Startup usa micróbios para detectar manufatura antiética de sapatos

Se você parar para pensar, os sapatos que você compra online ou em lojas passam por muitos lugares até chegarem aos seus pés. Geralmente, a marca faz o design e contrata uma fábrica para manufaturar o produto e, na maioria das vezes, esse processo acontece em outros países. Nesse processo, os sapatos “pegam” traços de cada lugar por onde passaram. Isso porque todo ambiente físico no planeta tem um microbioma único (uma coleção de bactérias, fungos, vírus e outros microrganismos imperceptíveis a olho nu), que deixa uma marca em cada pessoa ou coisa que passa por ele.

Esse microbioma age como um “código de barras” exclusivo, que pode ser encontrado em cada produto e ajudar as marcas a rastrearem e verificarem seu local de origem. É isso o que a startup Phylagen vem tentando fazer. Localizada em São Francisco, sua proposta é aumentar a transparência da cadeia de suprimentos para marcas que buscam garantir que seus produtos sejam fabricados eticamente, especialmente as que dependem de mão de obra fora dos Estados Unidos.

Segundo matéria da Fast Company, muitas dessas empresas contratam fabricantes em países como a China e a Índia, que frequentemente terceirizam o trabalho para outras instalações que pagam menos aos funcionários e, até mesmo, usam de trabalho forçado ou infantil. A cofundadora da Phylagen, Jessica Green, afirma que seu objetivo é tornar essas camadas mais visíveis. “Os microbiomas da Terra são o maior conjunto de dados inexplorados do mundo. […] Poderíamos resolver problemas no terreno em grande escala se pudéssemos traduzir os microbiomas globais em um banco de dados digital que poderia ser usado por marcas, governos e consumidores”, afirma.

Na prática

O primeiro produto disponibilizado pela Phylagen é um teste forense microbiano. “[As marcas] podem puxar mercadorias da prateleira no centro de distribuição e, em seguida, tirar uma amostra dos micróbios em um par de sapatos ou uma camiseta usando este kit de teste e verificar, observando o código barras microbiano, se esse objeto foi ou não realmente fabricado no local indicado pelo fornecedor que a marca pagou”, explica Green.

Considerando que um par de sapatos entrará em contato com diversos microbiomas até chegar ao centro de distribuição, a Phylagen desenvolveu uma série de algoritmos capazes de capturar micróbios específicos que indicarão os lugares de origem em sua plataforma de dados. “Desenvolvemos métodos para analisar todo esse material genético e extrair o que é mais informativo para rastreabilidade”, completa.

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Marca parisiense lança tênis vegano feito de algodão

Quando o assunto é tênis, o couro é um dos materiais mais usados ao redor do mundo. Resistência, conforto e estilo são alguns dos fatores que contribuem para o uso da matéria-prima na indústria da moda. No entanto, o impacto ambiental causado pela pecuária, emissão de gases tóxicos dos curtumes e poluentes que contaminam a água durante o tingimento, têm levado muitas marcas a buscarem alternativas mais eco-friendly.

E foi isso o que a Veja, com base em Paris, fez. Na semana passada, a empresa lançou o Campo, um modelo de tênis que parece de couro, mas é feito de algodão. Fundada por Sébastien Kopp e François-Ghislain Morillion, em 2004, a marca de calçados demorou cinco anos para desenvolver o novo projeto, que faz parceria direta com produtores de algodão orgânico do Brasil e do Peru e seringueiros da Amazônia. Assim, todas as partes do tênis são de procedência ética.

Para os empreendedores, o objetivo era criar uma alternativa ao couro que não fosse feita de plástico, como muitas opções veganas do mercado. “Substituir couro com plástico não soa como uma boa solução para a gente”, disse Kopp à Fast Company. O Campo é feito de lona e encerado com um composto feito a partir de resíduos do milho. Segundo a publicação, o sapato é inteiramente feito de materiais limpos ou bio-baseados, mas sua semelhança ao couro é notória.

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Startup norueguesa de sapatos ecologicamente corretos prepara primeiro envio para fevereiro

Está agendado para fevereiro o envio da primeira remessa de sapatos da New Movements para seus clientes. A empresa cria e fabrica calçados utilizando materiais de fontes éticas, buscando colocar no mercado um produto durável, esteticamente agradável e provido de consciência ambiental. A marca, criada por Martin Evensen — que vem de uma família de sapateiros —, deu os primeiros passos com uma campanha no site de financiamento coletivo Indiegogo, arrecadando quase $ 65.000,00 dólares e atingindo 344% da meta inicial.

Evensen afirmou à FastCompany que o financiamento coletivo foi importante para o desenvolvimento do produto e seu posicionamento no mercado por ajudar a construir, ao redor da marca, uma comunidade de consumidores que se preocupam com o impacto ambiental gerado pelas peças que usam. Isso porque os sapatos da New Movements são feitos com materiais que destoam dos utilizados na produção em massa.

Matérias-primas éticas

Em vez do crômio — um produto químico tóxico —, a startup utiliza óleo vegetal natural para tingir o couro que compõe o corpo do calçado. O empresário afirmou estar consciente do impacto que o uso do couro, que requer a prática da agricultura animal, tem no meio ambiente, mas espera que a alta qualidade e a durabilidade agregada ao material após o banho de óleo vegetal diminuam a necessidade de substituição dos pares por outros novos.

Nas demais partes do sapato, são usados somente materiais recicláveis. Para as solas, a marca desenvolveu uma combinação de pneus de carros reaproveitados e solas de outros sapatos. E os cadarços são fabricados com uma fibra feita de garrafas plásticas. Além disso, os tênis são costurados ou montados com uma cola sem produtos químicos. A New Movements optou, ainda, por trabalhar com indústrias onde os operários são tratados de maneira ética, fechando negócio com fábricas de médio porte em Portugal.

Brasil

Por aqui, iniciativas semelhantes também começam a ganhar tração entre os consumidores, como a Insecta Shoes, que é uma marca de sapatos e acessórios veganos e ecológicos. Visando causar impacto visual, social e ambiental, a startup brasileira utiliza como matérias-primas algodão e garrafas PET reciclados, borracha reaproveitada, peças de roupas usadas, tecidos de reuso e resíduos da indústria têxtil. Segundo o site da marca, em um ano foram reaproveitados mais de 2.120 quilos de borracha.

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