A problemática em torno do lixo plástico foi um dos grandes debates mundiais de 2018, especialmente no que diz respeito aos descartáveis. Não é à toa que a palavra “single-use” (uso único) foi eleita a palavra do ano pelo Dicionário Collins, dos Estados Unidos. Segundo o relatório New Plastics Economy (Nova Economia do Plástico), divulgado pela Fundação Ellen MacArthur no início de 2016, caso a produção e uso continue no ritmo atual, em 2050 haverá mais plástico que peixes no oceano.
Diante do alerta, o Programadas Nações Unidas para o Meio Ambiente e a ONG World Resources Institute (WRI) fizeram uma pesquisa em 192 países que documenta as medidas adotadas para regulamentar a produção, venda, uso e descarte de produtos de “uso único”. De acordo com o relatório, até julho deste ano, 127 países (66% dos entrevistados) apresentaram ao menos alguma política que regula as sacolas plásticas.
De fato, alguns países já discutem o uso excessivo de sacolas descartáveis desde o início dos anos 2000. Outras medidas adotadas nesse aspecto são a limitação da distribuição gratuita das sacolas, a taxação da produção e cobrança de um pequeno valor para que o consumidor possa usá-las. Em 27 países, as iniciativas se estendem ao uso de utensílios de cozinha e canudinhos descartáveis. Outros 23 países possuem centros de coleta onde os cidadãos que retornam itens plásticos, como garrafas, recebem pequenas quantias de dinheiro.
Microesferas
Apesar de mostrar avanços nas medidas para redução das sacolas e garrafas plásticas, o relatório da ONU e da WRI revela que muito precisa ser feito em relação às microbeads, ou microesferas. Segundo matéria da FastCompany, as microesferas são “partículas de plástico manufaturadas –não maiores que um milímetro – que são comumente encontradas em produtos de beleza e de limpeza”. De acordo com a publicação, por não serem facilmente visíveis, as microesferas, que carregam ingredientes químicos que fazem mal à saúde, podem ser ingeridas por humanos e animais.
Rio de Janeiro
No Brasil, o Rio de Janeiro é um dos destaques nas regulamentações contra o lixo descartável. Em julho, o município foi o primeiro do país a aprovar a “Lei do Canudinho”, que exige a substituição dos canudos de plástico pelos de vidro, inox, bambu ou biodegradáveis em estabelecimentos alimentícios. Depois de alguns meses em vigor, no entanto, a regulamentação está sendo rediscutida devido ao aumento do uso do copo descartável.
Apoie o Aparelho Elétrico
O Aparelho Elétrico é um veículo independente que informa, qualifica e inspira microempreendedores criativos. Seja da Liga e nos ajude a continuar este trabalho.
Compartilhe ❤
Se você acha que esse conteúdo é útil, compartilhe ele nas suas redes sociais e ajude o Aparelho Elétrico a continuar publicando conteúdo relevante e gratuito.