Como escrever me faz uma profissional melhor

Semana passada me peguei lendo uma pesquisa feita em Harvard na área de neurociência. Era durante o horário de trabalho e não estava procrastinando nenhum job, estava pesquisando para um artigo sobre a importância da identidade visual no branding de uma empresa. Sempre tive interesse em ciências mas, não sendo esta minha área de atuação, sempre achei difícil encontrar tempo para ler mais sobre o assunto. Até começar a escrever.

Sempre gostei de escrever mas apenas recentemente comecei a escrever sobre design ou sobre meu trabalho. Eu tinha um bloqueio. Achava que não tinha o que dizer sobre estes assuntos. Pelo menos, nada que fosse interessante o suficiente para que alguém quisesse ler. Então o Medium apareceu, alguns colegas me encorajaram e um dia tive uma ideia para um artigo, “Divagações sobre originalidade e inovação“, escrevi e publiquei rapidamente. 

O texto foi bem recebido, pela minha microscópica audiência (basicamente minha família e amigos :p), com algumas recomendações e compartilhamentos. Mas isso não foi o mais importante. O mais importante foi a sensação de ler e reler aquele artigo e perceber que eu tinha conseguido construir uma argumentação em torno de uma ideia. Para terminar o artigo, eu fiz uma rápida pesquisa por algumas citações e biografias e de repente estava lá no Medium: meu ponto de vista, construído com base na minha experiência, na minha percepção e na minha pesquisa.

Desde então, decidi incluir a escrita como parte da minha rotina. Não foi nada fácil – e continua não sendo até hoje. Mas comecei a perceber como as coisas necessárias para conseguir manter um calendário constante de artigos também são coisas que me fazem uma profissional melhor.

 

Observar

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Uma das minhas grandes dificuldades era pensar em temas para os artigos. Como arrumar assunto sempre? A resposta na verdade é simples e conectada a algo muito importante para o design e para a criatividade: observar.

Para mim, em termos práticos, significou apenas tomar pequenas decisões para trazer meu foco para o tempo presente. Passei a definir horários e rotinas para ler coisas que me interessam, visitar lugares que me inspiram, assistir produções que me divertem.

Neste mundo em que vivemos, superpopulado de informações, é comum nos sentirmos pressionados a estar sempre por dentro das últimas novidades. Ao menos, eu sei que me senti assim por muito tempo.

Mas ao invés de ceder à pressão, escolha de forma consciente quais coisas você quer consumir. Faça escolhas e dedique tempo à elas ao invés de abrir 10 abas no navegador, andar sem prestar atenção ou fazer maratonas infinitas de Netflix.

Depois será necessário dar-se tempo para digerir o que consumiu. É difícil encontrar este tempo se você está sempre correndo atrás da próxima novidade.

 

Organizar

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Outra grande dificuldade que tinha era organizar as ideias. Muito se fala em como é difícil – e necessário – tirar as ideias do papel. Mas eu não conseguia nem mesmo colocar elas no papel. Elas vinham e iam embora e eu ficava com aquela sensação de nunca ter tempo de dar atenção à elas.

Achava que se não fosse atrás de uma idéia imediatamente, eu perdia o momento. Se não escrevesse na hora em que a inspiração baixasse, eu a perdia. Mas isso não é nada prático. É irreal pensar em uma ideia ou inspiração como esta criança mimada que demanda atenção irrestrita naquele momento ou então não brinca mais.

Passei então a organizar minhas ideias como documentos. Não quis fazer uma lista porque eu acabo nunca voltando à elas. Minhas listas sempre foram o lugar em que minhas ideias iam para morrer. Decidi criar um novo documento para cada ideia de artigo no Google Drive. Eu crio um documento em branco, escrevo o título ou a ideia principal para aquele artigo e salvo.

Para mim, esta estratégia fez diferença pois agora eu tenho uma folha em branco para preencher com o restante daquela ideia. Pode parecer bobagem, mas o simples fato de mudar minha percepção sobre a folha em branco, mudou minha forma de abordar a criação e a escrita. A minha folha em branco deixou de ser um algoz exigindo novas ideias e passou a ser um espaço disponível para o que eu tivesse a dizer no momento.

Quando chega o momento da minha rotina em que devo escrever, abro um dos documentos e começo. A inspiração costuma me ver brincando assim e aparecer.

 

Pesquisar

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Tem uma coisa que eu tenho gostado demais neste processo de incluir a escrita na minha rotina: a pesquisa. Ela foi a resposta para um outro bloqueio que eu tinha:

“Será que eu tenho conhecimento suficiente para falar sobre isso?”

A resposta para esta pergunta normalmente é: não.

Mas o problema não está na resposta, mas na pergunta. Encontrar a pergunta certa também mudou minha percepção sobre criar e escrever:

“Que conhecimento deste assunto eu tenho para poder escrever?”

Não preciso saber de tudo para escrever, posso escrever sobre o que eu sei. Se no meio do processo encontrar lacunas neste conhecimento, e sempre encontro, basta pesquisar (três vivas ao Google!).

Foi assim que passei a assistir diversos TED Talks, ler mais artigos e pesquisas – científicas e de marketing. Obter mais conhecimento passou a ter hora e propósito na minha rotina. Não é mais “tenho que estudar isso”, e sim “preciso descobrir esta informação para terminar de escrever este artigo”. Bem mais assertivo, não?

 

Analisar

Durante toda minha vida de profissional criativa, sempre brinquei que adoro “lamber minha cria”. Adoro ficar olhando o que eu criei. No começo, são só amores e aquela sensação muito legal de ter construído algo. Minhas criações são como filhos que coloquei no mundo. Mas como todo filho, sempre chega o momento de deixar a segurança de casa e partir pra vida.

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É nesta hora que tudo muda. Minha criação saiu da segurança do meu pequeno mundo e foi encarar o mundo real. Eu passo a enxergá-la em outro contexto, passo a enxergar outras forças e outras fraquezas. Percebo melhor onde fui bem e onde poderia ter melhorado. Por vezes, o processo pode ser caótico ou dolorido, mas ele sempre resulta em algo interessante. Ele me coloca de volta naquele primeiro passo que tomei para escrever mais: observar.

E então alimento um ciclo virtuoso. Escrever sempre me faz escrever mais.

 

Liberdade

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Se tem algo poderoso no ato de escrever é sua capacidade de te dar liberdade. Eu comecei a escrever este artigo sentada na rodoviária enquanto aguardava um ônibus que me levaria a uma reunião de trabalho, livre das restrições de horário ou local de trabalho. Ao colocar todas estas idéias no papel, minha mente ganhou espaço livre para outras idéias. Ao publicar este artigo, eu me liberto da ansiedade de criar. Está aí, está feito.

Se minhas idéias ajudarem outras pessoas, ficarei muito feliz. Se não ajudarem, continuo livre para escrever o quanto mais quiser. Uma mente livre é mais criativa, tem mais espaço para novos conceitos e tem asas para voar por novas rotas. E isso, definitivamente, me torna uma profissional melhor.

A primeira vez que recusei um projeto

O maior insumo para o trabalho criativo é informação. E informação precisa ser comunicada – dita, ouvida e entendida. A cada projeto, ganho mais experiência e fico mais convencida disto. Uma boa troca de informações é a base fundamental para um bom projeto.

Pensando nisto, vou moldando meus processos. Sempre converso com futuros clientes antes de enviar uma proposta. Meu próprio modelo de proposta tem uma parte que se assemelha a uma carta, que explica quais os passos para fecharmos o negócio e começarmos a criar.

 

Mas nem só de projetos bem sucedidos vive o freelancer. Esta é a história de como recusei um projeto pela primeira vez.

Bom, na verdade eu já tinha recusado projetos antes. Mas era por conta das circunstâncias e não uma escolha. Projetos que eu não podia cumprir o prazo, por exemplo. Mais recentemente, depois que decidi focar somente em desenvolvimento de marcas, já recusei projetos de site. O que torna esta história diferente é que este era um projeto cujo prazo eu podia atender e que estava dentro do meu foco. E, depois de diversas trocas de e-mail, eu disse ao cliente que eu não poderia atendê-lo.

 

Deu um baita frio na barriga. Mas por que eu recusei este cliente?

O negócio estava praticamente fechado. Proposta enviada e aceita, faltava confirmar o pagamento e marcar uma data para o início do projeto. Mas a cada interação com o cliente para tentar acertar estes últimos detalhes, o relacionamento já ia se complicando. A cada interação,  vários questionamentos sobre a minha forma de trabalhar.

 

É importante dizer que não vejo problemas no cliente questionar a minha forma de trabalho.

A comunicação inicial é para isso mesmo, para que ambas as partes saibam exatamente o que esperar do acordo do trabalho. Mas neste caso, a cada vez que eu explicava alguma parte do meu processo, o cliente retornava com mais questionamentos. Não estávamos nos entendendo. O cliente estava com pressa de iniciar e receber o trabalho, mas obviamente não estava confortável em realmente dar início ao projeto.

Neste ponto, eu faço um mea culpa. Percebo que cometi alguns erros nesta negociação em particular, exatamente por ter me afastado do meu processo habitual no início do relacionamento. De qualquer forma, a esta altura, o mal estava feito. Lá estava eu, trocando emails com um cliente que conseguia ser, ao mesmo tempo, ávido e relutante.

 

A cada mensagem, meu estômago embrulhava. Eu dizia A, ele me respondia B querendo mudar para C.  Até que eu me dei conta: “Se não conseguimos nos entender agora, antes do início do projeto, como vai ser depois? Quando eu precisar entender direitinho tudo sobre o negócio dele para poder fazer meu trabalho?”

Minha intuição estava praticamente gritando. Aquele cliente não era pra mim. Não era por questões de prazo, dinheiro ou foco. A gente não se encaixava bem, só isso. Ou, como se diz popularmente: “nosso santo não batia”.  Depois daquele processo estressante simplesmente para fechar o negócio, me parecia muito improvável que a comunicação rolasse fluida durante o projeto.

Então, tomei coragem (e o conselho de alguns amigos) e mandei um e-mail, declinando do projeto. Tentei ser o mais educada possível, explicando exatamente o que disse neste artigo, mas em outras palavras. Deixei as portas abertas, inclusive para ajudá-lo a encontrar outro profissional ou dar opiniões. Nunca recebi resposta. Mas eu até já esperava por isso, dada a minha breve experiência de relacionamento com este cliente.

Não foi fácil tomar essa decisão. Não foi fácil mandar o e-mail. E tenho que conviver com as consequências – por mais que eu tenha mantido uma postura profissional durante todo o processo, não acho que este cliente irá me indicar para ninguém. Mas eu achei melhor arriscar isto, do que arriscar todo o trauma de um projeto ruim com um resultado ruim.

 

Mas essa situação me ajudou a ganhar confiança no meu processo de trabalho. Ele faz parte do serviço que desejo oferecer e entregar aos meus clientes.

Ele não vai ser o melhor pacote para todos os clientes, mas o mais importante é que seja o melhor pacote para aqueles clientes que me escolherem como freelancer. Com estes clientes, será possível uma boa troca de informações, um relacionamento positivo e a consequência disso será um projeto muito legal e com um resultado que nós dois poderemos nos orgulhar. 

E você? Já lidou com alguma situação assim? Já abriu mão de algum cliente ou projeto por sentir que aquilo não era pra você? Como isso se refletiu na sua carreira? Conta aí embaixo!

 

Todas as informações contidas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não necessariamente refletem a opinião do site. Quer publicar suas ideias no Aparelho Elétrico? Colabore.

7 pontos positivos da técnica pomodoro no meu dia-a-dia

Já havia lido sobre a técnica pomodoro – aqui no Aparelho Elétrico e em outros blogs. Me pareceu interessante, mas eu resisti em adotá-la. Eu via um problema grave no método: me sentir interrompida. Eu detesto ser interrompida. A ideia de estar concentrada em algo e ter que parar só por que o relógio deu 25 minutos me parecia horrível.

Mas dentro do espírito de sempre tentar ser uma freelancer melhor, venci minha própria resistência, e decidi testar a técnica.

Depois de 5 meses usando a técnica pomodoro, listo abaixo os 7 principais pontos positivos que percebi no meu dia-a-dia.

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1 – Melhorou minha concentração

A técnica pomodoro realmente é uma mão na roda quando o assunto é foco. Assim que eu “dou a largada” no pomodoro, eu me concentro e não desvio o foco da tarefa. Não tem telefone, skype, email… São 25 minutos dedicados a uma tarefa. Ou seja: pomodoro rodando, foco na tarefa. Com alguns dias de prática, eu já estava no automático.

 

2 – Me ajudou a estimar e planejar melhor jobs pequenos

Eu não conseguia me livrar do péssimo hábito de dizer: “em meia horinha eu resolvo”. Não existe “meia horinha” e, na verdade, eu sempre soube disso. Mas o hábito persistia e eu sempre acabava me enrolando porque aquela “meia horinha” durava sempre mais que 30 minutos, é claro.

Quando comecei a contabilizar meus intervalos de 25 minutos, não pude mais fugir dos fatos: não há um job, por mais simples que seja, que eu termine em apenas um pomodoro. Mesmo ajustes, em materiais prontos, costumam levar mais que isso.

Muitas vezes, ao considerar o tempo para fazer ajustes, não levamos em conta todo o tempo de reler o material, revisar links, imagens e conferir se tudo foi salvo corretamente. São boas práticas para manter a qualidade e evitar erros bobos. Quando você deixa o cronômetro rodando e faz tudo isso com a calma e a atenção necessária, você logo vê que simples alterações de texto podem levar mais que um pomodoro.

Esta clareza tem me ajudado a programar melhor aquelas semanas cheias de jobs pequenos. É fácil planejar o trabalho quando você precisa terminar um ou dois jobs grandes. Mas e quando você tem uma lista de alterações, ajustes e pequenos jobs? Eu acho mais difícil prever quanto tempo exatamente vai levar tudo e a técnica tem me ajudado com isso.

 

3 – Aprendi a valorizar todos os minutos do dia

Meu dia de trabalho tem hora para acabar, sem possibilidade de extensão. Encerra no momento que meus filhos chegam da escola. Eles chegam, o trabalho termina. Antes de começar a utilizar a técnica pomodoro, quando faltavam uns 20 minutos para a chegada deles, eu pensava: “faltam só 20 minutos… com tudo isso que tenho que resolver, não vai dar tempo”. Então eu acabava indo passar o tempo no Facebook.

Quando comecei a usar a técnica, ao ver que faltavam 20 minutos para terminar meu dia, passei a pensar diferente: “20 minutos… é quase um pomodoro. Ok, vamos ver o que dá para resolver”.

Então eu começo meu último pomodoro do dia colocando foco numa única tarefa. Realmente não é muito tempo e muitas vezes eu não finalizo por completo a tarefa. Mas pense em ganhar ou perder 20, 25 minutos todo dia. Ao fim de uma semana, você pode ter produzido ou deixado de produzir por uma hora. No final das contas, tem feito uma boa diferença.

 

4 – Me deu uma forma simples de ter uma planilha de horas

Existem diversos aplicativos para se usar a técnica pomodoro. Na verdade, você só precisa de um timer e papel. Mas os aplicativos ajudam a extrair o melhor da técnica.

Eu escolhi um aplicativo super simples chamado Keep Focused (gratuito) que roda no desktop. Ao iniciar o programa, você diz que tarefa vai executar e o aplicativo fica lá contando os 25 minutos. Terminando, o aplicativo conta o tempo de pausa. Depois é só começar o ciclo de novo.

O aplicativo mantém um log em TXT (sim, ridiculamente simples – e é por isso que eu gosto) com todas as tarefas que você registrou, com horários e datas específicos. Pronto, simples assim resolvi a minha dificuldade em manter um log de horas para os meus jobs.

Eu já tinha tentado várias coisas – das mais complexas às mais simples. Mas todas elas contavam com um elemento problema: eu. Eu precisava lembrar de lançar minhas horas num software, numa planilha ou no papel e eu sempre esquecia. Agora o log fica lá, prontinho.

Basta eu pegar o TXT, contar quantos pomodoros eu dediquei a um job e pronto. Tenho uma noção exata de quanto tempo gastei. Com um pouco mais de esforço, eu ainda identifico cada etapa do job – “pesquisa”, “rascunho”, “criação”, etc. Obviamente isso tem me ajudado bastante a melhorar minhas estimativas para propostas e também para medir se o projeto foi lucrativo ou não.

 

5 – Me ajudou a lidar melhor com a procrastinação

Sabe aqueles dias em que está difícil manter o foco? Talvez você esteja cansado ou ansioso. Talvez esteja com preguiça ou receoso com um job difícil. Seja lá o que for, todos nós passamos por isso: o demônio da procrastinação sentadinho no nosso ombro nos fazendo perder tempo.

A Técnica Pomodoro virou minha grande aliada nestes dias. Eu simplesmente respiro fundo e “dou a largada” no pomodoro. Assim, sem pensar muito, no susto. Começam os 25 minutos que eu tenho que dedicar à tarefa que estava me assombrando. Os primeiros 5 minutos são mais difíceis, mas passado esse início, eu entro no ritmo. E assim eu vou vencendo a vontade de empurrar o job com a barriga, 25 minutos de cada vez.

É verdade que em dias assim, as pausas de 5 minutos acabam um pouco maiores… 10, 15 minutos. Mas é mais fácil se esforçar para fazer mais 25 minutos de trabalho por vez do que pensar no job como um todo. Então, mesmo com a cabeça no mundo da lua, eu consigo ter algumas horas produtivas nos meus dias de mente dispersa.

 

6 – Me deu mais tempo para as pequenas tarefas de casa

Trabalhar em home office não é só glamour, baby! Você está na sua casa então, a não ser que você pague uma empregada todo dia, tem louça suja na pia, tem roupa para lavar, tem coisas para guardar… Gerenciar o tempo para produzir no trabalho e ainda não deixar a casa virar um pardieiro pode ser bem estressante (ainda mais se você tem filhos como eu).

Com a técnica, passei a usar os intervalos para fazer as pequenas tarefas de casa. Às vezes é algo chato, como colocar roupa para lavar, por exemplo. Mas também faço coisas legais como molhar as minhas plantas, passar um tempo com os cachorros ou simplesmente aproveitar a vista da minha varanda.

Assim eu me movimento durante os intervalos – o que é bom para a criatividade, segundo essa pesquisa da Universidade de Stanford (em inglês) – e gerencio melhor o tempo dedicado ao trabalho versus o tempo dedicado as tarefas de casa.

 

7 – Ajudou a melhorar a minha saúde

Outra coisa que faço em todo intervalo é passar na cozinha e encher meu copo de água – que costumo ir consumindo durante os 25 minutos de trabalho. Beber bastante água traz diversos benefícios à saúde. Taí uma forma fácil de ficar um pouco mais saudável.

Além disso, antes de usar a técnica, eu ficava adiando a hora de comer. “Depois que eu terminar isso”, “Depois da reunião”… O resultado disso era que uma hora eu ficava com muita fome, corria até a cozinha e pegava qualquer coisa rápida para comer. O que normalmente era alguma porcaria, tipo um biscoito ou chocolate.

Com os intervalos programados, passei a fazer um esforço para lanchar mais vezes durante o dia. E também para fazer lanches mais saudáveis. Cinco minutos é tempo o suficiente para descascar uma fruta, fazer um sanduíche leve ou um chá.

Mas o melhor mesmo é quando eu termino um pomodoro e vou até a cozinha colocar pães de queijo no forno. Volto a trabalhar e, um pomodoro depois, tenho pães de queijo quentinhos pro meu lanche. Eu nem sou mineira mas acho isso bom demais da conta, sô! :)

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 Então, se você ainda não testou a Técnica Pomodoro, sugiro que você o faça! Você pode se surpreender e descobrir que ela pode fazer muito mais por você do que simplesmente melhorar sua produtividade.

 

 

 Todas as informações contidas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não necessariamente refletem a opinião do site. Quer publicar suas ideias no Aparelho Elétrico? Colabore.

Como a meditação pode ajudar na rotina do freelancer

Todos os dias somos submetidos a uma enxurrada de informações. Isto é uma característica da época em que vivemos. Mas pode ser estressante, cansativo e muito improdutivo. Fortalecer sua mente é uma forma de lidar com isso. É aí que entra a meditação.

A meditação pode te ajudar a evitar algumas armadilhas do dia-a-dia como a ansiedade, a depressão, a agitação e o cansaço mental.

 

Ah, mas eu não acredito… Isso só acontece na Nova Zelândia!

Você pensa em meditar mas acha que isso é coisa desse pessoal meio esquisito zen budista hippie vegano? Deixe disso. Medite para encontrar algo que é bom pra você, independente das crenças dos outros. O importante é você cuidar da sua mente deixando-a mais forte para encarar os desafios de ser freelancer.

Se, por outro lado, você curte essa vibe zen budista hippie vegano, aproveite que você já está em casa e adicione a meditação ao seu dia-a-dia. Vamos lá!

 

Somente uma iniciante

Antes de continuar, devo dizer que não sou expert em meditação. Muito pelo contrário, sou uma iniciante que descobriu os benefícios de meditar e deseja compartilhar sua experiência com os outros. Eu aprendi lendo artigos e participando de um grupo de meditação por algum tempo.

Se você já pensou em meditar, mas acha que não é pra você ou não sabe como fazer, este texto pode te ajudar. Não tenho muitas respostas, mas vou contar minha experiência e isso pode te ajudar a iniciar a sua.

 

O que é a meditação para mim?

Para mim, a meditação é uma forma de me sentir centrada, de alinhar minha mente e corpo.

Nessa vida corrida, cheia de compromissos que a gente leva, às vezes o corpo está em casa e a mente já está lá na reunião com o cliente. Nossa mente, muitas vezes, fica sobrecarregada de problemas, listas de coisas a fazer, diversos sentimentos – bons e ruins – e o corpo fora de prumo, sem entender muito bem por que ele ainda está ali segurando uma escova de dentes se a mente já está escrevendo a pauta da reunião…

 

Meditar para acalmar

Eu gosto de meditar antes de começar a trabalhar.

Muita gente medita cedo, logo ao acordar, mas como minha rotina matinal é intensa – preciso dar conta de acordar, vestir e alimentar duas crianças pequenas para a escola a tempo – então só consigo meditar mais tarde.

A meditação me ajuda a desacelerar da agitação da manhã e encontrar a energia que preciso para me manter focada nos objetivos e atividades do meu dia. Eu sempre me impressiono como meu coração está acelerado quando me sento para meditar. Parece que eu estava correndo, mas não – é só o corpo respondendo a agitação da minha mente.

Depois de alguns minutos minha mente se acalma e isso ajuda meu corpo a se acalmar também. E uma mente calma consegue soluções mais eficientes para as questões do dia-a-dia.

 

E como é isso de meditar?

Como eu disse, não sou expert, mas vou contar o que eu faço e como eu faço na minha meditação antes de iniciar o dia de trabalho. 

 

1. Encontro o meu lugar 

Na minha casa, tenho dois lugares onde gosto de meditar. Um é do lado de fora, sentada numa cadeira, onde posso sentir o sol ou o vento. É o meu lugar preferido. Mas quando está chovendo eu sento de pernas cruzadas sobre uma almofada dentro de casa, no sofá.

Normalmente estou sozinha, então não preciso me preocupar com interrupções de outras pessoas. Eu deixo o celular e skype no mudo para não ficar me preocupando a cada “biiipe” que eu ouvir. O importante é isso, encontrar um canto tranquilo onde você possa ficar confortável sem ser interrompido.

O mundo não vai acabar se você sumir por uns 10 minutinhos. Pelo menos, posso garantir que nunca acabou enquanto eu estava meditando.

 

2. Encontro minha posição

A primeira coisa que eu faço é tirar meus sapatos, fico mais confortável assim. É legal remover qualquer acessório que te aperte.

Sentada, eu coloco minhas mãos sobre o colo, juntas em forma de concha.

É preciso ficar confortável, mas manter a consciência corporal – perceber a coluna alinhada e ereta, braços e pernas posicionados mas relaxados.

Existem as posturas clássicas de meditação que você pode ver aqui.

Mas acho que o mais importante é você estar confortável. A postura também deve ajudar na sua respiração, que é o próximo passo.

 

3. Fecho meus olhos e respiro

Depois de encontrar um lugar e uma posição confortável, eu fecho os olhos e presto atenção na minha respiração. Tento mantê-la num ritmo constante e confortável – mas natural.

Cada um deve seguir seu próprio ritmo. Não é preciso forçar a respiração. Como comentei, nesse momento, logo percebo o quanto meu coração está acelerado. Continuo respirando de olhos fechados e ele vai se acalmando.

 

4. Mas e os pensamentos?

Meditar não é parar de pensar. É acalmar ou focar a mente.

Mas depois de todo o rito inicial, as agonias começam: “Como vou resolver aquele job?”, “Eu paguei aquela conta?”, “Ih! Esqueci de mandar o dinheiro pra escola!”.

E é exatamente este tipo de pensamento que eu quero evitar. Aqueles que me tiram do momento em que estou, me levando para situações sobre as quais eu não posso fazer nada no momento.

Se a conta está atrasada, ela está atrasada. Irei resolver este problema em seu devido tempo. O job, eu só vou poder resolver quando for a hora de começar aquele trabalho. E se eu não mandei o dinheiro pra escola, mando amanhã, fazer o quê?

É improdutivo deixar a mente se ocupar com problemas. Eu uso a meditação para manter o foco da minha mente no presente, resolvendo cada desafio a medida que eles aparecem.

Na hora em que essas agonias invadem a minha mente, o que me ajuda são estas duas dicas:

 

4.1. Dica Prática

Eu presto atenção nos sons do ambiente. Às vezes é algo agradável, como um passarinho, outras vezes é algo agressivo, como o som de um ônibus passando. Mas não julgo ou analiso o som, apenas ouço e presto atenção.

Certa vez um mestre de meditação me disse para pensar calmamente assim: “o som deste ônibus passando agora me lembra de voltar ao momento presente”.

 

Não se censure se você começar a pensar em mil coisas, não brigue consigo mesmo. Quando os pensamentos insistirem em tomar conta da sua mente, vire sua atenção para os sons do ambiente. Eles vão te ajudar a voltar para o presente.

Eu nunca coloco música, mas por aqui eu ouço sempre muitos passarinhos, cachorros latindo, um ou outro carro ou ônibus passando.

Se você mora num local mais barulhento, mais urbano, talvez possa testar meditar ao som de alguma música. Este artigo aqui fala um pouco sobre meditação com música.

 

4.2 Dica Zen
Nossa mente é como um rio e os pensamentos são como as folhas que caem sobre a água e seguem flutuando. Quando nos sentamos para observar o rio, não seguimos as folhas. E, se ficarmos observando o rio tempo o bastante, uma hora todas as folhas terão passado e a água ficará limpa. Nossa mente não precisa seguir todos os pensamentos.

 

Pode até parecer conversa do Mestre Yoda mas a questão é essa: não é por que um pensamento se materializou na sua mente, que você precisa segui-lo.

Por exemplo, no momento da meditação talvez você se lembre: “Será que paguei a conta?” e daí seguir “O vencimento era dia 10… eu fui no banco, mas não lembro se levei essa conta” e seguindo “Se eu não paguei vou ter que pagar multa, que droga!”.

Quando o pensamento “Será que paguei a conta?’ aparecer, deixe ele ir embora, sem interagir com ele. Depois disso, certamente outros pensamentos vão aparecer na sua mente. Continue deixando eles irem embora e dessa forma você vai treinando sua mente a se manter calma.

Sim, no começo será difícil.

Agonias, perguntas e lembranças de todo tipo irão pipocar na sua cabeça, inclusive alguns pensamentos negativos que vão te chamar de doido por estar tentando fazer isso. E você vai achar que não consegue meditar.

Mas continue, você chega lá. Como qualquer coisa na vida, é preciso repetir a mesma coisa diversas vezes para (começar a) dominá-la.

Ainda hoje, depois de 6 meses praticando, há dias em que a meditação não vai tão bem e eu me sinto frustrada. Mas eu continuo pois já percebi que na maioria dos dias, a prática me faz bem.

Se você se sentir frustrado em não conseguir, siga em frente, com o tempo tudo vai parecer mais fácil e natural. Muitas pesquisas já indicam e comprovam os diversos benefícios da meditação, você não tem nada a perder.

 

5. Por quanto tempo?

Hoje eu medito em torno de 10 / 15 minutos.

Já usei o timer do celular para me avisar quando o tempo tinha acabado, mas hoje eu deixo meu tempo mais livre e termino de meditar quando me sinto tranquila. Normalmente fica entre 10 e 15min.

Também já participei de um grupo que meditava por 40 minutos. Não sei ao certo o que é melhor, você precisa descobrir o que é melhor para você.

Comece e vá testando tempos diferentes, livre ou marcado, para ver como se sente.

 

E funciona isso?

A prática da meditação me ajuda a colocar foco no momento presente.

Se eu perdi um job ou se um cliente reprovou uma marca, tudo isto está no passado. E embora eu tenha que tomar ações e providências, eu não posso mudar o que aconteceu.

Por outro lado, se estou aguardando a resposta do cliente ou com medo de não fechar as contas do mês, estou ansiosa com o que vai acontecer no futuro. E o futuro depende das decisões que eu tomar hoje.

Com a meditação eu me sinto mais tranquila para tomar decisões melhores no momento presente. Não é uma pílula mágica que resolve todos os meus problemas, mas é um hábito positivo que me ajuda a manter o foco nos meus objetivos e me mantém produtiva.

 

E se você quiser mais informações, de pessoas mais experientes que eu, recomendo estes links:

Vídeo para iniciantes com Amanda Dreher – professora de meditação.

4 passos para você aprender como meditar: artigo da professora Amanda Dreher, falando em detalhes sobre como você pode começar a meditar. 

Sete técnicas para meditar e acalmar a mente: esta matéria é simples mas acho interessante por que lista diversas formas de meditar. Talvez você ache alguma que sirva melhor pra você.
 

Princípios e tipos de meditação: este artigo fala um pouco sobre os princípios da meditação e descreve 3 tipos que você pode tentar para ver qual se adapta melhor a você.

 

E você, já tentou meditar? O que acha da ideia? Participe abaixo nos comentários e vamos desenvolver mais o assunto.

 

Todas as informações contidas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não necessariamente refletem a opinião do site. Quer publicar suas ideias no Aparelho Elétrico? Colabore.