Levei bastante tempo para descobrir um propósito verdadeiro na minha vida profissional.
Foram mais de dez anos, desde a escolha por um curso universitário, graduação em Direito e atuação como advogado, até finalmente descobrir que nada disso realmente me fazia feliz.
Quando cheguei a esse período de autodescoberta, percebi que levaria um bom tempo para construir uma carreira em outra área, sem falar que minha zona de conforto (tempo, dinheiro e diversão) deveria ceder lugar a um novo projeto profissional.
Tenho 34 anos, ainda dependo do meu emprego como advogado e estou na busca por um “ofício” que me traga dinheiro, satisfação pessoal e qualidade de vida.
Mas por que lhe contei esse pequeno resumo da minha vida? Porque quero abordar um aspecto psicológico que se origina dessa encruzilhada:
Você é um realista pessimista ou um realista otimista?
A sua idade, o tempo que já passou, as contas do mês, o restaurante, o barzinho no fim de semana e aquela viagem tão sonhada, tudo isso pesa diante do pensamento “eu tenho que sair daqui!” que surge quando estamos de saco cheio com a rotina e as importunações de um trabalho que não se ama.
Ao mesmo tempo, costumamos ser sempre muito céticos sobre a situação do mercado de trabalho, a economia e as oportunidades lá fora.
“Tudo está tão certo e seguro onde estou, então para que arriscar?”
Há algum tempo, fui apresentado aos termos “realista otimista” e “realista pessimista”. Fiz uma pesquisa a respeito e descobri que alguns autores como Caroline Webb tratam desse assunto nos campos da psicologia, neuroeconomia e filosofia do sucesso.
Realista pessimista
É a pessoa que dá aos obstáculos e dificuldades um peso maior na balança, ignorando as chances de um projeto dar certo simplesmente por elas serem menores, se comparadas com aqueles fatores externos.
Realista otimista
É a pessoa que não ignora uma coisa nem outra. Ela sabe que os obstáculos e dificuldades são grandes e às vezes incontáveis. Contudo, sabe também que o acaso pode agir em seu favor.
A esse fenômeno, dá-se o nome de “serendipidy” em inglês. Mas o que significa?
O New Oxford Dictionary define “serendipidy” como “a ocorrência e o desenvolvimento de eventos, por acaso, de forma satisfatória ou benéfica, entendendo o acaso como qualquer evento que acontece na ausência de qualquer projeto óbvio (aleatoriamente ou acidentalmente)”.
Isto não quer dizer que não devemos ter nosso planejamento e propósito bem definidos, trabalhar duro neles e aperfeiçoá-los conforme o tempo. Muito pelo contrário.
O que se deve interpretar desse conceito é que cada passo, cada decisão, cada abordagem, cada networking, curso, aula, link, pesquisa, leitura etc etc etc, devem ser compreendidos como uma possível janela ou brecha para novas e incontáveis possibilidades.
Ao procurar por uma coisa, pode-se deparar com algo melhor ainda! Não é uma questão de fé ou de sorte, mas algo científico.
Quanto maior o número de tentativas, maiores são as probabilidades de algo positivo resultar delas. É preciso dar chance ao acaso.
Mas o que fazer quando o caminho ainda não está claro?
Por mais caótico que possa parecer, é durante o processo de descoberta e/ou de procura que nos vemos diante de coisas ainda mais fantásticas.
No meu caso, minha jornada de autodescoberta se iniciou ao perceber que eu queria ser um profissional autônomo, escolher meus horários, trabalhar remotamente e me sentir apaixonado por um “ofício”.
“Beleza, eu não me sinto bem aqui e tenho alguma ideia do que quero. Mas o que devo fazer?”
Comecei a pesquisar por alternativas de trabalho remoto e, entre as opções que achei, descobri o marketing digital. Gostei da ideia de trabalhar com isso, mas ela ainda era muito vaga.
Fiz alguns cursos (fundamentos de marketing, Facebook Ads, Google Adwords, Google Analytics, etc) e decidi que me tornaria um consultor de marketing.
Logo após, veio a experiência de alguns jobs com Adwords e Facebook Ads nas minhas horas vagas, o que me animou, mas não me deixou extremamente empolgado.
Foi só um tempo depois que eu me identifiquei com a profissão que almejo agora: redator freelancer!
Trabalhar com escrita e com temas e abordagens variados me parece um trabalho dos sonhos, e vejo cada vez mais que existe muito mercado para isso!
Como se pode ver, a ideia de me tornar redator ainda não havia se apresentado claramente, mas eu já estava em uma busca insaciável por coisas novas, que nem vislumbrava antes.
Demorou, mas finalmente me vi ciente do que eu realmente quero para meu futuro profissional.
Que lição posso tirar disso?
Se o caminho a ser trilhado ainda não está claro, faça um exercício mental de exclusão. Faça uma lista das coisas que você não quer na sua vida profissional e parta daí.
Seja realista, mas não deixe de sonhar e de nutrir esse sonho, por mais vago que ele seja. Dê chance ao acaso!
Obviamente, eu não trouxe aqui nenhuma fórmula, solução ou ideia brilhante para você que, assim como eu, está num processo de transição e/ou de autodescoberta.
O que espero desse artigo é ter trazido um ângulo diferente para se encarar as coisas e um espaço para debater essa fase de nossas vidas.
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Todas as informações contidas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não necessariamente refletem a opinião do site.
Fazer artigos diariamente, para as mais variadas empresas e nichos, com muita atenção para não cometer erros de português e com todo o cuidado para deixá-los atrativos e otimizados para SEO, é realmente muito desafiador.
Pelo menos pra mim, apesar de ser um trabalho muito prazeroso e que me trouxe grande satisfação profissional (se eu parar pra contar sobre a minha total falta de propósito com o meu emprego anterior vocês não iam acreditar!).
Mas o que me intriga é:
Como alguns desses profissionais podem trabalhar por tão pouco?
Foi pensando nisso que resolvi parar para escrever aqui!
Espero que as minhas ideias ajudem na reflexão sobre a importância do trabalho do redator e também sobre o valor que ele pode ter para o cliente!
O que pode levar o redator a cobrar pouco?
Acho que essa resposta é muito individual e depende do contexto de cada profissional.
Fora isso, o conceito de muito e pouco pode ser bem diferente para cada pessoa. Mas o pouco a que me refiro aqui é pouco mesmo, ao ponto de não pagar o mínimo de despesa do profissional.
Não que eu cobre um valor super alto ou que o meu trabalho esteja em um nível mega extra plus superior, até porque não faz muito tempo que eu embarquei nessa, mas considerando os preços que tenho visto no mercado, achei interessante propor essa reflexão.
Mas não, nem sempre eu pensei assim. Só que depois de estudar, de ler livros de empreendedorismo, de escutar alguns podcasts – inclusive o do Aparelho Elétrico – comecei a ter uma visão completamente diferente do meu trabalho.
Basicamente, passei a ver o valor daquilo que eu entregava e entendi que esse valor merecia um reconhecimento por parte do cliente.
Percebi também que se ele não reconhece isso, com certeza vai acabar me dando um bocado de trabalho. E no final das contas foi exatamente isso que aconteceu com alguns por aí.
Bom, eu acho que a reflexão aqui é:
Será que nesse caso não é melhor abrir espaço para clientes que realmente veem valor no nosso trabalho?
Encher a agenda de demanda e ganhar aquele pouquinho no final do mês talvez não seja a estratégia mais eficiente, não acha?
Mas será que nós mesmos vemos o valor que tem a nossa entrega?
Somos capazes de fazer um bom texto, atrativo, que promove o negócio do cliente, que vai ainda com as técnicas de SEO e que tem mais um monte de coisas que ajudam ele a ganhar autoridade, a ser visto pelo público, a conquistar acessos no blog e até a fechar mais vendas?
Será que temos noção do valor que isso tem? O cliente paga pouco, mas e nós, ganhamos o que? Qual é a contrapartida dessa parceria? Ou será que na verdade não é uma parceria?
Mas tem um lance aqui que também é importante. Será que precisamos aprimorar os nossos conhecimentos e nos capacitarmos? O nosso artigo atende as necessidades do cliente?
Também não adianta a gente aumentar o preço se antes temos que aprender mais para aí sim darmos o nosso melhor e encantarmos a pessoa que nos contrata.
Mas se nos capacitamos, fazemos cursos, lemos artigos e livros, ouvimos podcasts e fazemos bons textos otimizados e de acordo com aquilo que o cliente precisa, talvez seja hora de revermos o nosso preço…
Será que o redator acha que o seu trabalho na verdade não tem valor?
Esse é um ponto bem interessante.
Eu acho (e só acho porque nunca fiz nenhum tipo de estudo sobre isso) que tem tanta gente aceitando trabalhar por pouco, que o cliente acabou “entendendo” que é assim que funciona. Vai saber?
Resultado? O redator tem medo de cobrar mais e ficar sem cliente!
Eu já passei por isso, aceitei alguns jobs por um preço menor. Mas na hora que eu entendi o valor do meu trabalho, revi completamente a tabela de preços.
E quando eu percebia que o cliente não ia fechar comigo porque achava que o preço estava alto, me dava aquela vontade louca de aceitar, e algumas vezes eu realmente aceitei.
Só que no final das contas, quando pesava tudo isso na balança, percebia que não valia a pena.
Outros que pagavam o meu preço me valorizavam muito mais. Então eles são especiais? Na verdade não. Esses clientes apenas viram o preço e entenderam que valia a pena pagar por ele. E aí a relação começou saudável e na base da parceria.
Aquele que ficou pedindo desconto, que disse que o meu preço estava muito acima dos demais redatores, que não concordava em pagar e mais um monte de coisas (caso verídico, já escutei tudo isso), me deu uma baita canseira. E esse estresse realmente não vale a pena. Acabei tendo que “demitir” o cara, literalmente!
O que eu quero dizer com tudo isso? Se você acha que vale a pena pegar o job, tudo bem, mas será que não é melhor gastar energia em busca do cliente que vê valor no seu trabalho?
Onde será que está esse cliente? Vale a pena fazer um portfólio? E um blog? Tem divulgado os seus artigos? Já pensou em criar uma fanpage no Facebook? Usa o Linkedin? Quais plataformas para freela são legais? Compensa uma campanha no Google Adwords?
Como eu consegui ver o valor do meu trabalho?
A primeira coisa que eu fiz para enxergar valor no meu trabalho foi escolher alguns profissionais para acompanhar.
O pessoal dos podcasts do Aparelho Elétrico são algumas dessas pessoas. Acompanho outras poucas, todas empreendedoras e com uma visão de crescimento, de desenvolvimento, de superação de obstáculos, de tentar de novo e coisas assim.
A maioria delas passou por momentos de fracasso, mas também de superação. E isso tudo me inspira demais!
Fora isso, esses profissionais são muito competentes e realmente deram certo nas suas empreitadas.
Enfim, a minha dica é: escolha alguns profissionais para você acompanhar, que façam podcasts ou que tenham blogs com informações que te ajudem a refletir, amadurecer e aprender.
Não recomendo sair atirando pra todos os lados porque eles podem pensar diferente uns dos outros e a chance de você começar a ficar confuso é muito grande. Então, escolha alguns que acha que “combinam” com você e vai em frente.
Fora isso, gostaria de recomendar um livro que me ajudou muito a rever a minha forma de pensar, e não só com relação ao valor do meu trabalho, mas a um monte de outras coisas. Talvez você até já tenha ouvido falar, chama Mindset: A Nova Psicologia de Sucesso, da Carol Dweck.
Não se preocupe que ele não é um livro de autoajuda não. Na verdade, o exemplar nos leva a reflexões sobre a nossa vida pessoal e profissional.
Bom, pra você entender um pouco, depois de muitos estudos, Carol definiu dois mindsets, o fixo e o de crescimento.
No fixo você acredita que já nasceu com as suas habilidades, então, se quiser desenvolvê-las, esqueça!
Já no de crescimento você acha que qualquer habilidade pode ser desenvolvida, desde que treine e exercite essa habilidade.
Depois que eu li esse livro passei a ficar em uma constante busca pelo mindset de crescimento, o que tem feito muita diferença na minha carreira.
Mas o que isso tem a ver com o tema?
Tem tudo a ver. Com um mindset de crescimento somos capazes de arriscar uma negociação de preço com o cliente porque passamos a ter mais resiliência (capacidade de sair rapidamente da situação difícil e ir atrás de novas possibilidades) na hora que ouvimos um “não quero te contratar porque o seu preço está alto”.
Conseguimos ver que o nosso trabalho tem realmente valor e começamos a correr para encontrar o cliente que também vê esse valor.
Fora isso, esse tema está muito relacionado com o nosso desenvolvimento enquanto profissionais.
Pense comigo: se você acha que nunca vai ter determinada habilidade, então acaba não indo atrás de desenvolvimento. Ao passo que se acreditar que é capaz de evoluir, passa a buscar alternativas e, consequentemente, vai aprender e crescer.
Enfim…
Espero ter conseguido propor a reflexão que tanto queria.
Mas eu gostaria muito de saber o que os outros freelas que acompanham o Aparelho Elétrico pensam sobre essa questão dos preços e do valor. Comentem aqui?
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Nos dias de hoje, o redator freelancer que fala inglês, ou mais precisamente que escreve bem em inglês, leva vantagem sobre seus colegas redatores que falam somente português.
Além de ter acesso a um mercado gigante (o mundo todo!) que está preparado para trabalhar com freelancers, tem o fato de ganhar em moedas estrangeiras (dólar, euro, libra, etc), o que facilmente triplica ou quadruplica os seus ganhos.
Eu comecei a trabalhar como redator em 2013 pelo antigo Elance, que se juntou com o Odesk e hoje em dia se chama Upwork. O meu primeiro cliente pagava $30 por artigo e todo o processo era muito fácil, nunca mudavam nada e nem pediam revisões.
Desde então, já escrevi para vários websites diferentes e cheguei a receber mais de $300 por apenas um artigo. Hoje em dia tenho uma seleção de clientes, incluindo websites que contribuo frequentemente, plataformas de trabalho freelance (focadas em redação e copywriting), e estou sempre mandando sugestões de pauta para novos sites para os quais quero escrever.
Se você já é um redator freelancer, escreve razoavelmente bem em inglês (ou está disposto a melhorar), e quer fazer parte dessa mamata, aperte os cintos e vamos lá!
Infelizmente se você não fala nem escreve nada em inglês, vai ser praticamente impossível almejar uma carreira com clientes estrangeiros. No entanto, caso seja um redator excelente, nada impede de colaborar com alguém que possa traduzir os seus textos do português para o inglês.
O Henrique já escreveu um texto ótimo sobre o assunto, Como aprender inglês sozinho para começar a faturar em dólar. De todas as dicas, o foco principal tem que ser na escrita, obviamente. Apesar de eu já ter tido várias reuniões por Google Hangouts ou Skype com alguns clientes, na maioria das vezes, toda a comunicação se dá por e-mail.
Outro ponto importante é que além de escrever bem (ideias, estilo, voz, etc) a sua gramática tem que ser impecável.
Não esqueça que você estará disputando com freelancers Americanos, Ingleses, Australianos (dentre outros) cuja língua materna já é o inglês.
Então, por exemplo, é necessário saber as diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano. Palavras como memorise, labour, e dreamt (inglês britânico) mudam para memorize, labor e dreamed (inglês americano).
Também não podemos esquecer das expressões. Se você escrever para um público norte americano, eles provavelmente vão entender a expressão “It’s not my cup of tea” (inglês britânico), mas vão saber que (teoricamente) não foi um americano que escreveu.
Parece besteira, mas basta ler textos na internet escritos por portugueses (cidadãos de Portugal) para entender o que estou falando. Falamos a mesma língua, no entanto as expressões, estilos, e até preferência gramaticais são bem diferentes.
Você vai ter que aprender sobre os diferentes estilos adotados por cada website/publicação. O mais utilizado é o AP Style (Associated Press Stylebook), mas também existe o Chicago Manual of Style.
Pra piorar, às vezes os websites criam as suas próprias regras e se você for escrever para eles tem que respeitá-las. Dá uma olhada no Style Guide do BuzzFeed e da BBC, por exemplo, e vê se você consegue encontrar as diferenças.
Possibilidade de ganhar mais e em moedas estrangeiras
Como mencionei logo acima, os ganhos de alguém que recebe em moedas fortes estrangeiras vai ser claramente maior do que alguém que só recebe em reais. Se você ganha R$15, R$30, ou $60 por artigo, pode de uma hora para outra passar a ganhar £15 (~R$66), $30(~R$96), ou €60 (~R$235). Nada mal né?
E, ao meu ver, os benefícios vão muito além do câmbio favorável.
Posso contar um segredo? Nunca escrevi para um website brasileiro! Já tive um texto republicado no Catraca Livre, mas só isso. Todos os meus clientes são estrangeiros.
Por quê?
Pois o processo não é simples e também existe muito “QI” (quem indica). Sendo assim, só contribui quem conhece alguém que gerencie o website ou tenha contatos bons. Não estou dizendo que é impossível, é simplesmente complicado.
Agora, de cabeça, me diga quantos websites brasileiros você conhece que aceitam textos de colaboradores? Além do Aparelho Elétrico? =] !
O mercado internacional não só está preparado para trabalhar com freelancers, como também respeita o profissional. Uma pessoa que deseja trabalhar como redator pode começar imediatamente, basta encontrar os sites sobre os assuntos nos quais é especializada (ou não!) e começar a escrever.
Bom – quase – imediatamente. Antes temos que aprender o conceito de pitch.
O conceito de pitch e as plataformas para freelancers
Eu imagino que muitos redatores freelancers brasileiros hoje em dia trabalhem com plataformas. Acredito que raramente encontrem um website que gostem, mandem uma sugestão de pauta e comecem a contribuir com artigos. Ou estou errado?
Normalmente, no mercado internacional, as plataformas de trabalho freelance para redatores não são tão lucrativas, mas pelo menos garantem uma quantidade de trabalho consistente. Na maioria das vezes pagam entre $8 a $30 por um artigo de 500 palavras.
Você recebe um “briefing” com título, assunto, palavras chave, e links com informações extras para te ajudar. A grande questão é que você não tem que pensar muito, tudo vem de mão beijada.
O problema é que por causa disso eles pagam menos e você não recebe a “byline”. É uma forma de “ghostwriting”, pois você não será o autor do artigo. Você está basicamente entregando os direitos autorais do artigo e não vai nem poder colocá-lo no seu portfólio.
O pitch simplesmente significa “sugestão de pauta”. Quando você encontra um website que aceita colaboradores, eles normalmente colocam no “writer guidelines” os tipos de assuntos que querem receber, mas quem apresenta a ideia é você. E apresentar uma ideia é uma arte.
Pitch vem de “sales pitch”. Você não está somente apresentando a ideia, você está vendendo o seu artigo. Então jamais envie um e-mail dizendo “Gostaria de escrever um artigo sobre o Rio de Janeiro.” Isto não é um pitch e o seu e-mail vai ser ignorado.
É importante escolher um ângulo para a sua pauta. Então, se fosse melhorar a sugestão anterior, poderíamos mudar para “Os 10 melhores blocos de Carnaval no Rio de Janeiro e os 5 piores”. Percebe que ainda estamos falando do Rio de Janeiro, mas o assunto é bem mais específico? E ainda mais importante, é oportuno, considerando que o Carnaval acontece daqui a um mês.
Depois de apresentar a sua ideia, você deve explicar porque é a melhor pessoa para escrever esse artigo (é carioca, conhece bem o carnaval, sabe de algo que ninguém sabe, etc) e depois colocar links para textos seus em outros websites que sejam relacionados com o assunto (sobre o Rio de Janeiro, sobre o Carnaval, etc).
Se você não tem algum texto em inglês, comece escrevendo alguns textos no Medium sobre assuntos que você domina. Depois tente sugerir pautas para websites pequenos que aceitem colaboradores. E quando se sentir mais confiante e tiver um portfólio legal, mande pautas para os grandes websites.
A grande vantagem de mandar pitches, se comparado às plataformas para freelancers, é que você pode ganhar muito mais dinheiro e o seu nome vai estar no artigo! No entanto, a competição é acirrada e você tem que se acostumar com rejeições, pois isso vai ser parte do seu dia a dia.
Não se esqueça que se você encontrar um website que não tenha uma seção “Write for us”, você mesmo assim pode mandar um pitch. Demonstre os benefícios de contratar um redator freelancer. Você pode falar dos seus serviços e/ou como os seus artigos vão trazer mais tráfego para o cliente.
Veja alguns exemplos para te ajudar nessa abordagem:
Se você quer criar uma carreira de sucesso como redator freelancer é imprescindível usar um editor, principalmente porque o inglês não é a nossa língua materna. Por mais fluente que seja, você raramente vai escrever perfeitamente.
A razão de eu mencionar o editor é simplesmente porque os redatores freelancers nativos também utilizam. Você não estará somente competindo com alguém que domina completamente o inglês, mas com quem também paga pessoas para tornar os seus textos impecáveis.
Claro que nem todas as pessoas usam editores, mas raramente encontro um texto escrito por não-nativos que não tenha pelo menos um errinho. Se eu, que já escrevo em inglês há um tempo, sempre cometo erros, imagina alguém que está apenas começando?
Às vezes você só precisa que um nativo leia o seu texto para rapidamente identificar o que está errado. Muitas vezes o problema não é gramatical, mas algumas expressões não fazem sentido na língua inglesa e precisam ser mudadas. Basta utilizar qualquer plataforma de freelancers para encontrar um nativo disposto a editar o seu artigo por $5-$10.
Pelo menos no início da sua carreira, vale investir num editor e ter certeza que os seus textos não contêm erros, do que mandar artigos mal escritos para um website e iniciar um relacionamento com o pé esquerdo.
[Vale lembrar que aqui estou falando de quem edita os textos dos redatores. Não confunda com editores de websites, que são quem recebe os pitches e decide o que vai ser publicado ou não]
Ferramentas que ajudam o redator
Agora vou apresentar a vocês algumas ferramentas que tornam a vida do redator freelancer mais fácil. Os assuntos variam desde escrever títulos melhores até páginas com muitas informações pertinentes. Aí vai:
Grammarly – Essencial para encontrar erros gramaticais. Vale lembrar que essa ferramenta não é perfeita, mas já ajuda um bocado;
Hemingway App – Ernest Hemingway é conhecido pela sua escrita concisa. Ele conseguia escrever sobre assuntos extremamente complexos, mas usando estruturas e vocabulários que até crianças poderiam entender. Esse site te ajuda a usar palavras mais simples, usar a voz ativa ao invés da passiva, e te diz se você está repetindo demais as palavras;
The Open Notebook Pitch Database – Site incrível onde você pode ver o pitch que foi aceito e o artigo que foi escrito. Dá pra ver que quando o redator já tem uma relação com a publicação, o pitch é sucinto, mas se é o primeiro contato, eles seguem aquele formato que mencionei acima;
Who Pays Writers – Este é um website ótimo onde os redatores divulgam quanto ganharam por cada artigo publicado. Isso ajuda novos redatores que estão mandando pitches para websites e não sabem exatamente quanto eles pagam;
37 essential freelance writing terms you need to know – Aqui está um glossário de termos utilizados no mundo de redatores freelancers. Neste post também se fala de muitos termos utilizados no mercado impresso, como jornais e revistas;
Earn your first $1,000 challenge – Este foi um desafio que participei em 2016, mas que ainda é muito relevante. O autor, Bamidele Onibalusi, é um redator freelancer de sucesso da Nigéria. Ele queria provar que é possível ganhar $1000 em 60 dias sem usar a sua reputação. Então mudou o seu nome e começou do zero.
Finalizando o Post
Você não vai começar a ganhar $50+ por artigo da noite pro dia. É necessário praticar muito até se sentir confiante ao ponto em que pode escrever um artigo em inglês como se estivesse escrevendo em português.
Gostaria de relembrar que a carreira do redator freelancer envolve muita (muita!) rejeição. E ser rejeitado não significa que a sua ideia é ruim. Pode ser somente o caso de que, de repente, um outro redator mandou pitch igual na semana anterior, ou o seu e-mail foi esquecido na caixa de mensagens. Às vezes você realmente tem uma ideia incrível, mas o seu pitch não foi forte o suficiente pra vender o artigo.
O essencial é saber que qualquer pessoa que escreve relativamente bem em inglês tem a chance de criar uma carreira de sucesso. As suas experiências, o seu país, e os seus pensamentos são únicos e os editores de websites querem exatamente as pessoas que podem contar essas histórias.
É impossível dar todas as informações necessárias para se criar uma carreira de sucesso escrevendo em inglês, mas espero ter mostrado um pouco de como o mercado internacional trabalha com os redatores freelancer.
Boa sorte!
Você já pensou em oferecer seus serviços de redação em inglês?
Conta pra mim nos comentários, quero muito saber sua opinião sobre o assunto.
Todas as informações contidas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não necessariamente refletem a opinião do site. Quer publicar suas ideias no Aparelho Elétrico? Colabore.