu. Acho importante fazer uma autoanálise para descobrir em qual dos grupos você se encaixa.
Qual o efeito do café no seu desempenho no trabalho?
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Quer se aprofundar no assunto?
Para quebrar o hábito de tomar café em excesso e até mesmo outros costumes que podem estar prejudicando a sua vida, pessoal ou profissional, recomendo o livro O Poder do Hábito (link afiliado).
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Recentemente terminei de ler A Loja de Tudo (link afiliado), livro que conta a história da Amazon. Fiquei impressionado com a fixação por expansão e crescimento acelerado do Jeff Bezos. A intenção dele era dominar o varejo online a qualquer custo, mesmo que isso significasse longos períodos de prejuízo para a empresa.
Com grandes rodadas de investimento e ações bem valorizadas, a Amazon podia se dar ao luxo de derrubar os próprios preços para fazer seus concorrentes, sem o mesmo capital, saírem da disputa pelo preço mais baixo. Oferecer o menor preço é uma obsessão para o CEO da varejista.
A Loja de Tudo descreve Bezos como um apaixonado por livros. Ele já declarou que aprende mais com romances do que com livros de não-ficção. Inclusive aboliu da empresa os simplórios PPTs. Em substituição, decretou que os funcionários redigissem memorandos de seis páginas para as reuniões. Já falei sobre isso no podcast sobre imediatismo e superficialidade.
Mas todo esse envolvimento de Bezos com os livros não impediu que ele pressionasse excessivamente as editoras por preços mais baixos. As editoras têm resistido bravamente, mas vêm perdendo a batalha contra a gigante.
Aqui no Brasil há uma lei em tramitação no congresso para estabelecer a lei do preço fixo para livros inéditos. É uma tentativa de frear estratégias como a da Amazon. Mas provavelmente não vai fazer cócegas na gigante do varejo.
Hoje, se você comparar os preços de livros novos vendidos na Amazon com o preço de livros usados vendidos na Estante Virtual, por exemplo, verá que a diferença é mínima.
Veja o caso do clássico Cem Anos de Solidão na Amazon:
Agora a mesma obra, porém usada e em uma edição anterior:
Arredondando, a diferença é de apenas R$ 4,50.
Essa política desmedida de preço baixo impacta diretamente a produção de livros e leva à falência pequenas livrarias e sebos. Sem contar os danos ao meio ambiente, já que não há mais o reaproveitamento dos livros usados.
Com preços cada vez mais competitivos, quem ganha é o consumidor. O conhecimento se torna mais acessível e democrático. Isso é ótimo.
Mas a questão é: até quando este mercado suporta estes valores? Não me parece uma estratégia sustentável a longo prazo.
A situação obriga o mercado a se reorganizar. As editoras, sem caixa, já não conseguem atrair bons escritores. Estes, por sua vez, passam a questionar a real necessidade de ter uma editora. Com o mar de ferramentas disponíveis online, hoje é possível angariar recursos, produzir e distribuir um livro por conta própria.
Jeff Bezos pode estar matando, ou pelo menos ferindo gravemente, a mídia da qual tanto se beneficiou para construir o seu império.
Há pouco tempo também li Em frente! (link afiliado), livro que conta os altos e baixos da Starbucks.
Seu fundador, Howard Schultz, criou a empresa com o intuito de oferecer aos americanos a mesma experiência intimista que havia tido nas cafeterias da Itália. O país é reconhecido internacionalmente pela qualidade do seu café e pela relação que têm com a bebida. Você pode saber mais sobre isso no documentário Coffee For All.
Schultz foi mais elegante que Bezos. A Starbucks, que é alvo frequente de protestos por levar cafés de bairro à falência e por ser considerada um símbolo do capitalismo, foi prudente na sua chegada à Itália e não usou a estratégia dos preços baixos. Abriram uma loja que oferece serviços premium. Assim ela não compete com as cafeterias menores. Não em um primeiro momento, mas já há planos de expansão da rede por lá.
Os italianos, pelo visto, não botam muita fé nos produtos da Starbucks:
Tanto a Amazon quanto a Starbucks estão colocando em risco um elemento-chave que foi fundamental para escrever a sua trajetória de sucesso.
A forma das empresas se sentirem seguras é crescendo e se blindando às ameaças da concorrência. Quem não cresce no passo certo, fica para trás e sofre as consequências de suas apostas malfeitas.
E, deve-se registrar, como qualquer companhia, geram novos empregos e pagam impostos. Seu crescimento se reverte em melhorias para a sociedade, de alguma forma.
Não sou bairrista e muito menos nacionalista. Acho que precisamos derrubar nossas barreiras e entrar, cada vez mais, em contato com novas culturas. Viva a globalização!
Mas acredito que seja possível a coexistência de grandes empresas em expansão e a preservação das tradições e costumes, seja ler um bom livro deitado na rede ou tomar um expresso forte tirado na cafeteria despadronizada do bairro.
Sei que no mundo das cifras graúdas não há espaço para humanismos e gentilezas. Mas eu, como um bom idealista, gostaria muito de ver as big corporations aplicando um empreendedorismo mais responsável e consciente. Aguardo o pós-capitalismo.
O que você pensa sobre a estratégia da Amazon e da Starbucks?
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Então sugiro a leitura dos livros mencionados no texto: A Loja de Tudo (link afiliado) e Em Frente! (link afiliado) para conhecer mais sobre as empresas.
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