O perfeccionismo é uma tendência comum no universo profissional e a busca pela perfeição é frequentemente citada em entrevistas de emprego e negociações. A fim de desmistificar a influência desse comportamento no trabalho e na vida das pessoas, um grupo de pesquisadores da Universidade da Flórida, do Instituto de Tecnologia da Georgia e da Universidade de Miami fez uma meta-análise de 95 pesquisas sobre o tema, datadas desde 1985.
O estudo, publicado em outubro do ano passado — e que rendeu, também, um artigo na Harvard Business Review, lançado no último dia 27 de dezembro —, conclui que os perfeccionistas se motivam e se engajam mais em suas tarefas profissionais, mas que isso pode ter um alto custo, como altos níveis de estresse, ansiedade acentuada e risco de ‘burnout’ (ou desgaste mental, em tradução livre).
Segundo a pesquisa, não foram encontradas relações práticas entre o perfeccionismo e o desempenho profissional, de modo que o comportamento não influencia na qualidade do trabalho. No entanto, foram identificados dois tipos de perfeccionistas: os que demandam altos padrões de excelência de si mesmos e os que apresentam uma “aversão a falhar na busca por ótimos resultados”, afirmam os pesquisadores no artigo da HBR.
Profissionais do primeiro tipo, geralmente, apresentam as boas características do perfeccionismo — mais motivação e disposição para o trabalho —, enquanto os do segundo tipo estão mais vulneráveis às desvantagens — mais estresse e ansiedade. Além disso, o estudo mostra que as novas gerações são mais perfeccionistas que as anteriores, o que aponta para a necessidade de gestores atentos a esta tendência.
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