Projeto londrino transforma sobras de supermercados em apetitosas refeições

Projeto londrino transforma sobras de supermercados em apetitosas refeições

The Real Junk Food Project parte da perspectiva ambiental para diminuir o desperdício no Reino Unido. O preço é “pague quanto puder"
  Por Giovanna Beltrão
Foto: Composição / The Real Junk Food Project

O desperdício de alimentos é um problema recorrente em muitos países. E no Reino Unido, não é diferente. De acordo com o aplicativo Too Good To Go (algo como “muito bom para ser jogado fora”, em português), quase 900 mil refeições não vendidas são descartadas por dia no país. Nesse cenário, surgiu o The Real Junk Food Project (ou Projeto Verdadeira Junk Food), uma iniciativa ambiental que visa eliminar o descarte de bons ingredientes produzindo refeições e oferecendo-as em restaurantes e cafés temporários.

O projeto funciona assim: seus membros fazem parcerias com supermercados e lojas locais, convencendo-as a doarem os alimentos que não forem vendidos em vez de jogá-los no lixo. Depois de acertadas as doações, os ingredientes são recolhidos todas as manhãs e levados para os cafés The Real Junk Food, onde são usados para criar refeições saudáveis para a hora do almoço. As pessoas são convidadas a pagarem quanto puderem pelo prato de comida e podem, até mesmo, não pagar nada.

O objetivo inicial do The Real Junk Food Project é impedir que o máximo possível de comida vá para o lixo. “Este não é um café para pessoas desabrigadas, ou para idosos, não é um banco de alimentos. O café começou com uma postura ambiental, para evitar que toda essa comida entre em aterros sanitários, e o elemento social de pessoas se juntando para comer e conversar sai disso”, contou Chrissy Weller, que montou um café na região de Twickenham com sua amiga Clare Box, ao The Guardian.

“Recebemos qualquer pessoa aqui, para pagar quanto achar certo pela comida, ou não pagar nada. Então, temos uma grande mistura de pessoas sentadas em volta das mesas conversando e comendo juntas”, completou. O Projeto foi criado pelo ex-chef Adam Smith, em 2013, e hoje conta com 127 cafés preparando e servindo refeições feitas com sobras em sete países e 10 “supermercados sociais”, que coletam, armazenam e distribuem alimentos descartados em maior escala. Cada novo espaço deve passar pelo aval do The Real Junk Food Project antes de receber uma licença para operar.

Inspiração  

O café das amigas Chrissy e Clare, que é um dos mais recentes de Londres, tem inspirado iniciativas semelhantes. Mark Griffiths, que trabalha com famílias e crianças em situação de risco, por exemplo, teve a ideia de montar uma banquinha nos pátios das escolas para distribuir alimentos resgatados de supermercados e padarias. “Uma mãe solteira de três crianças tem apenas 30 libras por semana para comprar comida. Ela é muito magra. Eu vi o café da Chirissy e da Clare e pensei que podia fazer algo similar em escolas”, contou.

“O foco em ‘salvar o planeta’ significa que não há estigmas. Nós entregamos sobras, o que quer dizer que a pessoa está fazendo um favor ao mundo levando-a para casa. Acaba tudo em minutos”, ponderou. Para Smith, os cafés são só o começo: “Nós podemos alimentar milhares de pessoas a partir de um único armazém. […] Apoiamos bancos de alimentos, instituições de caridade e escolas e fornecemos lanches para 18 mil crianças por semana [do armazém na região] de Wakefield, o que gera um impacto muito maior”, finalizou.

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 Publicado em 01/02/2019 Atualizado em 18/02/2019
Giovanna Beltrão Jornalista. Mestra em Jornalismo. Especialista em Processos e Produtos Criativos. Trabalha com Comunicação desde 2007. Se interessa por cultura, tecnologia, viagens e gastronomia. Acha estranho escrever sobre si mesma na 3ª pessoa.
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