Relatório do WeTransfer investiga de onde vêm as boas ideias

Na última quinta-feira (29/11), a WeTransfer, empresa holandesa de transferência de arquivos usada diariamente por muitos criativos, divulgou o relatório WeTransfer Ideas 2018. O estudo é uma compilação dos dados obtidos a partir de uma pesquisa respondida por 10.128 usuários do serviço via nuvem, em 143 países, sobre onde encontram inspiração para as ideias que desenvolvem.

De maneira geral, o relatório mostra que as principais referências dos criativos são suas experiências “na vida real”, como conversas com amigos, viagens, a natureza, livros, revistas, filmes, música e visitas a galerias e museus. Blogs de criatividade e redes sociais (Twitter e Facebook, principalmente) foram pouco mencionados, revelando que os espaços online para geração de ideias precisam ser melhor construídos.

Curiosamente, para 47% dos entrevistados, a ideia de inspiração instantânea, ou “momento eureca!”, não passa de um mito. Para eles, as melhores ideais surgem quando estão trabalhando. O dado faz sentido para a professora de Neurocirurgia, Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Universidade de Stanford, Lu Chen: “[…] eu concordo com eles. Você precisa engajar a sua mente numa intensidade alta para ter pensamentos significativos; previamente inexistentes. Isso não acontece quando você está totalmente relaxado […]”.

Outro ponto curioso da pesquisa é que, ao contrário do esperado, poucos criativos usam o computador ou o celular para registrar e armazenar suas ideias. Anotações com papel e caneta são a preferência de 40% dos entrevistados, enquanto 24% deles afirmaram que guardam as ideias “na cabeça”. Para a psicóloga e pesquisadora da Rand Corporation, Pam Mueller, isso acontece porque “[…] usando papel e caneta, eles processam o material mais profundamente, enquanto quando digitam, estão fazendo uma transcrição distraída do que outros podem estar dizendo a eles”.

Peculiaridade brasileira

Na parte da pesquisa que cobre os principais catalisadores da criatividade, os brasileiros revelaram um dado peculiar: 8% dos entrevistados declararam que o uso de drogas os ajuda a ter boas ideias. A média geral do estudo foi de 3%. Para a WeTransfer, isso sugere uma cena criativa de “espírito livre” no Brasil. Ao final do relatório, os artistas brasileiros Ana Elisa Egreja (artista visual), Renée Nader Messora (diretor), Pedro Bernardes (músico) e Malfeitona (tatuadora) foram apontados como novas promessas do mercado criativo.

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