O Contrato de Prestação de Serviços nem sempre é necessário

“Contrato” é um dos termos mais procurados na busca interna do Aparelho Elétrico. Curiosamente, até hoje, não tinha escrito nada sobre isso aqui no blog. Talvez porque usei contrato poucas vezes na vida de freelancer. Puxando pela memória, só lembro de apenas uma vez.

Já contei isso na FanPage do Aparelho:

E no Twitter também:

Tô gostando de começar as discussões nas redes. Assim é possível registrar aqui no blog um texto mais maduro já com diversos insights gerados no papo com o pessoal.

Quero deixar claro que meu ponto com esse texto não é promover a informalidade, ok?

A ideia é simplesmente jogar luz sobre esse imperativo: “Não faça o serviço sem contrato!”. Ao meu ver, isso é bastante discutível. Acho que é sempre válido ficar com o pé atrás e refletir sobre essas afirmações categóricas que cruzam o nosso caminho.

Torço um pouco o nariz pra isso porque acho que esse tipo de teoria dá a entender que fechar projetos é muito embaçado e burocrático. Isso pode afugentar freelancers e clientes iniciantes.

Acho que existe sim situações onde o contrato é importantíssimo, mas na maioria dos casos, ao meu ver, ele é dispensável.

O lance é desenvolver o senso crítico e o olho clínico pra conseguir identificar adequadamente quais são as situações que de fato exigem a aplicação de um contrato de prestação de serviços.

Vou entrar nos detalhes ao longo do texto.

Tópicos

Por que usar contrato?

Jovem assinando documentos / Shutterstock

Os adeptos ferrenhos do contrato gostam dele pelos seguintes motivos:

  • Ajuda a comprovar a renda do freelancer;
  • Garante que as responsabilidades de ambas as partes estejam claras;
  • Reduz o risco de inadimplência;
  • Transmite mais credibilidade para o cliente;

Comprovar renda é mesmo uma pedra no sapato do profissional independente. Levanta a mão aí quem nunca passou perrengue pra comprovar renda em uma loja, em um financiamento no banco, na hora de alugar um imóvel, etc… É complicado, né? Nessas horas o freelancer sofre. Esse talvez seja o único motivo, dos listados acima, que me faça pensar em utilizar contrato com meus clientes.

Tirando a comprovação de renda, acredito que todos os outros pontos podem ser resolvidos com uma condução de trabalho eficiente e uma proposta comercial bem redigida.

Aliás, é bom deixar claro. Contrato de prestação de serviços e proposta comercial são coisas diferentes.

O Contrato é aquele documento que transborda juridiquês (CPF, CNPJ, artigo X, clausula Y, etc…). Já a Proposta Comercial é um documento mais leve, que aceita diagramação e linguagem mais livre.

Por que NÃO usar contrato?

Aperto de mãos / Shutterstock

Meus pontos pra não se usar contrato são os seguintes:

  • Transmite uma sensação de desconfiança;
  • Retarda o início do projeto;
  • Uma proposta comercial é bem mais ágil.

Apesar de estarem em menor número, acredito que os motivos pra NÃO usar contrato, em todo e qualquer projeto, sejam mais fortes dos que os motivos pra se usar.

Tem profissional que vê como um ato de boa fé ambas as partes assinarem um contrato. Eu já acredito que isso soa como um “Ih, tem cheiro de merda no ar! Vamos invocar um contrato!”. Não consigo ver com bons olhos o ato de começar uma relação comercial já colocando um contrato de direitos e deveres na mesa.

Uma vez alguém me disse uma frase que nunca mais esqueci e levo pra vida:

“Primeiro a gente dá confiança. Depois, se for o caso, a gente tira.”

Sem contar os intermináveis trâmites que a assinatura de um contrato demanda. Se for pra fazer tudo como manda o figurino, cada um (freelancer e cliente) vai consultar um advogado. Precisa arrumar duas testemunhas. Precisa reconhecer firma em cartório. Se o freelancer e o cliente estiverem em cidades diferentes, o contrato precisa ir e voltar. É uma logística e tanto. Uma queima considerável de energia e de tempo que pode ser poupada.

Alternativas ao contrato de prestação de serviços

Trilhos do trem / Shutterstock

Abaixo sugiro três opções que suprem a necessidade de um contrato.

Proposta Comercial

Se suas motivações pra usar contrato são transmitir credibilidade e formalizar as responsabilidades das partes, recomendo que você tenha um bom modelo de proposta comercial. Isso mesmo. Uma bem redigida e diagramada proposta comercial. Ela reduz consideravelmente os trâmites que um contrato exige e vai economizar um tempo precioso.

Opte por uma proposta enxuta (a minha normalmente tem no máximo 2 páginas). Escreva somente o necessário.

Uma vez tive acesso a proposta de site que uma agência digital de médio porte usava com seus clientes. Tinha umas 20 páginas. Entrava em vários detalhes do projeto como escolha de planos de hospedagem, recomendações de domínio, backup dos serviços. Tudo era descrito nos mínimos detalhes. E ainda previa várias situações bastante peculiares (gato escaldado tem medo de água, né?).

Acho que usei ela com uns 3 clientes. Eu, um reles profissional independente usando uma proposta robusta.

Um cliente nem se deu o trabalho de ler, foi direto à página do preço e fechou. Mas os outros se assustaram com tudo que teriam que lidar e declinaram. As situações peculiares previstas deixaram os clientes em estado de alerta e gerou uma ansiedade desnecessária neles.

É mesmo necessário apresentar situações apocalípticas se elas, na maioria dos casos, nem acontecem?

Talvez a resposta seja ‘sim’ exclusivamente para clientes grandes, onde a verba é alta e existe um funcionário dentro da empresa capacitado para gerenciar a contratação do serviço.

De resto, voto no ‘não’. Prefiro lidar com os problemas à medida que eles forem acontecendo.

Em projetos do dia a dia, onde o profissional lida diretamente com o proprietário da empresa (que já tá com a cabeça cheia de outras coisas pra resolver e o tempo curto), acho que não se justifica o uso de uma proposta looonga recheada de pormenores, assim como o contrato.

Normalmente eu envio a proposta, salva em um arquivo PDF (para que não haja alterações por terceiros), por e-mail. E peço que o cliente formalize o aceite da proposta também por e-mail. Em alguns casos o cliente liga, ou chama em um chat pra aprovar a proposta. Então eu peço gentilmente que ele formalize a contratação pra deixar devidamente documentado. Essa mensagem já serve como prova legal da contratação do serviço.

Recomendo que você dê uma olhada na proposta comercial que vem junto com o Freelancer Doc Box. As contas do Aparelho Elétrico agradecem.

Proposta Comercial + Termo de Compromisso

Se você acha que a proposta comercial não alcança o teor de formalidade que você curte, talvez ache interessante anexar um termo de compromisso ao seu contrato. Uma proposta com um termo de compromisso fica no meio do caminho entre a proposta convencional e o contrato de prestação de serviços. É uma sugestão bem interessante pra quem quer escapar do juridiquês mas ainda quer agregar seriedade na formalização do trabalho.

Particularmente, nunca usei. Mas acho que é uma sugestão bastante válida.

Parcela antecipada do pagamento

Se sua principal motivação para usar um contrato de prestação de serviço é o medo de não ser pago, receio te dizer que quando o cliente não tem dinheiro, ele não vai te pagar tendo contrato ou não tendo contrato. É algo alheio à vontade dele.

Acredito que o contrato tenha um peso maior e até acabe intimidando os caloteiros. Mas não é só caloteiro que deixa de pagar suas dívidas. O cidadão de bem às vezes também é obrigado a fazer escolhas difíceis.

Em um momento de crise, entre pagar a conta de luz do escritório e pagar o freelancer. O que você achava que deve ser pago primeiro? Se eu fosse o cliente, infelizmente pagaria a conta de luz. Porque se meu negócio não se reerguer, não vou nem pagar o freelancer e também não vou ter mais projetos no futuro pra passar pra ele. Assim o freelancer fica sem o pagamento e sem novas oportunidades no futuro.

Para combater a inadimplência, o padrão do mercado é que o prestador do serviço receba uma parcela (o chamado ‘sinal’) do pagamento para iniciar o serviço. Esta parcela depende do valor do projeto e das condições de pagamento que você oferece. Pra trabalhos ‘populares’ normalmente é 50% na contratação e 50% na entrega. Você pode adaptar o tamanho da porcentagem a sua realidade.

Não tenha receio de pedir uma parcela do pagamento para iniciar o trabalho. É padrão. É assim que o mercado funciona. Se o seu cliente não sabe disso, conte pra ele. Se ele se recusar, tende entender os motivos. Se chegar a conclusão que é má fé dele, abra a mão do cliente pra não se incomodar depois.

Situações onde se justifica o uso de um contrato de prestação de serviços

Mão ok / Shutterstock

Abaixo sugiro algumas situações onde acredito que é recomendável usar um contrato de prestação de serviços.

Quando mais pessoas tem interesse no projeto

Acho que nessa situação cabe a aplicação de um contrato. Pois tudo precisa estar devidamente detalhado e formalizado para que todos os interessados estejam a par de tudo. Inclusive as pessoas que não participaram da negociação. Consertar um ruído de informação neste caso é muito mais complexo do que quando se trata apenas de duas pessoas, por isso acho que cabe contrato.

Quando as cifras envolvidas são realmente grandes

Quando você está lidando com projetos caros, geralmente isso significa que você também vai precisar trabalhar bastante. Depois de tanto trabalho, você não pode se dar ao luxo de tomar um calote cabuloso. Projetos grandes são projetos de alto risco. Cabe contrato para evitar confusões no futuro e reduzir o risco de não ser pago.

Quando o cliente faz questão

Às vezes o cliente já se deu mal com um fornecedor e chega até você exigindo contrato. Ok, neste caso não tem muito o que fazer. Se ele está firme na decisão, faça a vontade dele e assine um contrato.

Quando se trata de fee mensal

Digamos que você em troca de trabalho recorrente acordou receber um valor X todo mês, o fee mensal. Com base nesse fee, você decidiu ampliar sua equipe, ou comprar um equipamento caro parcelado, ou qualquer outro investimento seja na vida profissional ou mesmo na pessoal.

Neste caso você está assumindo que esse dinheiro não pode faltar. Esse dinheiro é essencial. Aqui o contrato é interessante devido ao grau de importância do negócio.

Onde encontrar um modelo de contrato de prestação de serviços?

Menina procurando / Shutterstock

Você deve encontrar facilmente um modelo de contrato de prestação de serviços dando uma rápida busca no Google.

Mas se quiser, além do modelo de contrato, vários outros documentos essenciais para gerenciar o seu negócio como um freelancer profissional, recomendo que conheça o Freelancer Doc Box.

Lá você vai encontrar também planilha de fluxo de caixa, modelo de proposta comercial, organização de pastas de trabalho, planilha pra calcular o valor da sua hora de trabalho e otras cositas más. Além de adquirir um produto útil, você ainda ajuda o Aparelho Elétrico a continuar publicando conteúdo relevante. Obrigado! :)

Conclusão

Menina procurando / Shutterstock

Minha ideia com esse texto foi ampliar o campo de visão a respeito dessa afirmação “Não faça o serviço sem contrato!”. Não sou muito fã dessas regras definitivas que são propagadas por aí. Acho que cada oportunidade comercial tem suas peculiaridades e merece ser estudada com calma antes que qualquer decisão seja tomada.

Espero que após essa leitura você tenha se munido de instruções que aumentem seu senso crítico e te auxiliem a decidir quando vale a pena investir tempo e energia em um contrato e quando não vale a pena. Espero que assim você feche mais e melhores negócios.

Nunca é demais lembrar que aqui no Aparelho Elétrico a gente escreve pra uma gama grande de profissionais independentes. Profissionais de todas as especialidades acompanham o blog: programadores, designers, redatores, fotógrafos, tradutores, produtores de áudio, revisores, etc. Mas inevitavelmente acabo levando o assunto para o meu ponto de vista de profissional de marketing digital. Se você tem um ponto de vista diferente sobre esse assunto ou quer falar sobre outro tópico dentro do universo de trabalho independente, o Aparelho Elétrico está sempre aberto a colaborações. Sinta-se a vontade pra participar.

Se você é da área jurídica, viu algum deslize que cometi ou ponto que ficou de fora do artigo, deixe um comentário. Assim a gente amplia o campo de visão de todos os profissionais que participam da nossa comunidade.

No mais, obrigado a todo mundo que participa dos papos no Facebook e no Twitter e assim colabora pra que a gente consiga publicar textos mais bem embasados aqui no blog.

Você usa contrato de prestação de serviços?

Deixe sua participação nos comentários e vamos levar o assunto adiante. Quero muito saber como você enxerga essa questão.

Caso tenha ficado alguma dúvida, é só comentar também que eu tento esclarecer. ;)

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Como lidar com pedidos abusivos de alteração

Pra manter a frequência de publicações por aqui, recentemente iniciei a busca por profissionais pra montar uma equipe fixa para o blog. Percebi que muitas propostas vieram com um número limite de alterações que o cliente pode solicitar. Algo como: “Com direito a XX alterações”.

Achei muito curioso, nunca tinha visto isso antes e resolvi perguntar a opinião dos leitores no Facebook.

E também no Twitter.

Pra minha surpresa, vários profissionais são adeptos da prática.

Então decidi criar este post pra detalhar mais a discussão e entender melhor por quê isso acontece. Além do que, aqui o conteúdo também fica melhor registrado e de fácil acesso pra todos os interessados, nas redes sociais a conversa acaba se perdendo com o tempo.

Desconfio que dar um limite para as intervenções do cliente no projeto seja o sintoma de que algo não vai bem. Vamos detalhar mais esse papo…

Tópicos

Por que impor um limite de alterações?

Sinal de pare com a mão / Shutterstock

Pela conversa com o pessoal, entendi que as principais motivações pra isso são as seguintes:

  • O cliente é composto por muitas pessoas, as informações vêm desencontradas;
  • O cliente é indeciso/inseguro/preciosista;
  • O cliente é tão qualificado quanto o profissional, mas optou por não executar o projeto;
  • O cliente muda o briefing/escopo todo tempo;
  • O cliente não é claro no que quer;
  • O projeto nunca tem fim;
  • O projeto tinha urgência – sem tempo de detalhar briefing/escopo;

A ideia é que, ao final desse texto, você tenha ao menos um norte de como lidar com todas essas situações. Mas pra começar a gente precisa alinhar o seguinte…

As definições de “alteração” e “refação” precisam ser atualizadas

Atualizando software / Shutterstock

Durante a interação com os leitores, percebi também que as definições de ‘alteração’ e ‘refação’ não estavam claras pra alguns profissionais.

Alteração

‘Alteração’ é um ajuste que você faz em algo que já está no caminho correto. Não é o fim do mundo.

Por exemplo, no caso de um site para uma Pet Shop. O trabalho apresentado está dentro do briefing/escopo, o cliente gostou. Mas digamos que ele tenha dito que a foto do cachorro na capa do site não tá boa, o animal não tá com o pelo bem cuidado. Tem que trocar.

Você troca a foto. Pronto. O layout está aprovado. Segue o projeto.

Ou seja, no geral o layout já estava aprovado, faltava apenas corrigir esse detalhe da foto. Isso é apenas um pequeno ajuste em algo que já estava bem encaminhado.

Mas atenção! Se o seu cliente está pedindo alterações demais em um projeto, “Muda isso, muda aquilo, muda aquele outro”. Talvez o que ele quer mesmo seja uma “refação”. Tem diferença! É importante que você pergunte ao seu cliente, ou você identifique por conta própria, se a situação exige ‘alteração’ ou é o caso de uma ‘refação’.

Vamos ver a seguir o que é ‘refação’.

Refação

‘Refação’ é fazer de novo. É retrabalho. Significa que o projeto NÃO está no caminho certo e precisa de uma nova solução. É preocupante. Este caso sim é digno de você se descabelar. Porque quase sempre resulta em prejuízo.

Continuando no exemplo da Pet Shop. Digamos que o layout apresentado não agradou o cliente, ele achou que o resultado ficou com uma cara muito institucional e ele queria algo mais alegre, promocional. É preciso propor uma nova ideia. Do zero!

Quando isso acontece é porque o briefing/escopo não foi bem nutrido ou não está sendo respeitado.

Talvez o profissional não tenha feito as perguntas certas, talvez o cliente respondeu algo errado por não entendimento, talvez o cliente mudou de ideia. Ou, pior, devido ao prazo apertado, os dois resolveram pular esta etapa (o que nunca é recomendado!). Enfim, houve algum ruído na comunicação ou o descuido de alguém.

Por isso é importante, após a reunião de briefing/escopo, que você formalize na sua proposta o que você entendeu sobre o que precisa ser feito no projeto. Assim o cliente lê o seu entendimento e sabe se está de acordo ou não.

Aumente a vigilância no momento do briefing/escopo e evite ao máximo ter que encarar uma refação e infindáveis pedidos de alteração.

Enquanto isso, na cabeça do seu cliente…

Balão saindo da cabeça / Shutterstock

Você já parou pra pensar em como seu cliente se sente quando você limita a participação dele no projeto?

Confesso que não achei nada simpático encarar um número limite de alterações. Tive a impressão de estar sendo impedido de colaborar com o próprio serviço que estava contratando.

O freelancer não pode achar que o projeto é de exclusividade dele. Um projeto entre freelancer e cliente é um trabalho colaborativo.

Embora muita piadinha na internet faça a gente pensar o contrário, o cliente e o freelancer estão no mesmo time.

É bom lembrar que ambos têm interesse em que o projeto seja bem-sucedido.

Limitar as alterações é um terreno arenoso. Até porque mesmo se o cliente gostar do trabalho de primeira, ele pode querer gastar as alterações previstas, não? E ninguém gosta de ouvir um “Já tá legal assim, mas faz só pra eu ver como fica”. Trabalho em vão é tempo perdido.

Quem é o juiz?

Garota com cartão vermelho / Shutterstock

Subentende-se por essa limitação que o freelancer, por sua vez, vai fazer tudo certo. Mas o profissional também erra, se esquece, não presta muita atenção, etc. Se o cliente apontar um erro causado pelo profissional contratado, dele é descontada uma alteração? Não me parece muito justo.

E eventualmente algo importante acaba ficando de fora da proposta/briefing/escopo/contrato, que é o documento máximo que rege um projeto. Neste caso, quem apita o que foi erro do freelancer e o que foi erro do cliente? O que sobe ao placar das alterações e o que fica de fora?

Gosto sempre de acreditar que o que julga isso é o bom senso. Mas se o profissional chega ao ponto de colocar um limite de alterações na sua proposta, é porque não está sendo fácil confiar no bom senso da sua clientela.

Você pode me dizer: “Bom senso é relativo, Henrique”. É verdade. Mas se você trabalhar bem seu branding e o seu negócio, vai conseguir conquistar clientes que tenham o bom senso igual ao seu. Vai por mim.

Um relacionamento mecânico e engessado não é bom para os negócios

Robô de pano / Shutterstock

Entendo que com a internet ficou mais fácil atingir um número maior de oportunidades de negócios e somos tentados a agir como uma startup para conseguir escalar nosso business.

Virou uma esteira de produção. Enviamos ao cliente um formulário de briefing. Ele responde. Enviamos o orçamento. Ele paga. A gente entrega o trabalho. Pronto. Próximo cliente!

Assim a gente ganha tempo. Porém, a gente perde em envolvimento, em relacionamento e em conexão com os objetivos maiores do em torno do negócio do cliente. Fica mais difícil fidelizar ele.

Acho que um dos principais diferenciais do freelancer é justamente poder oferecer um relacionamento personalizado e próximo ao seu cliente. Abrir mão disso é abrir mão do seu trunfo contra a concorrência (plataformas de jobs, agências, escritórios).

Sou do time que acredita que é preciso entender o cliente e oferecer um tratamento de acordo com o perfil dele. Acredito que não há uma única maneira padrão de atender todos os perfis de cliente.

Usar um modelo padrão pra todos os clientes é como um cobertor curto, você tapa a cabeça e destapa os pés.

Pulando para os “finalmentes” (soluções)

Rapaz pulando / Shutterstock

Se você tem sofrido com as excessivas solicitações de alteração e refação. Sugiro que:

Defina quem é a interface oficial no cliente

Se o cliente é composto por mais de uma pessoa. É fundamental que ele nomeie alguém pra ser responsável pelo projeto dentro da empresa. Esse alguém deve ficar responsável por coletar e repassar os interesses da equipe, bem como os feedbacks vindos do freelancer.

Já passei por projetos onde a empresa tinha 3 sócios e todos me passavam orientações. Muitas vezes a orientação de um sócio era conflitante com a de outro. Sendo assim, sugeri que eles conversassem entre si, definissem uma pessoa como a interface oficial do projeto e essa pessoa então me passasse as orientações oficiais já aprovadas por todos. Assim o projeto andou que era uma beleza!

Isso é essencial para evitar três coisas. Retrabalho. Atraso no projeto. Custos extras.

Invista mais energia na formulação do briefing

Com um briefing bem nutrido, cai consideravelmente as chances de você errar na hora da apresentação do projeto. Invista no briefing o tempo que for necessário até que você tenha total segurança pra iniciar o projeto.

Colete as informações, analise, releia, analise novamente. Se necessário, faça mais perguntas. Mostre exemplos de outros trabalhos. Estimule o cliente a falar. Ouça! É melhor que o cliente participe ativamente agora do que venha com uma série de alterações depois.

Evite acelerar essa etapa por pressão do cliente. Esta etapa é crucial para evitar dores de cabeça depois. Com perdão do meu francês: “A pressa passa. A merda fica”. Mostre pra ele que essa etapa é a mais importante de todo o processo e ele precisa se engajar nela.

Tem cliente que precisa ver algo pronto pra só então começar a tomar decisões e direcionar o projeto. Se for essa a intenção do seu cliente, explique que isso é contraprodutivo, resulta em retrabalho, atrasa o projeto e pode inflacionar o custo final. Mostre que você é profissional e pode acertar de primeira se ele cooperar com você.

Reveja a forma como conduz seus projetos

Vale a pena dar uma repassada em como anda a condução dos seus projetos. Desde a negociação até a entrega final.

Você costuma colocar as etapas do projeto bem explicadas na sua proposta? É preciso que isso seja apresentado para o cliente. Ele precisa ter um panorama explícito de como é o fluxo de trabalho dentro de um projeto.

Inclusive, também insira na sua proposta uma data final para o encerramento total do projeto. E não tô falando aqui da data final de entrega. A data de encerramento é um prazo, além da data de entrega, para o cliente pedir eventuais ajustes finais, se necessário. Isso aumenta o comprometimento do cliente. E evita que projetos mortos, já há um bom tempo, renasçam do além.

Em alguns casos o cliente não é comunicado com a ênfase necessária sobre a importância de cada etapa e ele também não entende que uma vez que se aprova uma etapa, ela não pode virar pauta novamente mais adiante. Ele precisa estar ciente de que se quiser reabrir uma etapa anterior, isso pode impactar nas etapas seguintes.

Passe feedbacks constantes:

“Estamos na etapa X, uma vez ela aprovada, vamos para etapa Y. Porém, é muito importante que você revise a etapa X agora. Assim evitamos retrabalho, atraso no projeto e também eventuais custos extras. Ok? Aguardo seu retorno”.

A sua postura firme ajuda o cliente a entender que você está no controle e sabe exatamente o que está fazendo. Tenho certeza que assim ele ficará mais seguro, vai confiar mais em você e também será mais assertivo nas escolhas e orientações.

Reveja seu Branding

Você mira em que tipo de cliente? Qualquer cliente com dinheiro é cliente pra você? Cuidado, esse pode ser um posicionamento perigoso e pode te causar muitas dores de cabeça.

Recomendo que você pense seu marketing de forma que atraia clientes que tenham a ver com você, que tenham os mesmos ideais, que olhem na mesma direção. Ou seja, aquele tipo de cliente com quem é fácil e prazeroso de trabalhar.

Já escrevi aqui no Aparelho Elétrico sobre Branding, vale a pena dar uma olhada no artigo pra complementar essa leitura.

Se necessário (e possível), abra mão do cliente

É extremamente difícil trabalhar com ruídos de informação. Projetos onde você fala A e seu cliente entende B (e vice-versa) frequentemente acabam em prejuízo. Se a comunicação com seu prospect não anda boa, às vezes é melhor abrir mão do projeto pra não se incomodar depois.

Entendo que as contas apertam e às vezes a gente precisa fazer o que não quer. É a vida de adulto. Porém, saiba que não há nada de errado em abrir mão de um cliente e negar trabalho. Você não estará cometendo um sacrilégio. Tudo é uma questão de estratégia e preservação do seu negócio.

Se necessário acione o Briefing/Escopo/Proposta/Contrato

Se o seu cliente insistir em solicitações que não estão dentro do pré-acordado, não tenha receio algum de dizer que o pedido foge do combinado. Alguns clientes precisam ser lembrados do que solicitaram anteriormente. Isso é fundamental para o bom andamento do projeto.

Por isso você deve sempre ter um documento que ateste o que foi combinado, seja o briefing, escopo, proposta ou mesmo o contrato de prestação de serviço.

Se seu cliente estiver irredutível em relação as solicitações, reenvie o documento e sinta-se à vontade pra cobrar um valor extra pelas solicitações a mais.

Se você quer um modelo de contrato de prestação de serviço, ou um bom modelo de proposta comercial, recomendo que conheça o Freelancer Doc Box. Lá você encontra todos os documentos essenciais pra fazer a gestão do seu business como um freelancer profissional.

Concluindo

The end / Shutterstock

Espero que essas dicas te ajudem a lidar melhor com pedidos abusivos de alteração em seus projetos.

Tentei falar da forma mais geral possível para que as explicações não ficassem viciadas pelo meu viés de profissional de marketing digital. Minha intenção sempre aqui no Aparelho Elétrico é que todo e qualquer profissional freelancer se sinta representado no conteúdo. Mas também sei que as dicas aqui talvez tenham que ser adaptadas de acordo com as peculiaridades de cada profissão.

Sei também que minhas sugestões talvez se apliquem mais a um universo onde os clientes pagam muito bem pra justificar todo o envolvimento e desgaste que sugeri no artigo. Mesmo assim, acho importante mostrar esse panorama, nem que seja pra você, que lida com verbas pequenas, equalizar para a sua realidade.

Imagino que tenha ficado claro ao longo do artigo que não sou simpático a ideia de limitar o número de alterações do cliente na proposta de trabalho. Reforço o que disse no início, pra mim isso é o sintoma de que algo não vai bem em outro departamento. Acho que o cliente precisa intervir no projeto o quanto ele achar que deve. Porém, essas intervenções precisam acontecer no momento certo para que o projeto tenha um bom andamento.

Apesar de não ser adepto da prática, acredito que pode vir a calhar no caso de um prospect que você está sentindo que pode vir a dar algum problema e definitivamente não tem como abrir mão de trabalho agora. Neste caso, é bom ter essa carta na manga.

Não custa lembrar que pra manter o projeto nos trilhos você sempre pode argumentar que pretende:

  • Evitar retrabalho;
  • Evitar atraso no projeto;
  • E evitar custos extras para o cliente.

Você coloca limite de alterações nas suas propostas?

Deixe sua participação nos comentários e vamos levar o assunto adiante! Quero muito saber como você tem feito pra lidar com o número abusivo de solicitações feitas pelos seus clientes.

Caso tenha ficado alguma dúvida, é só comentar também que eu tento esclarecer. ;)

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Abraço e até a próxima!

Podcast: faz em troca da divulgação?

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Chegamos ao número 22 do podcast do Aparelho Elétrico. Muita gente pedia pra fazermos um podcast sobre esse assunto que assombra, principalmente, os iniciantes. É comum clientes com pouca verba, ou sem verba nenhuma, fazerem esse tipo de proposta. Será que é sempre uma roubada aceitar projetos em troca de divulgação? Vem ouvir o episódio novo pra estar no ponto certo pra encarar esse tipo de situação.

Participantes deste episódio

Henrique Pochmann
Aparelho Elétrico

dani lima freelancer em design gráfico Dani Lima
Chá Com Design
Thalita Lefèr

Thalita Lefèr
Amarelo Criativo

Vinny Campos

Vinny Campos
Studio Lhama

Walter Mattos

Walter Mattos
Walter Mattos

Timeline do podcast

Abertura

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  • Avalie o Aparelho Elétrico no iTunes. Dentro do iTunes, busque por “Aparelho Elétrico” e vá em frente até chegar na tela abaixo.

    avalie-o-podcast-do-aparelho-eletrico-no-itunes

  • Freelancer Full Folio – Um tema Premium para sites de freelancer;
  • Freelancer Doc Box – Caixa virtual de documentos essenciais para freelancers;

Leitura de Comentários

Pauta do Programa

  • Vinny conta sobre a oportunidade de refazer o layout de um site famoso;
  • Quanto você tem de verba?;
  • Se é pra fazer em troca de divulgação, o freelancer pode escolher o cliente;
  • Mesmo em caso de permuta, mostre o valor que custaria o projeto;
  • Você tem um real interesse no público que o projeto pode te trazer?
  • Avalie o contexto geral para entender o cenário;
  • Caso você for cobrar…”;
  • Você pode dizer ‘não’;
  • A dificuldade de dar valor ao próprio trabalho;
  • ‘Divulgação’ não é mensurável;
  • Busque por parcerias;
  • Branding é o que falta no seu negócio;
  • Sobre participar de concursos e concorrências;
  • The Co-Creative Economy: Stef Van Dongen at TEDxAmazonia;
  • 10 ways to have a better conversation;
  • Casa Amarela;
  • Projeto Curadoria.

Você já fez/faz projetos em troca de divulgação?

Quero muito saber a sua opinião sobre o assunto. Deixe a sua participação nos comentários e vamos levar o assunto adiante.

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Abraço e até a próxima!

Como lidar com o isolamento causado pelo ideal de carreira?

Já de cara peço desculpas pelo tom meio autoajuda deste texto. Mas acho que ele pode realmente ser útil para aqueles momentos onde a inspiração acabou, a produtividade anda baixa e você se questiona diariamente se deve ou não continuar insistindo no seu projeto.

Considero o isolamento a maior dificuldade a ser combatida pelo freelancer que está começando. Não estou me referindo ao isolamento de quem trabalha em home office, falo do isolamento causado pelo ideal de carreira.

Ser profissional independente é ser dono do próprio negócio, é ser empresário, ou seja, é encarar uma realidade diferente da maioria. Somos educados para estudarmos muito para termos um bom cargo em uma grande empresa ou pra passarmos em um concurso público.

Falando diretamente: somos treinados para sermos funcionários.

Qualquer pessoa que vá contra esse senso comum está naturalmente exposta a um turbilhão de críticas e reprovações. As pessoas te perguntam: “Você vai abrir mão da estabilidade de um emprego por uma vida incerta?”. Quando esse tipo de pergunta parte de alguém querido, como uma pessoa da família, pode realmente te desestabilizar.  Pode te deixar bastante em dúvida quanto as suas escolhas.

Às vezes eu me pergunto, por que as pessoas tentam tanto nos dissuadir de ir contra o senso comum? Duas respostas me vêm de pronto. Penso que algumas pessoas se preocupam com a gente e não querem nos ver quebrando a cara. Mas também penso que muita gente vai se incomodar se conseguirmos o que queremos. Talvez isso cause aquele sentimento de “Putz! Por que eu não tentei também?”. E ninguém quer ter que lidar com arrependimentos, não é verdade? Enfim…

Voltando ao que estou chamando de ‘isolamento de ideal de carreira’. Em vários momentos da sua jornada você provavelmente vai sentir vontade de trocar uma ideia com alguém para dividir alguma angústia e percebe que não tem com quem falar. Pois é grande o receio de ouvir: “Eu avisei que não seria fácil. Que tal procurar um emprego agora?”.

Você se vê em uma bolha, tendo que lidar com toda essa insegurança e aborrecimento apenas com você mesmo e mais ninguém. É foda!

Minha dica, pra você diluir um pouco essa angústia, é que você se aproxime de outros freelancers e empreendedores. Essas pessoas vão te entender. Quem sabe criar um grupo de mastermind?

Além disso, leia revistas, sites, continue acompanhando e interagindo aqui no Aparelho Elétrico – claro!

Aprenda muito sobre negócios e finanças, isso é bastante importante. Assista a vídeos. Ouça podcasts. Enfim, se qualifique e continue buscando conteúdo que traga relatos e histórias de pessoas que se deram bem correndo atrás do que queriam.

À medida que você se qualifica, também se fortalece. Isso vai reduzir a sensação de isolamento. Vai fazer você ter mais convicção das suas escolhas, vai esclarecer várias das suas dúvidas, vai te reenergizar, vai manter a inspiração por perto, e com certeza vai te dar muito, mas muito fôlego para seguir em frente.

Infelizmente seguir por um caminho diferente do considerado “normal” faz você ter que matar um leão por dia. Não é fácil. Se fosse fácil, qualquer um faria, não é verdade?

Não deixe os questionamentos dos outros fazerem você se isolar. Tem um monte de gente por aí passando pelas mesmas coisas que você e muito afim de trocar uma ideia.

Qual a sua opinião sobre o assunto?

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Como adquirir experiência sem prostituir o mercado?

Uma das maiores dificuldades de quem está começando é encontrar oportunidades para mostrar o seu trabalho. Devido ao fato de ter pouca experiência e ainda não ter um portfólio sólido, o profissional iniciante transmite pouca credibilidade para os clientes. E na ansiedade por experiência, ele chega ao mercado cobrando valores muito abaixo da média. Parece a maneira correta de começar, mas a longo prazo essa prática pode prejudicar a imagem do profissional e também de todo o mercado em que ele atua.

Algumas complicações de não valorizar o seu serviço

What?!
  • Você corre o risco de ficar conhecido como o “profissional barato” e não como o “profissional bom”. Trabalhar para clientes que só te procuram pelo preço baixo é um mau negócio;
  • Um cliente que pagou “x” da primeira vez não vai entender que numa próxima vai ter que pagar “5x” pelo mesmo serviço. Pois a primeira experiência deu a ele uma noção equivocada de valores;
  • Você vai passar a trabalhar desmotivado, pois a recompensa é pouca e a exigência do cliente será a mesma;
  • Quando seu preço é barato, você consegue fechar muitos projetos, logo tem muito trabalho por pouco dinheiro. Assim você não terá o tempo correto para se dedicar adequadamente a cada cliente e isso vai comprometer a qualidade do seu trabalho e aumentar o seu nível de estresse;
  • Você acaba afetando a imagem da sua própria profissão. Cobrar pouco afeta o prestígio de todos os profissionais da sua área e eles passam a ser vistos como mão de obra barata pela sociedade.

“Ok, mas como eu ganho experiência sem baixar meu preço?” você deve estar se perguntando. Veja abaixo 4 formas de adquirir experiência sem comprometer o mercado em que você atua.

Como adquirir experiência e preservar o mercado

Sim, é possível criar um bom currículo e portfólio sem associar o seu trabalho a preço de banana.

Leve a sério os trabalhos na faculdade

Se você ainda está na faculdade, aproveite essa oportunidade. Os trabalhos que você faz nessa época servem sim como comprovante de experiência e podem abrir portas para novos projetos no futuro.

A faculdade talvez seja a época onde a gente mais conhece pessoas interessantes e interessadas em criar algo novo e em fazer a diferença. Aproxime-se dessas pessoas e canalize toda essa vontade e energia para criar belos projetos. Mãos a obra!

Invista em projetos pessoais

Sou fã de projetos pessoais e estou sempre criando algum novo.

Na minha opinião, é a maneira mais rápida de ganhar experiência. Trabalhando em algo seu, você tem a oportunidade de participar em todos os pontos do projeto, na criação da ideia, na execução e na análise do que deu certo e errado. E, se precisar, pode voltar e fazer tudo de novo.

Projetos pessoais também servem como comprovação de experiência e, além disso, mostram o quanto você é proativo e engajado na sua área. Comece a criar um agora mesmo!

Se for pra fazer caridade, faça do jeito certo

Se for pra trabalhar (quase) de graça, trabalhe para organizações sem fins lucrativos. Entre em contato com uma instituição de caridade, projeto social ou algo do tipo e se ofereça como voluntário, diga o ramo em que você trabalha e que está disposto a ajudar no que precisar. Além de conquistar muita experiência, você vai passar a ser visto como um profissional socialmente ativo. Ponto pra você!

Seja sócio de outros iniciantes

Muitas pessoas que também estão começando vão procurar você. Ao invés de cobrar um valor ínfimo delas, sugira uma participação nos lucros. Assim seu serviço não fica associado a um valor irrisório e você preserva a sua imagem como profissional. Este tipo de proposta é interessante para o seu cliente também, porque ele está começando e provavelmente não tem muita grana para investir.

Concluindo

Não há como se desenvolver profissionalmente sem ser praticando, mas é também fundamental preservar o mercado em que você está inserido para garantir longevidade na carreira.

Aproveite as dicas aqui apresentadas e coloque a mão na massa. É o primeiro passo para começar a ganhar experiência.

Quer mais dicas como essa? Recomendo a leitura do meu eBook grátis “O Incrível Manual do Freelancer Moderno”.

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Este texto foi originalmente publicado com o título “4 formas de adquirir experiência sem prostituir o mercado” no blog 99freelas.

Trabalhar como freelancer: como começar, onde encontrar trabalho e muito mais

A ideia deste texto é servir como um guia para te ajudar a trabalhar como freelancer rapidamente e com toda a preparação possível para que você não perca boas oportunidades no mercado por falta de experiência.

Aqui você vai encontrar, além de outros tópicos, todo o conteúdo necessário para entender o que é de fato ser um profissional independente, como se organizar para trabalhar de casa via internet, quais são as ferramentas essenciais, e também onde encontrar e como identificar as melhores oportunidades de negócios.

Espero que o conteúdo seja útil. Vamos lá!

Tópicos

O que é freelancer?

Mulher asiática trabalhando como freelancer.
Foto: mulher freelancer / Shutterstock

“Freelancer” é o termo utilizado para definir profissionais independentes que atuam principalmente na área da comunicação e tecnologia da informação. Estes profissionais exercem sua profissão sem vínculo empregatício, ou seja, sem carteira assinada.

Em alguns casos trabalham de forma temporária dentro das empresas. Mas na maioria das vezes oferecem seus serviços a partir de casa, coworkings, cafés e onde mais tiver conexão com a internet e o conforto necessário para desempenhar bem sua atividade.

Como eu virei freelancer

Acima é um vídeo onde eu conto a minha história até virar freelancer. Entre outras coisas, falo também como me sentia quando ainda trabalhava em agências de propaganda. Talvez você se identifique.

A diferença entre freelancer, autônomo, profissional liberal e trabalhador remoto

Foto: homem negro freelancer / Shutterstock

Esta é uma questão que gera um pouco de confusão. Para tentar deixar claro, vou separar por tópicos cada definição.

O “autônomo” é o profissional independente que não precisa ter formação de nível técnico ou universitário para exercer sua profissão. Este termo normalmente é associado a eletricistas, pintores, encanadores, etc.

Já o “profissional liberal” também trabalha de forma independente, mas precisa ter curso técnico ou faculdade concluída para exercer legalmente sua profissão. Este termo geralmente é associado a médicos, dentistas, arquitetos, engenheiros, etc.

“Trabalhador remoto” causa muita confusão com “freelancer” porque ambos podem trabalhar de casa. Porém, ao contrário do “freelancer”, o “trabalhador remoto” tem vínculo empregatício e geralmente trabalha exclusivamente para uma única empresa.

E o “freelancer”, como dito antes, trabalha de forma independente e o termo é utilizado normalmente pra designar os profissionais autônomos ligados à area da comunicação e da tecnologia da informação. Mas como o termo vem se popularizando, já existem profissionais de outras áreas, e até mesmo profissionais liberais (arquitetos, por exemplo), que se definem como freelancers também.

As especialidades mais comuns no mercado

freelancers trabalhando em um coworking
Foto: time de negócios / Shutterstock

Abaixo você vê uma lista das especialidades mais comuns no mercado de trabalho freelancer. Você pode adotar alguma delas, ou optar por uma especialidade onde exista menos concorrência.

  • Arquitetura;
  • Design digital;
  • Design gráfico;
  • Direção de arte;
  • Eventos;
  • Fotografia;
  • Gerenciamento de projetos;
  • Ilustração;
  • Jornalismo;
  • Marketing;
  • Marketing Digital;
  • Mídias Sociais;
  • Moda;
  • Motion;
  • Pesquisa;
  • Planejamento de comunicação;
  • Produção de vídeo;
  • Programação;
  • Redação;
  • Revisão;
  • SEO;
  • Tradução.

Que tipo de profissional pode trabalhar como freelancer?

menina indecisa
Foto: menina indecisa / Shutterstock

Todo profissional que tenha o conhecimento, as ferramentas e os recursos necessários para exercer sua profissão de forma independente pode se tornar um freelancer.

É importante chamar atenção para o fato de que o freelancer precisa ter também um perfil multidisciplinar. Pra atuar sozinho, não basta ser bom na sua especialidade. É necessário ter habilidade para atender bem clientes e fornecedores e também lidar com a parte administrativa do negócio.

Pra se aprofundar mais nestes tópicos, recomendo a leitura do eBook/PDF que eu escrevi “O Incrível Manual do Freelancer Moderno”. Aproveita, não tem custo algum.

Vantagens e desvantagens de ser freelancer

balança
Foto: balança / Shutterstock

Abaixo vou listar pra você algumas coisas positivas e negativas a respeito desse formato de trabalho. Acho importante que você saiba exatamente quais são as alegrias e as dificuldades de ser freelancer para que você não entre nessa vida com uma visão errada. Assim você evita frustrações no futuro.

Vantagens

  • Autonomia na condução dos seus projetos / Liberdade para aceitar ou não cada projeto;
  • Crescer como empreendedor através do contato com várias empresas;
  • Frequentar serviços como shoppings, cinemas, farmácias e bancos fora do horário de pico;
  • Fugir do trânsito diário das grandes cidades;
  • Passar mais tempo com a família;
  • Possibilidade de ganhar mais do que um emprego tradicional;
  • Tempo para investir em projetos pessoais;
  • Ter hábitos de vida mais saudáveis, como tempo para praticar exercícios e melhorar a alimentação;
  • Trabalhar confortavelmente em casa;
  • Trabalhar no horário em que se sente mais produtivo.

Curtiu as vantagens? Eu gosto muito da autonomia de trabalhar por conta própria. Mas preciso te alertar, nem tudo são flores. Abaixo vão algumas desvantagens que você precisa ficar sabendo.

Desvantagens

  • Aprender a lidar com o preconceito. A própria família e os amigos tendem a pensar que o seu trabalho não é sério;
  • As férias não são remuneradas;
  • Dificuldade de comprovar renda;
  • Renda variável;
  • Lidar com clientes inadimplentes;
  • Lidar com o estigma de ser visto como mão de obra barata;
  • Não há 13º salário;
  • Necessidade de aprender sobre finanças e gestão;
  • Necessidade de se adaptar a cada perfil de cliente;
  • Ter que aceitar trabalhos irrelevantes em épocas de crise;
  • Trabalho solitário.

Como você já deveria desconfiar. A vida de freelancer, assim como tudo, tem o seu lado positivo e negativo. Acho importante frisar bastante isso porque é comum ver muitas pessoas na internet vendendo cursos/produtos passando uma imagem fantasiosa sobre esse formato de trabalho. Então, fica aqui o alerta: a vida de freelancer não tem só coisas positivas.

Abaixo vai o primeiro episódio do podcast do Aparelho Elétrico em formato talk show. Neste programa eu conversei com o programador Alvaro Neto sobre como se preparar para começar a trabalhar como freelancer. Acredito que pode ser bem útil pra você que está começando.

Detalhe: peço que tenha paciência pois como era um dos primeiros programas ainda não tinha o mesmo dinamismo de edição que temos nos episódios mais recentes. Mesmo assim, o conteúdo é rico e vale a pena ouvir.

Quais as características ideais de um bom freelancer?

mulher trabalhando como freelancer
Foto: mulher de negócios / Shutterstock.

Aqui vou apenas citar as características que considero mais importantes para um freelancer se dar bem na carreira.

Se você quiser ler mais a respeito de cada uma, é só baixar grátis o “O Incrível Manual do Freelancer Moderno“. É uma cortesia do Aparelho Elétrico para todos os cadastrados na newsletter do blog.

  • Ser disciplinado;
  • Ser honesto;
  • Ser multidisciplinar;
  • Ser organizado;
  • Ser proativo;
  • Ter automotivação;
  • Ter espírito aventureiro;
  • Ter uma certa sensibilidade pra entender seus clientes.

Por que uma empresa contrataria um profissional independente em vez de outra empresa?

Competição
Foto: Competição / Shutterstock.

Na maioria das vezes, o freelancer representa um melhor custo/benefício.

Empresas tendem a cobrar um preço mais alto, pois precisam justificar sua estrutura, pagar aluguel e o salário dos funcionários. Além disso, nas corporações, o processo de desenvolvimento de um projeto tende a ser lento, envolve várias pessoas e é bastante burocrático, o que pode impactar e muito no prazo de entrega. Tudo isso conta a favor do Freelancer.

Trabalhar com um Freelancer é falar diretamente com quem desenvolve o projeto. Isso reduz consideravelmente o risco de retrabalho e realinhamentos no decorrer das tarefas. E ainda que algum grande ajuste seja necessário, pode ser feito sem maiores preocupações. Pois não é preciso mobilizar toda uma equipe para uma reorganização, como acontece com frequência em grandes empresas.

Este assunto dá muito pano pra manga, mas vou deixar pra me aprofundar em um próximo post.

Onde um freelancer costuma trabalhar?

Grande parte dos freelancers trabalha em casa, o que se conhece como home office.

Mas há quem prefira os espaços de coworking, que são locais compartilhados por vários profissionais, onde você paga um determinado valor e usufrui da estrutura. Geralmente estes locais oferecem conexão à internet, mesa, cadeira, ar condicionado, sala de reuniões e, em alguns casos, até um ramal e endereço comercial para você. É uma ótima opção para quem não quer ficar isolado e pretende fazer novos contatos.

Na dúvida entre home office ou coworking? Ouça abaixo nosso podcast sobre o assunto.

Uma opção mais acessível, para quem não quer ficar em casa e também não quer gastar, é procurar por bibliotecas públicas com conexão grátis à internet. Mas não se esqueça de verificar as condições das mesas e cadeiras disponíveis, você precisa ter o mínimo de conforto para ter um dia produtivo de trabalho.

Uma ideia que pode renovar seu ânimo é, de vez em quando, ir trabalhar em um café. O aroma do café e a mudança de ambiente podem reativar sua criatividade e reacender sua motivação. Guarde essa dica na manga pra quando sentir que está muito estressado.

Independente da sua escolha, busque sempre um local arejado, bem iluminado, silencioso e acima de tudo, organizado. Essas condições são fundamentais para que o seu trabalho renda.

Como é definida a política de preço dos serviços de um freelancer?

Quanto cobrar por este serviço?” todo freelancer que é freelancer de verdade já se fez essa pergunta.

A verdade é que não existe uma fórmula segura que vá funcionar em 100% dos casos. Você precisa ir testando até encontrar o valor ideal, aquele que seu cliente pode pagar e você obtém lucro.

O ponto de partida para calcular o preço do seus serviços é o calculo de hora de trabalho. Você precisa saber quanto custa o seu valor/hora. Explico isso e mais um pouco no post formação de preços para freelancers.

Se preferir, você também pode ouvir o podcast acima. Tenho certeza que vai te dar um excelente panorama de como pensar na hora de fazer um orçamento para um potencial cliente.

É preciso abrir empresa pra trabalhar como freelancer?

entre estamos abertos
Foto: restaurante aberto / Shutterstock.

Se você pretende trabalhar seriamente como freelancer, tipo full-time, recomendo que você abra uma empresa.

Empresas sérias, que contratam serviços grandes, sempre pedem nota fiscal dos serviços. A melhor forma de emitir NFs é tendo uma empresa aberta.

Existe a possibilidade de emitir notas fiscais avulsas. Você pode ligar para prefeitura da sua cidade e se informar sobre o assunto. Mas vejo isso como um recurso para aquele profissional que faz serviços esporadicamente.

Não é prático, para um freelancer full-time, ter que ir na prefeitura toda a vez que precisar emitir uma nota fiscal. É melhor abrir uma empresa.

O melhor profissional pra te orientar sobre a abertura de uma empresa é o contador. Ele vai te sugerir a melhor maneira de fazer isso de acordo com o tipo de serviço que você presta e sua faixa de faturamento anual.

Lembrando que abrindo empresa e pagando seus impostos adequadamente você tem alguns direitos. Se optar pelo MEI, por exemplo, você tem direito a aposentadoria, auxílio doença, salário maternidade, sua família poderá receber pensão por morte e auxílio reclusão. Pra saber mais, vale uma espiada no Portal do Empreendedor.

Qual é o momento da carreira ideal para começar?

Essa certamente é uma das perguntas mais frequentes aqui no blog.

Sempre digo que o melhor momento é quando você já teve uma experiência sólida trabalhando dentro de empresas, portfólio consistente para comprovar essa experiência e networking para receber indicações.

Acho que sem esses três pilares, experiência, portfólio e networking, é melhor não se lançar como freelancer full-time. Pois será muito sofrido até fazer a máquina girar adequadamente.

Claro, nada impede você de começar de outra forma e encontrar seu próprio caminho. Mas acho importante considerar esses três pilares.

Acima um podcast sobre Networking que gravamos aqui no Aparelho Elétrico, talvez você se interesse em ouvir.

O profissional independente fatura mais que um empregado?

pote de moedas
Foto: pote de moedas / Shutterstock

É possível sim, um profissional independente faturar mais do que quando era empregado. Mas isso não é uma regra. Tudo depende do quão maduro é o profissional e das oportunidades que ele tem acesso.

Normalmente, o profissional que opta por trabalhar como freelancer não está visando ganhar mais, a ideia é ter mais qualidade de vida. Pelo menos, na maioria dos casos, é a maior recompensa da vida de freelancer em um primeiro momento.

À medida que o freelancer vai ganhando experiência, vai se profissionalizando, vai conquistando mais clientes e se relacionando com mais parceiros, o faturamento tende a subir. Novas oportunidades tendem a surgir. Mas isso pode demorar algum tempo.

Tudo depende de você e de sua motivação para correr atrás das oportunidades.

Tem um potencial cliente querendo me contratar como freelancer, qual o primeiro passo?

freelancer conversando com cliente
Foto: conversando com cliente / Shutterstock.

O primeiro passo é você marcar uma reunião com ele para entender que tipo de trabalho ele precisa.

Nessa reunião, faça todas as perguntas necessárias para que você consiga elaborar um orçamento adequado pra ele.

Evite dar um preço na hora, no calor do momento. Volte para o seu local de trabalho e reflita sobre o que conversaram na reunião. Tente traçar uma linha de tudo o que você terá que fazer do início ao final do projeto. Calcule o preço ideal, formalize uma proposta comercial e envie por e-mail.

Coloque na sua proposta:

  • Seu nome;
  • Seu contato;
  • Para quem escreveu a proposta;
  • Data de validade da proposta (uns 2 dias úteis é o suficiente);
  • Uma breve apresentação sua e de suas qualificações para o trabalho;
  • Data de entrega de cada uma das etapas do projeto;
  • Valores e condições de pagamento.

Não faça uma proposta muito longa, pois você corre o risco de seu potencial cliente não ler. Normalmente os clientes não têm muito tempo e vão direto a parte onde diz o preço. Então escreva somente o que for necessário.

Se quiser, você encontra modelo de proposta comercial e outros documentos no Freelancer Doc Box. Uma caixa virtual de documentos que criei para ajudar a bancar as despesas aqui do blog.

Se o cliente estiver de acordo com a sua proposta de trabalho, peça para que ele te envie um “ok” por e-mail. Isso é padrão de mercado. Assim ambos já têm uma prova de que o serviço foi devidamente contratado.

O ideal é que você peça um valor inicial para começar o trabalho. Isso também é padrão de mercado. Não tenha medo de pedir de 25% a 50% (dependendo do custo do projeto) do custo total do projeto. Assim o serviço fica devidamente contrato e você não corre o risco de trabalhar e o cliente dizer que o cliente fechou com outro e esqueceu de te avisar, ou coisa do tipo.

É possível ter renda garantida como freelancer?

renda garantida como freelancer
Foto: carteira com dinheiro / Shutterstock.

A renda variável talvez seja a maior inimiga dos freelancers. Sem renda garantida não da pra se organizar direito.

Por isso, o ideal é buscar contratos de Fee Mensal com os clientes. Ofereça serviços recorrentes para os seus clientes. Pense em algo que ele pode precisar todo mês e cobre uma mensalidade para executar essa demanda.

Fee Mensal é interessante pro freelancer porque assim ele já sabe quanta grana garantida vai entrar todos os meses. E é interessante também pros clientes, porque fees mensais são mais em conta do que serviços pontuais, já que o freelancer ganha no volume de trabalho.

Como conseguir trabalho como freelancer?

garota comemorando no computador
Foto: garota comemorando no computador / Shutterstock

Vamos a pergunta de 1 milhão de dólares.

Não existe um único jeito de conseguir trabalho como freelancer.

Você pode, por exemplo, começar oferecendo serviços freelancer pra atual empresa em que você trabalha, como escrevi no post ‘Como convencer seu chefe a te contratar como freelancer’.

Você também pode ativar seu networking, para deixar os pontos da sua rede alerta sobre alguma oportunidade de trabalho dentro do seu perfil.

Outra alternativa ainda é trabalhar o SEO do seu site para que ele apareça bem colocado no Google e traga mais oportunidades pra você.

Na minha opinião, a melhor forma ainda é prospectar clientes por conta própria, assim você mesmo lida com o cliente, sem intermediários, é mais fácil e bem mais lucrativo.

Participar de concursos dentro da sua área, produzir conteúdo em um blog e ter uma presença marcante nas redes sociais sempre acaba trazendo novas oportunidades de parcerias e negócios. É altamente recomendável que você explore essas possibilidades.

Mas se você ainda está engatinhando na carreira. Talvez uma boa maneira de ganhar ritmo é explorando as plataformas de jobs para freelancers. Mas preste atenção, geralmente os jobs postados nessas plataformas oferecem pagamentos bem abaixo do valor ideal.

Seguem algumas opções:

Curso para freelancers

Se você quer aprender a se promover e a se posicionar no mercado, recomendo muito o curso para freelancers do Seth Godin, fiz e contei o que achei nesse link. Me rendeu vários insights sobre como um profissional freelancer pode (e deve) conduzir os seus negócios. Recomendo muito.

Concluindo

Espero que com essas informações você tenha conseguido ter um completo panorama do que é trabalhar como freelancer.

Geralmente a insegurança dos profissionais é sobre a renda. É natural que queiram saber se vão conseguir se sustentar trabalhando neste formato.

Posso te dizer, por experiência própria, que é possível se sustentar trabalhando como freelancer. Mas as coisas nem sempre acontecem rapidamente. É preciso ter perseverança e, se possível, alguma fonte de renda alternativa até as coisas começarem a andar da maneira certa.

Antes de pensar em onde conseguir trabalho ou quanto você vai faturar, é bom pensar também se você é o profissional que merece ter o faturamento que você deseja.

Pra competir pelos melhores projetos e faturar alto, é preciso estar preparado e investir no seu aperfeiçoamento profissional. Tenho certeza que, se você leu todo esse post até aqui, já está fazendo isso. Tenha isso em mente.

Qualquer dúvida que você tiver, é só deixar nos comentários. Faço o possível para responder todo mundo.

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Grande abraço e até o próximo post.

Podcast: Primeiros Passos para ser Freelancer

Primeiro podcast do Aparelho Elétrico em formato talk show. Neste episódio, bati um papo com o freelancer full-time em programação, Alvaro Neto.

O cara contou como entrou nessa de profissional independente e deu várias dicas do que você deve e o que você não deve fazer na hora de começar a trabalhar como freelancer.

Escuta aí e participa aqui nos comentários, vamos desenvolver mais o assunto.

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Abraço e até o próximo post!

Como convencer seu chefe a te contratar como freelancer

Se preferir, clique no player e ouça este conteúdo
no podcast do AparelhoEletrico.com

Se você tem um líder que gosta do seu trabalho e confia em você, considere seriamente a possibilidade de ele se tornar o seu primeiro cliente. É muito comum vermos bons profissionais continuarem prestando serviços para a antiga empresa. Aproveite esta chance! Este artigo vai ajudar você a fazer a transição de funcionário para freelancer. Veja abaixo os tópicos abordados:

  • Analise a sua situação na empresa;
  • Seja discreto;
  • Abra o jogo com o seu chefe;
  • Deixe ele seguro;
  • Evidencie as vantagens;
  • Apresente uma proposta adequada;
  • Se necessário, sugira uma experiência como teste.

 

Analise sua situação na empresa

De funcionário para freelancer - analise a situação

Antes de formalizar uma proposta para o seu chefe, você precisa saber se está no momento adequado para a transição.

O ponto aqui é entender o quão bem-visto você e seu trabalho são dentro da empresa. Se você é um funcionário exemplar, sempre é requisitado para os principais projetos, e quando o seu chefe quer algo bem-feito ele pede a você, perfeito! Você está em uma condição muito favorável para oferecer os seus serviços como Freelancer.

Mas só isso não basta.

Você também precisa conhecer a política de fornecedores da empresa. Ela tem histórico de trabalhar com outros freelancers?

Algumas empresas mais conservadoras preferem executar todo o trabalho internamente.

Se você não tem certeza, busque informações com colegas que estão há mais tempo na casa, pergunte se já existiram casos de terceirização de projetos na sua área. Mas não entregue seu plano.

Se onde você trabalha é comum trabalhar com freelancer, ótimo.

Mas perceba como esta prática anda sendo vista. Há casos onde empresas, habituadas a trabalhar com terceiros, desistem de terceirizar projetos devido a baixos resultados, dificuldade de comunicação ou mesmo de gerenciamento da mão de obra.

Tente descobrir se os responsáveis pela terceirização estão contentes com os parceiros que têm hoje. Se estiverem descontentes, há grandes chances de ficarem felizes com você atuando para eles, pois já conhecem seu trabalho.

 

Seja discreto

De funcionário para freelancer - seja discreto

Neste momento, discrição é fundamental. Evite ao máximo contar sua ideia para outros colegas de trabalho.

Se você quer se aconselhar, opte por um colega no qual você confia e que conhece mais a empresa do que você. Falar abertamente sobre o seu plano pode gerar desconforto em outros profissionais e isso pode acabar atrapalhando o sucesso da sua empreitada.

Por isso, nessas horas, manter sigilo é muito melhor.

 

Abra o jogo com o seu chefe

De funcionário para freelancer - transforme seu chefe no seu primeiro cliente - explique a situação

Não tente camuflar a sua real vontade. Seja transparente.

Conte ao seu chefe que você gosta da empresa e do trabalho que desempenha, mas tem visto no formato de trabalho freelancer a possibilidade de realizar o sonho de ser dono do próprio negócio, e que ficaria feliz se pudesse contar com ele para dar esse primeiro e importante passo.

Não tenha receio de pedir esta ajuda ao seu chefe. Se ele gosta do seu trabalho, provavelmente vai ficar contente em ser uma peça fundamental para a sua conquista.

 

Deixe seu chefe seguro

De funcionário para freelancer - transforme seu chefe no seu primeiro cliente - deixe seu chefe seguro

Seu empregador precisa acreditar que trocar um funcionário por um fornecedor pode ser um bom negócio.

Por isso, você precisa passar segurança, ele não pode entender como uma dificuldade o fato de você não estar mais trabalhando dentro da empresa.

Por isso, sugiro que você apresente um fluxo de trabalho onde ele sinta que o contato permanece direto. 

É fundamental manter a relação de trabalho próxima e constante.

Você pode, por exemplo, se comprometer a enviar um e-mail semanal ou diário (dependendo do fee acertado) com a planilha de follow-up (lista com o status e prazos das demandas a desempenhar).

Ou ainda, agende reuniões presenciais para conversar sobre as tarefas.

Seu futuro cliente precisa sentir que vai ser fácil gerenciar seu trabalho, quanto mais você colaborar para esta tarefa, mais chances você tem da sua proposta ser aceita.

Garanta também para ele que sua dedicação e empenho não diminuirão. Deixe claro que o fato de estar trabalhando como freelancer, sem supervisão direta, não influenciará em nada o seu comprometimento.

 

Evidencie as vantagens

Um funcionário com carteira assinada custa bem mais do que o salário que ele recebe, você sabia disso?

Além do salário, a empresa precisa arcar com vale transporte, vale refeição, 13º salário, ou seja, uma infinidade de outros custos. Tudo isso gera um montante por volta de 60% a mais sobre o pagamento mensal acertado com o funcionário.

Por exemplo, se um profissional tem a carteira assinada por R$ 2.500,00, ele pode custar em torno de R$ 4.000,00 para a empresa. É bastante, não?

O Calculador é um site que pode ajudar você a ter uma referência destes valores. Mas lembre-se que estes cálculos podem variar de acordo com cada região e realidade do mercado.

 

Eis uma lista de benefícios que você pode apresentar ao seu chefe:

  • Economia com vale transporte;
  • Economia com vale refeição;
  • Economia com 13º salário;
  • Economia com o pagamento de férias;
  • Economia com FGTS;
  • Redução de custos com água, luz, lanches, maquinário, ferramentas e utensílios do local de trabalho;
  • Mais espaço livre dentro da empresa: mesa, cadeira, computador;
  • Redução de custos com horas extras;

Da pra notar que seu chefe vai economizar muito dinheiro. Se você listar todas as vantagens em uma proposta de trabalho bem-feita, certamente ele levará o assunto a sério.

Você pode usar o modelo de proposta de trabalho que eu disponibilizei no Freelancer Doc Box ou criar o seu próprio modelo.

 

Apresente uma proposta adequada

De funcionário para Freelancer - transforme seu chefe em seu primeiro cliente - Apresente uma proposta adequada

No O Incrível Manual do Freelancer Moderno, escrevi um capítulo sobre propostas, vale a pena dar uma olhada, o e-book / livro está para download grátis por tempo indeterminado no link acima.

É fundamental formalizar em um documento como se dará a nova relação de trabalho. Baseando-se nos valores e vantagens que vimos nos tópicos anteriores, escreva uma proposta de trabalho simples e objetiva.

Não se esqueça de documentar como será a rotina de trabalho e o controle de demandas.

Lembre-se, seu objetivo aqui é conquistar o seu chefe como seu primeiro cliente e não trabalhar exclusivamente para a empresa dele.

A ideia é que você se torne um freelancer e não um trabalhador remoto.

Faça uma proposta de trabalho onde você receba um valor justo pelo tempo de trabalho a ser investido.

Não deixe a ansiedade te dominar, você pode acabar prometendo coisas demais e ficar preso à apenas este trabalho. Lembre-se, você precisa ter tempo para correr atrás de outros clientes.

Estrategicamente falando, não é bom ter a maior parte dos rendimentos vindos de um único cliente. Porque se ele cancelar o contrato, você pode ficar em uma situação bastante complicada.

 

Se necessário, sugira uma experiência como teste

De funcionário para freelancer - se necessário sugira uma experiência como teste

Se você seguiu todas as dicas aqui apresentadas e sentiu que seu chefe não está convencido de que seria uma boa ideia, proponha um teste. Sugira trabalhar de casa por uma semana como forma de simular a sua atuação como freelancer.

Neste período que você estiver em casa, garanta que seu trabalho seja impecável, esforce-se para entregar os melhores resultados.

Na próxima semana, quando retornar a empresa, pergunte ao seu chefe o que ele achou da experiência. Se ele apontar algo que não gostou, apresente opções para contornar a situação e proponha uma nova semana de trabalho longe da empresa.

Você pode seguir neste ciclo até que ele se sinta totalmente confortável com a sua proposta.

 

Estamos chegando ao fim do artigo. Reveja todos os passos

  • Analise a sua situação na empresa;
  • Seja discreto;
  • Abra o jogo com o seu chefe;
  • Deixe ele seguro;
  • Evidencie as vantagens;
  • Apresente uma proposta adequada;
  • Se necessário, sugira uma experiência como teste.

 

Concluindo

Os números não nos deixam mentir, transformar um funcionário em fornecedor freelancer é economicamente atraente para os empregadores. Se você tem uma ótima reputação na empresa em que trabalha, acredite, esta é uma oportunidade real para você.

Basta apenas apresentar uma proposta sensata de trabalho para iniciar a negociação.

Caso você tenha mudado de trabalho recentemente e a atual empresa ainda não conhece tão bem o seu trabalho, construa a sua reputação, faça a diferença e só então coloque em prática as dicas deste artigo.

Boa sorte!

Você já passou por esta situação, como foi? Comente aqui abaixo, eu gostaria muito de conhecer a sua história.

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