7 pontos positivos da técnica pomodoro no meu dia-a-dia

Já havia lido sobre a técnica pomodoro – aqui no Aparelho Elétrico e em outros blogs. Me pareceu interessante, mas eu resisti em adotá-la. Eu via um problema grave no método: me sentir interrompida. Eu detesto ser interrompida. A ideia de estar concentrada em algo e ter que parar só por que o relógio deu 25 minutos me parecia horrível.

Mas dentro do espírito de sempre tentar ser uma freelancer melhor, venci minha própria resistência, e decidi testar a técnica.

Depois de 5 meses usando a técnica pomodoro, listo abaixo os 7 principais pontos positivos que percebi no meu dia-a-dia.

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1 – Melhorou minha concentração

A técnica pomodoro realmente é uma mão na roda quando o assunto é foco. Assim que eu “dou a largada” no pomodoro, eu me concentro e não desvio o foco da tarefa. Não tem telefone, skype, email… São 25 minutos dedicados a uma tarefa. Ou seja: pomodoro rodando, foco na tarefa. Com alguns dias de prática, eu já estava no automático.

 

2 – Me ajudou a estimar e planejar melhor jobs pequenos

Eu não conseguia me livrar do péssimo hábito de dizer: “em meia horinha eu resolvo”. Não existe “meia horinha” e, na verdade, eu sempre soube disso. Mas o hábito persistia e eu sempre acabava me enrolando porque aquela “meia horinha” durava sempre mais que 30 minutos, é claro.

Quando comecei a contabilizar meus intervalos de 25 minutos, não pude mais fugir dos fatos: não há um job, por mais simples que seja, que eu termine em apenas um pomodoro. Mesmo ajustes, em materiais prontos, costumam levar mais que isso.

Muitas vezes, ao considerar o tempo para fazer ajustes, não levamos em conta todo o tempo de reler o material, revisar links, imagens e conferir se tudo foi salvo corretamente. São boas práticas para manter a qualidade e evitar erros bobos. Quando você deixa o cronômetro rodando e faz tudo isso com a calma e a atenção necessária, você logo vê que simples alterações de texto podem levar mais que um pomodoro.

Esta clareza tem me ajudado a programar melhor aquelas semanas cheias de jobs pequenos. É fácil planejar o trabalho quando você precisa terminar um ou dois jobs grandes. Mas e quando você tem uma lista de alterações, ajustes e pequenos jobs? Eu acho mais difícil prever quanto tempo exatamente vai levar tudo e a técnica tem me ajudado com isso.

 

3 – Aprendi a valorizar todos os minutos do dia

Meu dia de trabalho tem hora para acabar, sem possibilidade de extensão. Encerra no momento que meus filhos chegam da escola. Eles chegam, o trabalho termina. Antes de começar a utilizar a técnica pomodoro, quando faltavam uns 20 minutos para a chegada deles, eu pensava: “faltam só 20 minutos… com tudo isso que tenho que resolver, não vai dar tempo”. Então eu acabava indo passar o tempo no Facebook.

Quando comecei a usar a técnica, ao ver que faltavam 20 minutos para terminar meu dia, passei a pensar diferente: “20 minutos… é quase um pomodoro. Ok, vamos ver o que dá para resolver”.

Então eu começo meu último pomodoro do dia colocando foco numa única tarefa. Realmente não é muito tempo e muitas vezes eu não finalizo por completo a tarefa. Mas pense em ganhar ou perder 20, 25 minutos todo dia. Ao fim de uma semana, você pode ter produzido ou deixado de produzir por uma hora. No final das contas, tem feito uma boa diferença.

 

4 – Me deu uma forma simples de ter uma planilha de horas

Existem diversos aplicativos para se usar a técnica pomodoro. Na verdade, você só precisa de um timer e papel. Mas os aplicativos ajudam a extrair o melhor da técnica.

Eu escolhi um aplicativo super simples chamado Keep Focused (gratuito) que roda no desktop. Ao iniciar o programa, você diz que tarefa vai executar e o aplicativo fica lá contando os 25 minutos. Terminando, o aplicativo conta o tempo de pausa. Depois é só começar o ciclo de novo.

O aplicativo mantém um log em TXT (sim, ridiculamente simples – e é por isso que eu gosto) com todas as tarefas que você registrou, com horários e datas específicos. Pronto, simples assim resolvi a minha dificuldade em manter um log de horas para os meus jobs.

Eu já tinha tentado várias coisas – das mais complexas às mais simples. Mas todas elas contavam com um elemento problema: eu. Eu precisava lembrar de lançar minhas horas num software, numa planilha ou no papel e eu sempre esquecia. Agora o log fica lá, prontinho.

Basta eu pegar o TXT, contar quantos pomodoros eu dediquei a um job e pronto. Tenho uma noção exata de quanto tempo gastei. Com um pouco mais de esforço, eu ainda identifico cada etapa do job – “pesquisa”, “rascunho”, “criação”, etc. Obviamente isso tem me ajudado bastante a melhorar minhas estimativas para propostas e também para medir se o projeto foi lucrativo ou não.

 

5 – Me ajudou a lidar melhor com a procrastinação

Sabe aqueles dias em que está difícil manter o foco? Talvez você esteja cansado ou ansioso. Talvez esteja com preguiça ou receoso com um job difícil. Seja lá o que for, todos nós passamos por isso: o demônio da procrastinação sentadinho no nosso ombro nos fazendo perder tempo.

A Técnica Pomodoro virou minha grande aliada nestes dias. Eu simplesmente respiro fundo e “dou a largada” no pomodoro. Assim, sem pensar muito, no susto. Começam os 25 minutos que eu tenho que dedicar à tarefa que estava me assombrando. Os primeiros 5 minutos são mais difíceis, mas passado esse início, eu entro no ritmo. E assim eu vou vencendo a vontade de empurrar o job com a barriga, 25 minutos de cada vez.

É verdade que em dias assim, as pausas de 5 minutos acabam um pouco maiores… 10, 15 minutos. Mas é mais fácil se esforçar para fazer mais 25 minutos de trabalho por vez do que pensar no job como um todo. Então, mesmo com a cabeça no mundo da lua, eu consigo ter algumas horas produtivas nos meus dias de mente dispersa.

 

6 – Me deu mais tempo para as pequenas tarefas de casa

Trabalhar em home office não é só glamour, baby! Você está na sua casa então, a não ser que você pague uma empregada todo dia, tem louça suja na pia, tem roupa para lavar, tem coisas para guardar… Gerenciar o tempo para produzir no trabalho e ainda não deixar a casa virar um pardieiro pode ser bem estressante (ainda mais se você tem filhos como eu).

Com a técnica, passei a usar os intervalos para fazer as pequenas tarefas de casa. Às vezes é algo chato, como colocar roupa para lavar, por exemplo. Mas também faço coisas legais como molhar as minhas plantas, passar um tempo com os cachorros ou simplesmente aproveitar a vista da minha varanda.

Assim eu me movimento durante os intervalos – o que é bom para a criatividade, segundo essa pesquisa da Universidade de Stanford (em inglês) – e gerencio melhor o tempo dedicado ao trabalho versus o tempo dedicado as tarefas de casa.

 

7 – Ajudou a melhorar a minha saúde

Outra coisa que faço em todo intervalo é passar na cozinha e encher meu copo de água – que costumo ir consumindo durante os 25 minutos de trabalho. Beber bastante água traz diversos benefícios à saúde. Taí uma forma fácil de ficar um pouco mais saudável.

Além disso, antes de usar a técnica, eu ficava adiando a hora de comer. “Depois que eu terminar isso”, “Depois da reunião”… O resultado disso era que uma hora eu ficava com muita fome, corria até a cozinha e pegava qualquer coisa rápida para comer. O que normalmente era alguma porcaria, tipo um biscoito ou chocolate.

Com os intervalos programados, passei a fazer um esforço para lanchar mais vezes durante o dia. E também para fazer lanches mais saudáveis. Cinco minutos é tempo o suficiente para descascar uma fruta, fazer um sanduíche leve ou um chá.

Mas o melhor mesmo é quando eu termino um pomodoro e vou até a cozinha colocar pães de queijo no forno. Volto a trabalhar e, um pomodoro depois, tenho pães de queijo quentinhos pro meu lanche. Eu nem sou mineira mas acho isso bom demais da conta, sô! :)

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 Então, se você ainda não testou a Técnica Pomodoro, sugiro que você o faça! Você pode se surpreender e descobrir que ela pode fazer muito mais por você do que simplesmente melhorar sua produtividade.

 

 

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