A sua saúde tá sempre na pauta, caro leitor/ouvinte? Ou você é mais do tipo que vive perigosamente, trabalha demais, vira noites e noites regadas a energético e café?
É melhor se cuidar para não ter que se aposentar mais cedo dos teclados.
A ideia deste episódio é falar um pouco sobre os males mais comuns que atingem o profissional que passa horas e horas na frente do computador.
Quem sabe assim, a gente motiva você, aí do outro lado, a dar uma maneirada e levar a sua saúde física e mental um pouco mais a sério.
Compartilha com a gente nos comentários e vamos levar o assunto adiante!
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Quando contei para os amigos e a família que tinha planos de passar três meses com meu lap top em Tel Aviv, as opiniões se dividiram.
Os mais religiosos ficaram bem felizes com a notícia, afinal, eu estaria vivendo em nada menos do que a Terra Santa!
Já para os não tão religiosos assim, a ideia de ir viver por um tempo no Oriente Médio soava um tanto quanto assustadora. “Mas, você não tem medo de terrorismo?”, muitos me diziam.
Porém, Tel Aviv é uma das cidades mais seguras e cheias de hospitalidade que já estive. Embora eu não soubesse muito o que esperar de Israel, transportar minha vida de freelancer para lá temporariamente não me parecia um problema. Ainda mais depois de ver esse vídeo aqui:
De fato, Tel Aviv me surpreendeu e me encheu de vida! Para quem deseja aportar seu laptop por lá, com direito a muito homus e vista para o Mediterrâneo, vão aí algumas dicas!
Bom, a primeira coisa que mais me chamou a atenção na cidade é a presença do Exército na rua. São jovens, homens e mulheres, armados por todos os lados. Andar de farda em Tel Aviv é algo tão corriqueiro que em pouco tempo você acaba se acostumando.
Para mim, o maior impacto foi ver tantas mulheres fardadas e armadas pelas ruas. Algo que soa incomum, especialmente para quem veio do Brasil, onde somente os homens servem o Exército.
Em Israel, o serviço militar é obrigatório e dura 3 anos para os homens e 2 anos para as mulheres. Depois desse período, as mulheres servem na reserva até os 24 anos, enquanto os homens devem servir até os 40.
A presença do Exército nas ruas pode soar um pouco amedrontadora. Porém, Tel Aviv é extremamente segura e aos poucos você se acostuma com a paisagem de fardas e vai entendendo que a cidade é uma espécie de miolo de paz no meio das fronteiras conflituosas do país.
Para quem não sabe, a relação de Israel com o Líbano, Egito e Síria são meio, digamos, tensas. A única fronteira aberta do país é com a Jordânia.
Moradia
Encontrar um lugar para morar em Tel Aviv não é das coisas mais simples. Embora o Shekel (moeda israelense) custe menos do que 1 Real, o custo de vida na cidade é alto e, consequentemente, os aluguéis também não são baratos.
Para conseguir aluguéis acessíveis, é preciso morar bem afastado do centro da cidade e como o sistema de transporte público não é dos melhores, acredito que essa não seja a melhor opção.
Tenho um grande amigo que mora em Tel Aviv e durante três meses morei em seu apartamento.
Para quem deseja alugar algum lugar para passar um tempo, além das opções tradicionais como o Airbnb…
eu recomendo o Secret Tel Aviv, um grupo no Facebook onde, vira e mexe, aparecem boas oportunidades para aluguel de apartamentos e quartos um pouco mais acessíveis, além de propostas de compartilhamento de casas.
De repente você troca seu teto daqui, por um teto por lá… Por que não, não é mesmo?
Custo de vida
O custo de vida em Tel Aviv, como falei, é alto.
O aluguel de um quarto custa em torno de R$ 2.500,00 e um prato comum em um restaurante não sai muito menos do que R$ 50,00.
O que não significa que você não consiga levar uma vida barata por lá. Para mim, o segredo da economia está principalmente na alimentação e no transporte. Mesmo que você não seja chef de cozinha, existem opções muito práticas, típicas e baratas nos supermercados.
Em Tel Aviv come-se muito bem. Especialmente se você é vegetariano ou vegano. Opções de locais veggie ou vegan para comer, de cafés a restaurantes, não faltam! Nos supermercados e mercados você também encontra uma infinidade de frutas e vegetais super frescos e por preços bem justos.
Sabe aquelas tâmaras carnudas que você acha apenas em mercados específicos e custam um rim no Brasil? Por lá você compra de balde! Isso sem contar o humus, tahine e outras iguarias da culinária do Oriente Médio que têm preços muito acessíveis!
Kebabs, falafel e shwarma tem em toda esquina e são uma dica pró para quem quer comer barato, embora não sejam as opções mais saudáveis.
Se você estiver em uma pegada Tel Aviv low cost recomendo que você conheça o Super Cofix, um supermercado onde tudo custa 5 shekels e vale muito a pena abastecer a geladeira por lá!
E sim, eu recomendo você ir ao supermercado em Israel, pois como tudo está escrito em hebraico você vai se divertir tentando adivinhar o que está por trás daqueles rótulos.
Se um dia você comprar homus achando que é tahine, não tem problema! Fiz isso várias vezes…
Como se locomover em Tel Aviv
Uso a bicicleta como meio de transporte desde 2010 e adotei a magrela como estilo de vida desde que morava em São Paulo.
Em Tel Aviv decidi comprar uma bike de segunda mão para me locomover. Recomendo fortemente que qualquer pessoa faça isso. A cidade é totalmente ciclável e, mesmo sem ciclovias pela cidade inteira, há muito respeito e muitas outras bicicletas na rua.
Em Tel Aviv você vai ver um grande número de bicicletas elétricas e existe uma razão para isso. Primeiro, porque no verão as temperaturas ultrapassam facilmente os 40°. Segundo, porque ter um carro em Tel Aviv custa caro.
Como o transporte público não é dos melhores, a bicicleta acaba sendo a melhor opção para muitas pessoas, até mesmo para quem não gostam tanto assim de pedalar.
Por falar em transporte público, as linhas de ônibus são um pouco confusas e você vai encontrar diversas lotações pela cidade. Tel Aviv não tem metrô e o trem faz conexões apenas com locais mais distantes como o aeroporto e cidades vizinhas.
Caminhar por Tel Aviv, no entanto, não é nada difícil e também recomendo que você dê uns belos passeios pela cidade. É uma cidade muito viva e deliciosa para se caminhar.
Caminhando você vai se dar conta do costume tão bacana que os moradores têm de deixar livros nas calçadas e muros das casas, para que outras pessoas possam pegar e ler.
Da mesma forma, é nas ruas que você encontra grupos de danças circulares judaicas, com suas coreografias super sincronizadas.
Não sei se é por conta da história de Israel ou da tradição do povo judaico, mas o que senti nas ruas foi uma espécie de celebração da vida. Tem muita vida nas ruas (além de gatos!) Por isso, vale a pena caminhar por um tempo e sentir a vibe.
Locais para trabalhar
O que não falta em Tel Aviv são cafés bacanas para você encostar seu lap top e resolver a sua agenda do dia.
Porém, fica o alerta! Se você pensa em tomar apenas um cappuccino e passar a tarde toda no mesmo café, pode ser que você se torne persona non grata.
Ninguém vai te expulsar, com certeza. Mas toda hora alguém vai te interromper perguntando se você não quer consumir algo. Em Tel Aviv os cafés em geral são pequenos e, em alguns deles, o espaço é bastante disputado. Por isso, se não for consumir durante o tempo que estiver lá, pense bem.
Existem também boas opções de coworkings e de bibliotecas.
Eu não costumo trabalhar em coworkings porque confesso que o preço, para mim, não compensa. Porém, em Tel Aviv ganhei um dia de trabalho grátis em um espaço, o The Pub Hub, que de dia é coworking e de noite é um bar. Trabalhar entre garrafas de whisky foi bem engraçado.
Um dos locais que mais amei trabalhar foi no Google Campus. Sem dúvida, esse é o lugar para todo nômade digital ou criativo visitar. O escritório do Google Campus é simplesmente sensacional! Além do wi-fi, vista panorâmica, cadeiras ergonômicas, quitutes e café grátis, você sem dúvida vai conhecer uma galera bacana que anda pensando fora da caixa, mesmo!
Os dias em que o Google Campus abre para visitantes são quartas feiras e domingos. Vale a pena dar uma passadinha e também conferir a programação. Aos domingos, além do espaço para trabalho, o Campus oferece uma aula de yoga para começar bem o dia!
O Google Campus também disponibiliza um programa de mentoria onde você pode trocar ideias – com outros criativos inovadores que têm mais experiência que você – sobre o seu negócio, startup ou projeto. Nesses dias, o Google ainda paga o almoço! Me diz, como não amar?
Para quem anda pensando em um negócio com uma pegada de inovação, Tel Aviv é certamente um lugar para se conhecer.
Além de diversas startups de tecnologia, o que não faltam por lá são ideias criativas e sustentáveis. Achei, por exemplo, um telhado verde do Dizengoff Center que disponibiliza verduras orgânicas para você comprar dentro do shopping por preços muito baratos!
Fuso horário
Achei que trabalhar 5 horas na frente do Brasil seria um problema. No entanto, foi uma ótima experiência. Todo freela tem aquele cliente que pede prazos de última hora ou passa por alguma situação que acaba atrasando a agenda. Com 5 horas de fuso na frente, no entanto, não tem tempo ruim! Eu nunca tive “manhãs” tão produtivas!
Tel Aviv para curtir
Existem inúmeras coisas bacanas para se fazer em Tel Aviv.
Além de conhecer alguns restaurantes e o incrível falafel/shawarma de rua, recomendo que você visite principalmente os mercados (Shuk Ha’Carmel, é uma boa dica!).
A cultura dos mercados veio do Oriente Médio, então por esses locais, além de muito sabor e cheiros, você vai sentir de perto a tradição das especiarias e descobrir porque os colonizadores se apaixonaram por elas na época das navegações.
Conhecer as praias é outro programa que não pode faltar. O Mediterrâneo é um mar azul estonteante e você vai se divertir passeando pela orla, onde artistas de rua, esportistas e gente do mundo todo se encontra.
Também vale a pena conhecer o Parque Yarkon, especialmente aos sábados, quando as famílias se reúnem para fazer churrasco e confraternizar.
Para quem não sabe, Tel Aviv é uma cidade cornubada, ou seja, que se juntou com outra. Yafo, ou Jaffa, é uma das cidades mais antigas do mundo e devido ao crescimento de Tel Aviv, hoje elas estão juntas.
Visitar Yafo é outro programa que não pode escapar do roteiro. Essa antiga vila de pescadores, toda feita em pedra é um charme com vista para o mar. E você ainda pode passar na ponte do zodíaco e aproveitar para fazer um desejo!
Tel Aviv para profissionais independentes
Eu sai de Tel Aviv bem apaixonadinha, confesso! Acho que o bacana de não criar expectativas é que os locais te surpreendem mais. E sim, Tel Aviv foi uma surpresa boa para mim.
Acho que para profissionais independentes e nômades digitais o maior entrave é o alto custo de vida da cidade. Porém, acredito que dá para dar um jeitinho e aproveitar as coisas incríveis que são de graça, como a vista do Mediterrâneo, por exemplo.
Para quem anda meio sem inspiração ou pensando em criar um negócio criativo, Tel Aviv é certamente um lugar para você pisar. Dizem que a criatividade vem da escassez. Não acho à toa que uma cidade construída em um ambiente tão desértico tenha se transformado em um pólo de tecnologia, startups e sim, de muita inovação e criatividade!
E você, ficou com vontade de visitar Tel Aviv?
Compartilhe aí nos comentários.
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O mercado da ilustração é vasto. Você pode trabalhar com cinema, games, quadrinhos, propaganda, ilustração científica, etc… mas qual é a melhor maneira de entrar nesse universo e ganhar a atenção dos contratantes? No episódio de hoje, Henrique Lira e Marco Alvares da Iconic Academy contam um pouco da sua trajetória na ilustração e compartilham dicas e macetes pra você começar com o pé direito na área. Pega o fone, aumenta o volume e dá o play!
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O assunto “sociedade” tem ganho minha atenção ultimamente. Tenho visto muitos amigos e colegas de profissão batendo cabeça em suas parcerias.
Infelizmente, é assim mesmo. Sociedade não é algo fácil.
Na maioria dos casos, você se une a alguém por necessidade e não por pura e simples vontade. A sobrevivência do seu negócio grita e você se vê na obrigação de tomar uma atitude.
Já falhei miseravelmente em algumas sociedades. Em todas as esferas. Desde negócio sério, com contas a pagar, até projetos menores, como bandas de garagem, por exemplo.
Uma sociedade de sucesso não se encontra em qualquer esquina. Isso é fato.
Talvez essa trajetória de sociedades mal-sucedidas tenha me trazido à vida de profissional independente. Será? Não sei ao certo.
O fato é que aprendi muito com essas experiências e quero dividir com você algumas dicas. Assim posso te mostrar alguns atalhos para que você não bata de cara em uma sociedade sem saída.
Antes de tomar qualquer decisão, acho indispensável que você dedique um tempo para refletir.
Você realmente precisa de um sócio?
O motivo precisa estar claro. Deve ser algo racional e concreto. E não meramente emocional.
Pode haver outros motivos que fogem ao meu radar agora, mas arrisco dizer que as três principais razões para alguém buscar uma sociedade são:
Dinheiro;
Mão de obra;
Mentoria.
Tenha em mente que sociedade é algo (praticamente) permanente. Não é muito inteligente queimar essa carta com um problema que pode ser temporário.
Escolher o sócio errado dá muita dor de cabeça. Remover um sócio de um negócio pode ser uma experiência incrivelmente dolorosa para você e sua empresa.
Vale a pena refletir muito antes de tomar qualquer decisão.
Vamos entrar um pouco mais no detalhe das razões que mencionei acima.
Dinheiro
O dinheiro de um sócio parece menos carregado de responsabilidades do que o dinheiro de um banco, não é verdade?
Porém, um sócio perdendo as esperanças de reaver a sua grana pode se sentir no direito de tomar as rédeas do negócio e aplicar o seu próprio ritmo de jogo. Já pensou nisso?
Outra. Se você utilizar o dinheiro de um sócio de forma inteligente, no futuro não vai mais precisar de grana. O business vai andar com as próprias pernas. E seu sócio vai continuar no negócio, mesmo sem função.
Sugiro que você, antes de colocar um sócio na jogada, avalie a possibilidade de levantar a grana de outra forma. Por exemplo: empréstimo com banco ou familiar, venda de algum bem valioso, etc.
Mão de obra
Quem tem dinheiro consegue contratar (na maioria dos casos) mão de obra qualificada. Como sou um sujeito meio individualista, considero essa uma saída mais inteligente do que dividir o quadro societário da empresa.
Não tem dinheiro na jogada? Neste caso, recomendo que você avalie se a competência que você procura está ligada ao andamento diário do seu negócio ou se é apenas necessária em situações especiais.
Imagine a sociedade entre um designer e um programador, por exemplo. Digamos que eles montaram a empresa para principalmente construir sites. Este é o tipo de demanda que exige o trabalho dos dois. Mas eventualmente surgem demandas de criação de marca. Neste caso, o designer trabalha sozinho, o programador não se envolve. É justo os dois ganharem o mesmo no final do mês? Não sei, depende da mentalidade de cada um. Sociedade tem dessas coisas.
Por essas e por outras, em casos pontuais, antes de se falar em sociedade, vale a pena testar um contrato de exclusividade com algum terceiro. Você concentra todas as demandas no parceiro em troca de atenção e condições especiais. Se você tem um fluxo grande de demandas, será interessante pra ele.
Criar uma sociedade exclusiva pra atender esses serviços específicos também é uma saída. Assim você não conecta seu sócio a espinha dorsal do seu negócio, ele só participa das decisões relacionadas a esse novo braço do qual faz parte.
Mentoria
É incrivelmente reconfortante ter alguém por perto que saiba o que está fazendo e é capaz de indicar os melhores caminhos. É um alívio, principalmente pra quem tá dando os primeiros passos no empreendedorismo.
Porém, colocar um mentor na história, tem um custo muito alto. Considero um desperdício lançar mão de uma solução desse porte para dúvidas que podem ser meramente ocasionais.
Um mentor não é a única fonte de informação disponível. É possível que você encontre as respostas que precisa em um curso, em um evento, em um livro, em um conteúdo online, em uma conversa informal de networking, em um grupo de mastermind, enfim… As respostas estão por toda a parte.
…
A ideia desse tópico foi chamar a sua atenção pra que você faça uma leitura correta da situação. Nem sempre a aquisição de um sócio é a solução mais esperta.
Lembrando que tocar uma sociedade é diferente de tocar um negócio individual, você perde autonomia.
Eventualmente você vai ter que ceder e fazer coisas que não acredita porque seu sócio acredita e vice-versa. É bom ter isso em mente.
Perfil do sócio ideal
Imagino que o tópico anterior tenha sido útil para amadurecer a questão. Se você refletiu e tomou a decisão de formar uma sociedade, vamos adiante.
Neste tópico acho que vale a pena analisar os seguintes pontos:
Competência vem antes de amizade ou parentesco;
Distrações;
Experiência comprovada;
Habilidade complementar;
Networking;
Personalidade;
Por que você?
Falando um pouco mais sobre cada um deles…
Competência vem antes de amizade ou parentesco
De cara posso te dizer que não se escolhe sócio por amizade ou parentesco. A pessoa precisa ser competente. Você precisa confiar na pessoa, sim. Mas não adianta você confiar em alguém que não tem competência para tocar o negócio com você.
Uma relação que foi forjada numa amizade/parentesco talvez não se sustente no âmbito dos negócios porque as pessoas tendem a não injetar o mesmo profissionalismo que empregariam se estivessem trabalhando para uma pessoa com menos intimidade.
Sem contar que uma sociedade mal-formada pode arruinar uma amizade e gerar várias saias justas nas festas de fim de ano da família.
Distrações
Analise o momento em que a pessoa está vivendo: já tem outra empresa? A faculdade toma muito tempo? Teve filhos recentemente? Tem um grande compromisso financeiro (casa, carro, moto, faculdade,…)? Tudo isso vale a pena ser levado em consideração.
Pode parecer bobagem, mas assuntos desse tipo consomem muita energia e atenção. Será que essa pessoa terá foco na empresa com uma grande distração em volta?
Muitas vezes a pessoa quer focar na empresa, está com sangue no olho. Mas a situação não permite. Em muitos casos isso nem mesmo é culpa da pessoa.
Até uma empresa atingir a maturidade, ela precisa do foco total dos seus sócios. A empresa pode demorar um tempo considerável para gerar lucro que não precise ser imediatamente reinvestido.
Esse período inicial já é bastante atribulado. Um sócio distraído, ou preocupado em ganhar dinheiro rápido, pode se tornar uma dor de cabeça desnecessária.
Experiência comprovada
Formação e currículo não querem dizer nada. Aposte em uma pessoa que tenha como comprovar o que ela é capaz de fazer pelo negócio.
Não se deixe levar pelo que as pessoas dizem, veja tudo com seus próprios olhos. Isso pode te livrar de situações desastrosas mais pra frente, vai por mim.
Habilidade complementar
Se unir a alguém que faz a mesma coisa que você pode ser interessante para dar vazão a demanda crescente. Mas pode se tornar um pepino se um dos sócios tentar impôr seu estilo de trabalho.
Acho mais válido buscar uma pessoa que tenha habilidades que você não tem. Ou que seja boa em coisas que você não é.
Assim, além da empresa estar bem coberta em todos os setores, não sobra muito espaço pra competição e disputas de ego desnecessárias
Networking
Essa pessoa tem boas conexões profissionais? No mundo dos negócios, cada movimento pode trazer novas oportunidades. É fundamental estar com o radar sempre ligado.
Seu potencial sócio passa a ser mais valioso se ele puder te apresentar pessoas interessantes no futuro.
Fique ligado ao inverso também. Se associar a uma pessoa envolvida com pessoas de má reputação pode acabar manchando a imagem da sua empresa.
Personalidade
Todo profissional precisa ter sangue no olho, força de vontade, proatividade, etc. Isso é o básico! Um potencial sócio sem esse perfil é melhor que nem se apresente.
Além dessas características fundamentais, tente identificar se o comportamento da pessoa harmoniza com o perfil de sócio que você precisa. Um vendedor tímido provavelmente não conseguirá fazer boas vendas, por exemplo.
Em uma boa conversa é possível sentir se a pessoa é fácil de lidar, se é expansiva, se é contida, se é insegura, enfim… Atente-se a isso para não ter que romper a sociedade mais para frente.
Por que você?
Ok, estamos aqui tentando identificar uma pessoa ideal para trabalhar com você. Mas vamos mudar um pouco a perspectiva.
O que faz de você uma boa opção para essa sociedade?
É interessante que você tenha ciência do que pode oferecer para o sucesso dessa parceria.
Fazer uma auto-analise é sempre relevante para o nosso crescimento pessoal e profissional. Além de ser muito útil para tomar consciência do quanto você vale para o seu sócio.
Quem precisa mais de quem nessa história? O ideal é que essa balança esteja sempre equilibrada.
Alinhamento de expectativas
É fundamental que as partes estejam olhando na mesma direção. É preciso conversar sobre:
onde querem chegar (objetivo);
como querem chegar (o caminho/ as estratégias);
e quando querem chegar (o prazo para que isso aconteça);
A falta de alinhamento de expectativas pode causar o rompimento precoce de uma sociedade que tinha tudo para dar certo.
Conversar honestamente sobre esses três tópicos é extremamente importante. Cada um precisa expor a ideia de empresa que tem na cabeça. Assim ocorre um diálogo e então as expectativas se equalizam.
Identificação de papéis
Se todo mundo cuida de tudo, ninguém cuida de nada.
O job description de cada sócio deve estar bem claro para que ninguém se atropele no dia a dia ou, ainda, tire o corpo fora na hora de assumir as responsabilidades.
Se você está formando uma sociedade onde os profissionais tem papéis complementares, naturalmente vai haver uma divisão de tarefas. Mesmo assim, não custa formalizar as responsabilidades de cada um.
Já se você está formando uma sociedade onde os sócios têm a mesma habilidade, cuidado redobrado!
Imagine uma empresa formada por uma dupla e os dois sócios são do operacional. Quem vai cuidar do administrativo? Alguém precisa assumir isso.
É importante que a divisão de responsabilidades esteja clara para ambos.
Teste antes de formalizar
Beleza, você aparentemente encontrou a pessoa ideal para formar uma sociedade. Mas antes de sair assinando papéis e formalizando tudo, recomendo que você faça um teste drive.
Que tal sugerir ao seu potencial sócio seis meses, ou mesmo um ano, de sociedade informal?
Os dois respondem como sócios, têm os seus poderes, têm as suas remunerações, porém – AINDA – não há nenhum documento formal assinado.
Digamos que seja um “período de carência” para ver se a sociedade se consolida. Passado o tempo acordado, vocês assinam os papeis e formalizam efetivamente a sociedade.
Não é feio. É honesto. Perfeitamente viável. E pode poupar constrangimentos futuros.
Remuneração
Qual deve ser a remuneração de um sócio? É uma questão complexa. Não existe uma resposta padrão para todos os modelos e situações de sociedade. É preciso analisar cada caso individualmente.
É importante dizer também que os lucros não precisam necessariamente ser divididos de acordo com a participação de cada sócio na empresa.
Um sócio pode ser dono de 85% e outro de apenas 15% da empresa. E, ainda assim, os dois dividirem os lucros ao meio. Metade para cada um.
Antes de definir a remuneração de um novo sócio, vale a pena refletir sobre quanto o trabalho dele vai acrescentar ao faturamento. E também quanto ele vai tirar proveito do que já havia sido construído antes dele chegar.
Particularmente gosto de pensar que se em uma sociedade todos se dedicam e não medem esforços para o negócio acontecer, os lucros devem ser divididos em partes iguais. Mas essa é apenas a minha modesta opinião.
Conclusão
Quem toca uma empresa sozinho e frequentemente se vê sobrecarregado, vê a chegada de um sócio como a salvação da lavoura. Em alguns casos pode até ser. Mas é importante ter em mente todos os pormenores que a absorção de um sócio pode ter.
Quando se trata de trabalho sério e longevidade nos negócios, o lance tem que ser na ponta do lápis, preto no branco.
Empreender é abrir mão do presente e acreditar que se pode fazer um futuro melhor. Isso não é para todo mundo, é uma questão de perfil.
Há vários exemplos por aí de pessoas que foram parar no quadro societário de uma empresa por mera obra do acaso. Têm uma empresa na mão, mas ainda pensam como funcionário. No fundo essas pessoas só queriam mudar de emprego.
É esse perfil de sócio que você quer? Em alguns casos esse perfil pode até vir a calhar. Mas para uma empresa que está começando, o ideal é ter pessoas com sangue no olho e com muita vontade de crescer.
Vale a pena deixar claro que não há regras inquestionáveis. Cada situação é uma situação única e deve ser analisada como tal. O segredo (que não é nenhum segredo) é botar a caixola para funcionar e explorar o potencial da situação conforme as cartas na mesa.
Enfim, espero que este artigo não tenha sido muito negativo. Espero que tenha colaborado para abrir seus horizontes a respeito do que é de fato formar uma sociedade. E te ajude a escolher a pessoa ideal para levar sua empresa mais longe junto com você.
Você já teve alguma experiência com sociedade, como foi?
Conta pra mim nos comentários o que você pensa sobre sociedade. Vamos levar o assunto adiante! Quero muito saber a sua opinião sobre tudo isso.
Posso te pedir um favor?
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