Como o Obama se mantém calmo sob pressão

No decorrer de seus dois mandatos presidenciais nos Estados Unidos, Barack Obama se tornou conhecido por sempre se portar de maneira calma e comedida. Não por acaso, a mídia norte-americana o apelidou de “no drama Obama” (ou “Obama sem drama”, em tradução livre), expressão que nem sempre foi usada de maneira gentil.

Em sua fala na conferência X4 Summit, realizada pela empresa de software Qualtrics, em Salt Lake City, Utah, na primeira semana do mês, o ex-presidente revelou que existe alguma verdade no apelido. No entanto, segundo ele, mesmo parecendo calmo, frequentemente agonizava por medo de cometer algum erro, principalmente quando era mais jovem.

“Eu tenho um temperamento equilibrado e não fico muito nervoso ou muito apático, mas isso não significa que durante toda a presidência e toda a minha carreira profissional não tenha havido momentos em que eu fiquei paralisado [pelo pensamento], ‘Cara, não quero estragar tudo. Não quero decepcionar as pessoas. Não quero ser visto como alguém que errou ou falhou’”, disse.

No discurso, Obama contou que, em seu segundo mandato, passou por um “derramamento de medo” que o ajudou a ter um melhor desempenho. “Não há dúvida de que, no momento em que eu estava no meu segundo mandato, eu era um presidente melhor do que no primeiro e não tinha nada a ver com análise ou política. […] Tem a ver com o que vem com qualquer carreira — seja esporte ou ensino ou o que for — você lida com repetições suficientes e se familiariza com a natureza dos problemas, então começa a se concentrar na tarefa e não em ‘como você está fazendo a tarefa’ e a autoconsciência vem com isso”, explicou.

Segundo matéria do Business Insider, as técnicas usadas por Barack Obama para lidar com grandes responsabilidades sobre pressão são: passar bastante tempo no “modo aprendiz” e coletar informações de pessoas que sabem mais que você; focar na tarefa que está fazendo, dar o seu melhor e acreditar que erros acontecerão para que você possa aprender com eles; não encher a cabeça com o que dizem sobre você (bom ou ruim), fazer com o que o trabalho seja sobre o trabalho, não sobre você.

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Perfeccionismo não melhora a relação com o trabalho, aponta pesquisa

O perfeccionismo é uma tendência comum no universo profissional e a busca pela perfeição é frequentemente citada em entrevistas de emprego e negociações. A fim de desmistificar a influência desse comportamento no trabalho e na vida das pessoas, um grupo de pesquisadores da Universidade da Flórida, do Instituto de Tecnologia da Georgia e da Universidade de Miami fez uma meta-análise de 95 pesquisas sobre o tema, datadas desde 1985.

O estudo, publicado em outubro do ano passado — e que rendeu, também, um artigo na Harvard Business Review, lançado no último dia 27 de dezembro —, conclui que os perfeccionistas se motivam e se engajam mais em suas tarefas profissionais, mas que isso pode ter um alto custo, como altos níveis de estresse, ansiedade acentuada e risco de ‘burnout’ (ou desgaste mental, em tradução livre).

Segundo a pesquisa, não foram encontradas relações práticas entre o perfeccionismo e o desempenho profissional, de modo que o comportamento não influencia na qualidade do trabalho. No entanto, foram identificados dois tipos de perfeccionistas: os que demandam altos padrões de excelência de si mesmos e os que apresentam uma “aversão a falhar na busca por ótimos resultados”, afirmam os pesquisadores no artigo da HBR.

Profissionais do primeiro tipo, geralmente, apresentam as boas características do perfeccionismo — mais motivação e disposição para o trabalho —, enquanto os do segundo tipo estão mais vulneráveis às desvantagens — mais estresse e ansiedade. Além disso, o estudo mostra que as novas gerações são mais perfeccionistas que as anteriores, o que aponta para a necessidade de gestores atentos a esta tendência.

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Estudos científicos indicam a melhor maneira de começar o dia

Criar hábitos produtivos é um tópico frequente na atualidade. Com o acesso facilitado a uma quantidade de informação cada vez maior, muitas pessoas buscam novas maneiras de aproveitar melhor seus dias. Para muitos cientistas, tudo começa com a rotina matinal. Em artigo recente para a revista Inc., Marcel Schwantes, coach e criador do site Leadership From The Core, mostrou como essas pequenas atitudes diárias podem afetar os nossos dias e como a ciência explica esses efeitos.

Acordar cedo, por exemplo, “tem suas vantagens. Os que levantam cedo são conhecidos por procrastinar menos comparado a quem fica acordado até muito tarde da noite”, afirmou. Outro ponto destacado pelo profissional é a prática de exercícios físicos logo de manhã. “[…] uma curta explosão de energia em uma atividade cardiovascular […] pode ser tão efetiva quanto um antidepressivo”.

Manter um journal (diário) para processar os pensamentos e fazer jejum intermitente também fazem parte, de acordo com o artigo, de uma rotina matinal cientificamente comprovada. O journal porque nos ajuda a entender os nossos pensamentos com mais clareza. E o jejum — que, basicamente, significa “pular” o café da manhã —, reduz a inflamação do corpo, controla os níveis de triglicérides e colesterol, impulsiona a atividade cerebral e previne doenças neurodegenerativas.

Agendar as tarefas diárias é outro ponto importante. Schwantes cita o professor Cal Newport, autor do livro Trabalho Focado. Como Ter Sucesso em Um Mundo Distraído (link afiliado), que defende um calendário detalhado de atividades para catalisar a concentração. Segundo Newport, o “scheduling te força a confrontar a realidade de quanto tempo você, de fato, tem e quanto tempo levará para fazer as coisas”.

Por fim, é preciso praticar a mindfulness, um tipo de meditação. Vários estudos científicos comprovam que esta é uma das melhores maneiras de gerenciar a ansiedade. E isso pode ser feito toda manhã por 5 ou 15 minutos. A ideia é se sentar e se concentrar no agora, focando na respiração e aceitando os pensamentos e sensações que aparecerem. “Essa técnica te ajuda a ‘sair da própria cabeça’, pensar mais claramente e remover julgamentos da sua cabeça”, concluiu Schwantes.

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Profissionais de sucesso podem usar a insegurança como motivação

Profissionais bem-sucedidos, geralmente, passam uma imagem implacável, de autoconfiança indestrutível e absoluta certeza de cada manobra de carreira. Isso é especialmente comum no ambiente corporativo, marcado pela competitividade e pela excelência. No entanto, muitas dessas pessoas são movidas por uma forte crença de que não são “boas o suficiente” para ocupar os cargos que ocupam.

É o que concluiu a professora da Cass Business School, no Reino Unido, Laura Empson, em seu último livro Leading Professionals: Power, Politics e Prima Donnas (Lideranças Profissionais: Poder, Política e Prima Donnas, em tradução livre) (link afiliado). A pesquisadora, que também atua na Harvard Law School, nos Estados Unidos, passou 25 anos estudando sobre liderança e empresas prestadoras de serviços, como escritórios de advocacia, consultorias e bancos de investimentos.

Capa do livro Leading Professionals de Laura Empson

Em sua pesquisa, Empson afirma ter ouvido várias pessoas bem-sucedidas, ambiciosas e aparentemente confiantes se definirem como inseguras. Segundo ela, esse fenômeno se forma, normalmente, na infância, ao se passar por experiências de insegurança psicológica, financeira ou física.

Tais experiências deixam marcas que se manifestam e fazem com que a pessoa se dedique exageradamente ao trabalho. Por exemplo, uma criança que vê a família passar por uma falência ou situação de pobreza súbita, tende a acreditar, quando adulta, que poderá reviver o trauma, apesar de ter total estabilidade financeira.

Autocontrole

Em artigo publicado pela BBC, Laura Empson destaca algumas maneiras de lidar com a insegurança. Ela destaca que “há pouco a fazer para controlar essa sensação. No entanto, você pode mudar a forma como responde a ela”. Em primeiro lugar, é importante reconhecer os gatilhos que desencadeiam a ansiedade. O segredo é observar os comentários e atitudes de colegas no dia a dia e fortalecer as defesas psicológicas.

Além disso, é preciso adotar uma definição própria de sucesso e aprender a não se importar com opiniões alheias. Escolher um trabalho que traga satisfação pessoal também é um ponto válido para diminuir o estresse e a insegurança. Por fim, a professora sugere que profissionais bem-sucedidos celebrem o próprio sucesso e reconheçam o esforço feito.

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