Girlboss lança alternativa ao LinkedIn, com foco em mulheres millennials

A empresária Sophia Amoruso, fundadora da marca de roupas Nasty Gal, lançou, no último final de semana, uma rede alternativa ao LinkedIn, voltada para mulheres da geração X. A plataforma integra a Girlboss, sua startup de mídia que atende, prioritariamente a este público. A novidade foi anunciada durante a quinta edição da conferência Girlboss Rally, realizada em Los Angeles.

“O sentimento do evento é algo que eu queria estender além de dois dias do ano. […] Sempre quis fazer algo que pudéssemos dar à nossa comunidade e às mulheres em geral, 24 horas por dia, sete dias por semana”, disse Amoruso à Fast Company. Assim, surgiu a ideia de criar uma rede profissional mais moderna e “amigável para millennials”.

Com o slogan “uma rede profissional para a nova era”, a plataforma está em fase beta e, nela, empreendedoras, criativas e freelancers podem conectar-se entre si e consumir conteúdo de membros notáveis, como Beth Comstock, Arianna Huffington e Bozoma St. John.

Para a empresária, o perfil é uma versão atualizada e mais abrangente do currículo. “Espero que as mulheres possam compartilhar não apenas o que fazem, mas quem são, e trazer um senso de sua personalidade, aspirações e coisas de que realmente se orgulham a seus perfis. […] Há um senso de leveza. Este não é um ambiente de rede profissional rígido e obsoleto”, comentou.

O acesso à plataforma Girlboss — nome que também intitula o memoir de Sophia Amoruso (link afiliado) — é gratuito e qualquer pessoa pode participar da rede. Segundo a FC, com o objetivo de incentivar conexões mais significativas, os membros só poderão enviar uma solicitação de conexão por dia e devem deixar suas intenções explícitas ao fazê-lo.

A rede está disponível como um aplicativo web, no site Girlboss.com, mas os aplicativos móveis já estão sendo desenvolvidos.

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Marcas de bebidas alcoólicas usam marketing de “bem-estar” para chamar a atenção dos millennials

Millennials são conhecidos, entre outras coisas, por suas escolhas de estilo de vida inusitadas em relação às gerações anteriores. De acordo com uma análise feita pela empresa de finanças pessoais NerdWallet, a partir de uma pesquisa de gastos do consumidor da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos de 2017, eles estão gastando menos dinheiro com bebidas alcoólicas.

Na verdade, os millennials continuam investindo cerca de 1% de suas rendas em álcool. Porém, estão optando por bebidas como vinhos e destilados em detrimento da cerveja. Além disso, muitos estão flertando com a ideia de abandonar as bebidas alcóolicas e aderir a experiências de bem-estar, como SPAs de luxo. Todas essas mudanças vêm causando uma crise na indústria de bebidas e muitas empresas começaram a direcionar o marketing para essas prioridades, a fim de capturar o mercado.

Uma empresa que está investindo na tendência é a GEM&BOLT, uma marca de mezcal artesanal que anunciou a adição de um ingrediente chamado damiana em suas bebidas. “No reino das plantas medicinais, a damiana é prescrita como um antidepressivo natural, regulador de humor e órgão tônico. […] Também é usado para promover o bem-estar sexual geral em homens e mulheres”, disse Elliott Coon, co-fundadora da empresa, ao Business Insider.

Embora a planta tenha sido historicamente usada por suas propriedades medicinais, há poucas evidências científicas que comprovem sua eficácia no tratamento dessas condições. Para a empresária, no entanto, os millennials são a geração que exemplifica uma mudança em direção ao que chama de “consumismo consciente”, que “[…] certamente parece abraçar o conceito de ‘teu corpo é teu templo’”.

Vinho e cerveja

No nicho dos fermentados, os vinhos naturais ou “vinhos crus” — que dizem ser feitos com menos produtos químicos e processamentos, tendo menor probabilidade de causar ressaca — estão se popularizando. A Dry Farm Wines, por exemplo, é uma empresa que afirma oferecer vinhos naturais sustentáveis de alta qualidade e que atendem a um “rigoroso padrão de saúde”.

Segundo o site da marca, os vinhos contêm menos de 1 grama de açúcar por litro, têm baixo teor de carboidratos, além de serem “puros, artesanais e deliciosamente limpos”. A empresa também afirma que o teor alcoólico reduzido (entrem 10% e 12,5%) dá um “buzz melhor e mais limpo”. Novamente, de acordo com o BI, não há pesquisas científicas que corroborem as afirmações.

No caso das cervejas, as marcas estão se voltando para a recuperação de atletas, o autocuidado e a otimização física de maneira geral, como a Sufferfest Beer Company, que tem focado em praticantes de esportes ao fazer o marketing dos seus produtos. As fórmulas da empresa incluem ingredientes como sal, potássio, magnésio (como as bebidas esportivas), pólen de abelha, sal marinho e sementes de chia.

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De onde vem o interesse quase “religioso” dos millennials pelo trabalho?

Já parou para pensar em como você se apresenta quando conhece alguém? Geralmente, usa-se o nome e, em seguida, a profissão ou o lugar onde você trabalha. Principalmente se você tem menos de 40 anos. De acordo com um estudo recente do Pew Research Center, jovens estão se interessando menos por religiões e, consequentemente, transferindo seus sensos de comunidade, sentido e identidade para o trabalho.

Em reportagem para a Fast Company, o jornalista Jared Lindzon apresentou dados e argumentos que tentam identificar as origens e razões dessa tendência. Para Rachel Bitte, que é chefe de pessoas do software de recrutamento Jobvite — que recentemente publicou se relatório anual Job Seeker Nation —, colocar tantas expectativas no trabalho pode ser algo “fora da realidade”.

“Temos vidas espiritual e física, gostamos de ter estímulos intelectuais em nossas vidas, temos nossas comunidades e nossas famílias e amigos; os seres humanos são complexos, e ter um equilíbrio realmente saudável requer todos esses componentes. […] Esperar que tudo isso venha do seu trabalho pode ser uma expectativa irrealista”, ponderou.

Segundo Lindzon, ao longo da história, o trabalho era, geralmente, considerado um fardo e um meio para um determinado fim. O lazer, por sua vez, era não só a recompensa do trabalho, mas, também, a base da cultura e da sociedade. “Como resultado, muitos previram que a riqueza individual levaria a mais tempo de lazer, enquanto a riqueza da sociedade diminuiria a duração do dia de trabalho, eventualmente eliminando-a completamente”, escreveu.

Mas, o que aconteceu foi exatamente o contrário. De acordo com uma pesquisa compilada pelo jornalista da Atlantic, Derek Thompson, que também é autor do livro Hit Makers (link afiliado), em 2005, os 10% mais ricos dos homens casados dos Estados Unidos trabalhavam a maior média de horas já registrada. Em 1980, a média era a menor. “Eu sempre fui curioso sobre esse fenômeno; por que os ricos estavam optando por comprar mais trabalho, já que podem comprar o que quiserem? […] Ocorreu-me que eles estavam colocando o trabalho no topo do pedestal, e esse grupo de elites americanas […] tinha essencialmente substituído uma definição antiquada de Deus por uma nova definição de divindade, que foi o trabalho” contou à FC.

Insustentável

Para o professor de estudos do lazer da Universidade de Iowa e autor do livro Free Time: The Forgotten American Dream (link afiliado), Benjamin Hunnicutt, uma sociedade construída unicamente sobre o trabalho não se sustenta. “Trabalhar por definição, no mercado — que é um lugar de competição — é difícil [encará-lo] como um lugar que me parece para a cooperação, para a generosidade e doação, para a realização de toda a nossa humanidade. […] Por definição, até mesmo os melhores de nossos trabalhos são sobre competição, de superar as pessoas ao nosso redor”, argumentou.

Para ele, uma sociedade que elogia o trabalho é implacável em relação ao mundo natural e às outras pessoas. Muitos estudos, inclusive, apontam que o culto exagerado ao trabalho estaria por trás de muitas das tendências negativas que afetam os millennials e os trabalhadores de forma mais ampla.

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O workaholismo de performance virou tendência?

#ThankGodIt’sMonday, #RiseandGrind, #hustle. Vira e mexe, essas e outras hashtags “motivacionais” aparecem nos feeds de Instagram de empreendedores, empresários e freelancers. Esse apego pelo excesso de trabalho parece ter se tornado uma constante entre millennials. E é isso o que a jornalista Erin Griffith, especializada em startups e capital de risco, questiona em artigo recente para o New York Times.

Griffith parte de um acontecimento, a priori, corriqueiro para iniciar suas argumentações. Em setembro de 2018, um usuário do Twitter postou uma foto de uma sala da WeWork, uma empresa global de coworking, na qual o recipiente com água saborizada contém a frase “não pare quando se cansar, pare quando terminar” entalhada nos pepinos.

https://twitter.com/StevieBuckley/status/1040185357948608513

“Bem-vindo à cultura da pressa (hustle culture)”, escreve a jornalista. “Ela é obcecada com esforço, implacavelmente positiva, desprovida de humor, e – uma vez percebida – impossível de escapar”. Para ela, isso gera uma glorificação da ambição, que deixa de ser um meio para se alcançar um objetivo e passa a ser um estilo de vida.

Na página “Sobre” da produtora de conteúdo One37pm, por exemplo, está escrito: “O estado atual do empreendedorismo é maior que a carreira. É ambição, coragem, pressa. É uma performance ao vivo que ilumina a sua criatividade… uma sessão de transpiração que envia suas endorfinas […]”.

Ela destaca, ainda, uma sequência de tweets publicada por Elon Musk em novembro de 2018, aonde, para divulgar oportunidades de emprego de suas empresas, afirma: “Há lugares mais fáceis de trabalhar, mas ninguém mudou o mundo em 40 horas por semana. […] Mas, se você ama o que faz, (na maioria das vezes) não parece trabalho”.  

A jornalista questiona que, por esse ponto de vista, parar de se trabalhar não é uma opção e todas as demais atividades realizadas por uma pessoa, como se exercitar ou ir a um show, só são válidas se tiverem o propósito de inspirá-la no trabalho. Eventualmente, ela define esse comportamento como “workaholismo de performance”.

Os outros lados da moeda

Griffith comenta que o fato de nunca ter agradecido a chegada de uma segunda-feira poderia torna-la uma “traidora para sua geração”, mas são argumentos para mostrar os fortes traços de fraude dessa mentalidade são nada menos que sólidos. Para ela, “[…] convencer uma geração de trabalhadores a trabalhar duro é conveniente para quem está no topo”.

Seu ponto de vista é corroborado pela fala do empresário David Heinemeier Hansson, co-fundador do software de planejamento Basecamp. “A grande maioria das pessoas que batem os tambores da hustlemania não são as que estão, de fato, trabalhando. São os gerentes, financistas e proprietários. […] É sombrio e explorador”, afirmou em entrevista.

O pesquisador Aidan Harper, criador da campanha Demand a 4 Day Week na Europa, define o excesso de trabalho como algo desumanizante e tóxico. “Isso cria a suposição de que o único valor que temos como seres humanos é nossa capacidade de produtividade – nossa habilidade de trabalhar em vez da nossa humanidade”, disse à jornalista.

No final das contas, Erin Griffith conclui que essa cultura do trabalho excessivo e da pressa em ser bem-sucedido chegou a um ponto curioso: “A dura realidade de 2019 é que implorar a um bilionário por um emprego via Twitter não é considerado embaraçoso, mas uma maneira perfeitamente plausível de progredir. […] Se estamos condenados a trabalhar até morremos, nada nos impede de fingir que gostamos disso. Até mesmo nas segundas-feiras”, finaliza.

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