Revista Época estreia coluna semanal sobre a indústria da cannabis

A indústria da cannabis está em franco crescimento ao redor do mundo, com muitos países ou estados legalizando o uso medicinal ou recreativo da planta. Com isso em mente, a revista Época estreou, na semana passada, uma coluna dedicada ao tema. Assinado por Denis Russo Burgierman, o espaço visa investigar as mudanças que esse novo mercado trará ao mundo.

No primeiro artigo, intitulado “Como a indústria da cannabis transformará o mundo”, o jornalista comentou as motivações que levaram à criação da coluna: “Quer apostar comigo sobre qual vai ser a próxima grande onda a balançar o mundo? Anota aí e pode vir me cobrar depois: nenhuma indústria crescerá tanto na próxima década ou nas próximas duas quanto a da maconha”, escreveu.

Segundo ele, “a indústria global de produtos legais feitos com as plantas do gênero cannabis, que praticamente não existia uma década atrás e ano passado movimentou 11 bilhões de dólares, segundo estimativas da consultoria especializada Arcview, superará os 40 bilhões ao ano em apenas cinco anos. Em mais uma década, estima-se que a maconha legalizada fará uns 130 bilhões de dólares girarem a cada ano. Há quem fale numa indústria trilionária no horizonte”.

Nesse sentido, o espaço visa investigar como esta movimentação financeira em torno da planta afetará o mundo em vários campos, como a medicina, a cultura, a sociedade, a geopolítica, o universo profissional e o comércio internacional.

Vários lados da moeda

Burgierman reitera que o caso da cannabis é excepcional, tanto por não ser uma grande descoberta tecnológica (logo, não é cara e inacessível), quanto por já vir carregada de vários estigmas.

Sobre isso, ele explica: “O objetivo desta coluna não é convencer você de nada. Não é ser contra nem a favor. É contar para você, semana após semana, a história fascinante dessa imensa onda que vai mudar tanta coisa no mundo a partir de agora, queiram os legisladores brasileiros ou não. E ajudá-lo a entender essas mudanças – e, quem sabe, a beneficiar-se delas. Que venha a onda então”.

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Consumo de cannabis é crescente entre praticantes de exercícios, revela estudo

A prática de exercícios, especialmente os que exigem grande esforço, pode ser marcada por dores, desgaste, ansiedade e batalhas psicológicas. Diante disso, uma nova pesquisa conduzida pela Universidade do Colorado, em Boulder, mostra que 82% dos usuários de maconha em estados onde a cannabis é legalizada nos Estados Unidos a utilizam uma hora antes ou até quatro horas depois de se exercitarem.

Segundo o estudo, muitos atletas afirmam que a droga — e suas várias ramificações — podem suprimir a náusea, aliviar a ansiedade, melhorar o humor, diminuir a dor e a inflamação e reduzir o tédio de atividades como maratonas e corridas de longa distância. Quase 80% dos 600 usuários de maconha que responderam à pesquisa disseram acreditar que o consumo da cannabis acelera a recuperação dos músculos, 70% afirmaram que ela torna seus treinos mais agradáveis e mais de 50% revelaram que ela melhora a motivação em relação à atividade.

“Foi surpreendente ver o que as pessoas disseram. […] Eles não apenas a usam imediatamente antes ou depois do exercício, mas percebem esses impactos positivos”, comentou a professora de Psicologia e Neurociência do Instituto de Ciência Cognitiva da CU Boulder e principal autora da pesquisa, Angela Bryan, à publicação Elemental. Ela explica, ainda, que não há como afirmar que esses benefícios são reais, devido às restrições federais a investigações sobre os reais efeitos fisiológicos do uso da maconha.

No entanto, a pesquisadora nota que nos nove estados (além do Distrito de Columbia) onde o uso recreativo da cannabis é legalizado — e onde os participantes da pesquisa viviam — estão entre os mais ativos fisicamente no país. Alguns deles são Califórnia, Colorado, Massachusetts, Oregon e Washington. Dessa maneira, as descobertas contradizem a imagem do “stoner sedentário”, largamente disseminada pela cultura pop.

Surpresa

De fato, o que motivou a pesquisa de Angela Bryan foi a preocupação de que o uso crescente de maconha poderia piorar a obesidade e outros problemas de saúde causados pela inatividade e o sedentarismo. Porém, o que ela descobriu foi que os entrevistados que disseram usar maconha, geralmente, se exercitam 43 minutos a mais por semana do que as pessoas que afirmaram não utilizar a droga.

“Quando você vê cannabis em filmes, é um garoto de 22 anos no sofá jogando videogames. […] Com a diversidade de usuários que vem com a legalização, esse é um estereótipo que não é mais tão preciso, se é que já foi”, ponderou a professora.

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Vendedores de cannabis dos EUA se preparam para o “4/20 Holiday”

O termo 4/20 (também conhecido nas versões 420 e 4:20) é frequentemente associado ao consumo de maconha. Tanto que o dia 20 de abril é conhecido nos Estados Unidos como “Weed Day” (Dia da Erva) ou “Pot Day” (Dia da Maconha). Mas, como o consumo de cannabis vem sendo gradualmente legalizado por lá, a data deixou de ser um “stoner holiday” e se tornou uma ocasião cada vez mais socialmente aceita. Como esperado, isso tem impulsionado a indústria.

Segundo matéria da Forbes, 20 de abril é o maior dia do ano para os vendedores de cannabis e como neste ano o feriado cai num sábado, o movimento deve ser ainda maior. A previsão é da empresa Headset, que oferece uma espécie de analytics das vendas de maconha no país. Segundo a repórter Julie Weed, foram reunidos “dados de vendas ao redor da temática 4/20 pelos últimos quatro anos de lojas parceiras nos estados de Washington, Califórnia, Nevada e Colorado”. Foram catalogados mais de 330 mil produtos e registrados mais de 4,5 bilhões de dólares em transações.

A Flowhub, uma empresa de gerenciamento de estoque e vendas do Colorado, por sua vez, prevê que as categorias mais populares do feriado serão os itens facilmente compartilháveis e mais acessíveis aos consumidores mais jovens, como as flores desidratadas, os comestíveis e os joints pré-rolados. Dados apontam, também, segmentos variados de consumidores, como baby boomers voltando a consumir a cannabis (ou consumindo pela primeira vez) e os membros mais velhos da Geração Z (atualmente com 21 ou 22 anos).

Para Tim Moxey, fundador das balas Mr. Moxey’s Mints, o 4/20 começou como uma forma das pessoas demonstrarem suporte à legalização, agora é mais uma celebração da cannabis. “Mas, é importante refletir no passado e nos lembrarmos que ainda é ilegal a nível federal e a jornada ainda não terminou”, disse. O empresário encoraja as pessoas a usarem o dia para mostrar que a maconha “pode realmente ser parte da vida de qualquer pessoa”, finalizou.

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Nova Zelândia aprova leis para viabilizar acesso à maconha medicinal

O governo da Nova Zelândia acaba de aprovar uma lei que vai viabilizar o acesso de pacientes de doenças crônicas à maconha medicinal. A medida, que visa que essa liberação seja cada vez mais abrangente, se concretiza após anos de campanha dos neozelandeses que defendem a droga como única maneira de gerenciar a dor. É previsto, ainda, que pacientes terminais possam usar a cannabis sem a possibilidade de acusação judicial.

O ministro da saúde, David Clarke, afirmou ao The Guardian que as evidências de que a maconha medicinal ajuda a mitigar a dor dos enfermos são pertinentes. “Pessoas chegando ao fim de suas vidas não deveriam ter que se preocupar em serem presas por tentarem administrar sua dor. […] Esta é uma legislação empática e cuidadosa que irá fazer uma real diferença na vida das pessoas […]”, comentou.

A nova lei pode, também, abrir o caminho para que empresas do país fabriquem produtos com a maconha medicinal para os mercados nacional e internacional, o que tem sido percebido como uma potencial “virada de mesa” para as comunidades Maori, que visam transformar a indústria ilegal numa operação promissora e legalizada.

Referendo

A aprovação da lei chega a público antes do planejado referendo sobre o uso recreativo da maconha, que deve acontecer nos próximos 2 anos. “Agora nós estamos apenas 2 passos atrás do resto do mundo quando se fala em leis sensíveis em relação à cannabis e, com a proximidade do referendo, estamos no caminho para nos tornarmos um exemplo de como fazer isso da maneira certa”, disse a gerente da campanha #makeitlegal, Sandra Murray, ao The Guardian.

O uso da maconha é comum na Nova Zelândia e a polícia é notada por não engajar contra o uso recreativo de pequenas quantidades da droga. De fato, alguns políticos do país já admitiram abertamente terem usado na juventude.

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Produção artesanal pode ser o caminho para a indústria da maconha nos Estados Unidos

Nos últimos anos, o processo de legalização da maconha tem sido pauta recorrente nos Estados Unidos. Atualmente, o cultivo, comércio e consumo da planta, para uso medicinal, é legal em 31 estados, no Guam, em Porto Rico e no Distrito de Columbia. Para uso recreativo, a legalização chegou a 10 estados, o Distrito de Columbia e várias reservas indígenas. Portanto, apesar de ainda ser ilegal a nível federal, a indústria da maconha já começa a crescer e se formar no país.

Recentemente, o professor de Direito da Universidade de Concordia, no estado de Idaho, Ryan Stoa, lançou o livro Craft Weed: Family Farming and the Future of the Marijuana Industry (link afiliado), no qual discute, num mundo onde a maconha é legalizada, que existem maneiras de manter a produção sustentável e local, sem que ela se torne um produto massivo e genérico (o que chama de Big Marijuana).

Em entrevista ao site The Verge, Stoa explicou que a ideia para o livro surgiu quando percebeu os conflitos relacionados à água que surgiram no Nordeste da Califórnia quando o estado legalizou a maconha. Para ele, a “cannabis, como indústria, está evoluindo muito rapidamente”, e muito do processo de agricultura da planta não tem regulamentação. Isso pode fazer com que os legisladores moldem a maneira como a planta é industrializada no país.

Variedade

Stoa não descarta a possibilidade de que a indústria da maconha seja povoada por players corporativos, que comercializem o produto em larga escala. No entanto, ele destaca a variedade da planta como um ponto a favor dos pequenos produtores. “Existem diversas plantas de cannabis diferentes, cada ‘tipo’ tem características distintas para o consumidor e requer seu próprio método de cuidado”, explicou. Para ele, isso dificultará a hegemonia das grandes corporações.

O professor compara o modo de produção da maconha ao das cervejas artesanais. Ao mesmo tempo em que há grandes empresas produzindo cervejas genéricas e vendendo a preços mais baixos, há vários pequenos produtores que conseguem se manter no mercado com uma produção menor e mais cara, porém, diversificada.

Outro método regulador defendido por Stoa é parecido com o sistema de denominação praticado com vinhos, que protege a produção por designar, nos rótulos, o local da produção. Segundo ele, assim “diferentes regiões poderiam ter seus próprios produtos […]. Certamente, alguns vão querer a maconha mais cara, mas à medida que o mercado amadurecer, você verá o mercado para o ‘consumidor apreciador’ emergir mais ainda. Há várias razões para pensar que um modelo de maconha artesanal é possível”, concluiu.

Brasil

Enquanto os EUA discutem a industrialização da maconha, o Brasil está tendo dificuldades para liberar seu uso terapêutico. O Projeto de Lei do Senado 514/2017, que prevê o uso medicinal da planta segue tendo sua votação adiada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Relatado pela Senadora Marta Suplicy, o texto reitera o benefício da cannabis para o tratamento de muitas enfermidades, como autismo, epilepsia, Alzheimer, Parkinson, dores crônicas e neuropatias.

“Mais que tudo, é preciso que tenhamos empatia e nos coloquemos no lugar do outro. É assim que defendemos a verdadeira essência do cuidado em saúde, que é mitigar o sofrimento humano”, apontou a Senadora, que também pediu que o projeto seja votado na próxima sessão da CAS.

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