Os modelos de colaboração entre redes de pessoas e instituições são uma tendência forte hoje em dia, entretanto não representam um conceito novo. Desde os tempos do escambo, a partir do momento em que existe uma relação de confiança, pode haver uma co-laboração ou permuta.
O fenômeno de possibilidades que a tecnologia e a internet abrem, tem um impacto intenso nas relações sociais, no empreendedorismo e também nas relações profissionais. São criadas outras formas de fazer motivadas pela vontade de realizar algo em conjunto, trazendo vantagens para todos e inclusive incentivando a redução do consumismo. As necessidades se conectam com as habilidades, sem necessariamente ter uma transação financeira envolvida.
As startups Airbnb e Uber trouxeram uma visão similar, rompendo com o formato tradicional e se utilizando fortemente do design de serviços para proporcionar experiências diferenciadas. O resultado é uma adesão imensa e também uma grande polêmica gerada por questões como regulação e livre concorrência.
Do ponto de vista do profissional freelancer, esse formato mais aberto e colaborativo representa um espaço enorme para realizar atividades em que pode-se contribuir, experimentar, aprender, e de quebra obter uma maior viabilidade econômica. Pessoas que decidem seguir um caminho alternativo ao sistema empregatício tradicional muitas vezes encontram uma eficiência maior no modelo colaborativo e criativo.
O freelancer tem espaço para empreender, economizar e ampliar o networking. Os próprios espaços de co-working materializam o conceito de compartilhamento – nesse caso de um espaço de trabalho onde os benefícios e experiência podem ir além de apenas um “escritório temporário”. É também uma forma de expandir a conexão em rede e ter acesso direto a múltiplos atores. Por exemplo, um web designer freelancer em algum momento precisará contar com um web developer, um fotógrafo e vice-versa. São inúmeras as possibilidades.
Para muitos, é tempo de fazer a diferença e as pessoas estão enxergando isso. Abrem-se as oportunidades e quem se descobre em algum caminho “autônomo” precisa se reinventar, surfando na onda de toda mudança que o mundo está vivendo, fazendo valer a sua “autonomia”. A troca de prestação de serviços consolida a visão de que juntos podemos ser mais fortes e realizar muito mais do que apenas entregar um trabalho. A atividade tem o poder de conectar pessoas, interesses, culturas e experiências.
Viajar para outros países também passa a ser algo possível e viável para o freelancer que deseja viver a experiência dos nômades digitais. Recentemente conheci um site que me fez abrir a mente sobre tudo isso. O Worldpackers, proporciona essa oportunidade para profissionais autônomos. O serviço conecta as necessidades com as soluções. Lá você pode viajar para diversos lugares do mundo, obtendo hospedagem, alimentação e outros benefícios em troca de prestar serviços de acordo com suas habilidades.
Em momentos da minha carreira como freelancer, utilizei do modelo colaborativo e isso fortaleceu bastante a conexão entre os envolvidos. Um fato muito interessante que podemos observar nesse movimento é o ressurgimento da confiança como elemento que estabiliza as relações. Para funcionar bem é preciso ter total responsabilidade e comprometimento, de ambos os lados.
Não sabemos o futuro do modelo colaborativo e as implicações que podem ocorrer, mas imaginando isso em uma escala ampla e variada, seria uma revolução do ponto de vista econômico e das relações sociais. Em tempos que se fala de crise econômica, o freelancer tem em suas mãos a possibilidade de criar e experimentar os mais diversos formatos livrando-se de padrões estabelecidos para alavancar sua carreira profissional e experiências de vida.
Todas as informações contidas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não necessariamente refletem a opinião do site. Quer publicar suas ideias no Aparelho Elétrico? Colabore.