Playlists para trabalhar são realmente eficazes?

Playlists para trabalhar são realmente eficazes?

Pesquisadores estão investigando o que explica o aumento da concentração e da produtividade por meio da música. E se isso realmente funciona
  Por Giovanna Beltrão
Stock Photos By Trum Ronnarong / Shutterstock

Ouvir música durante o trabalho é um dos hacks de produtividade mais conhecidos entre trabalhadores, especialmente os criativos. Nos últimos anos, uma grande quantidade de playlists no Spotify e canais de YouTube foram criados com o objetivo de ajudar as pessoas a se concentrarem melhor durante a execução do ofício. Os canais Chillhop Music e ChilledCow, por exemplo, já somam mais de 5,3 milhões de assinantes e fazem livestreams diários de “sons para estudar/relaxar”. Mas, o que a ciência diz sobre isso?

Para a professora Maria A. G. Witek, do Departamento de Música da Universidade de Birmingham, não há uma resposta fácil para esta pergunta. Recentemente, ela foi co-autora de um estudo sobre o tipo de música que provoca uma “resposta de prazer” maior entre os ouvintes. Segundo a pesquisa, o efeito da música de fundo na concentração depende muito da personalidade e do gosto de uma pessoa, mas a música adequada ao trabalho tende a compartilhar algumas qualidades gerais.

São elas: não ter letras (que tendem a causar distrações), ser lenta, repetitiva e suave. Sons atmosféricos, como chuva, cascata ou barulhos da floresta tropical também são indicados por bloquearem os ruídos comuns do ambiente de trabalho, como carros passando na rua e conversas paralelas entre colegas. Além disso, elas podem ajudar a reorientar a atenção e a concentração. “Essas características irão promover o nível certo de excitação fisiológica e atencional nos ouvintes, agindo como um estimulante sem se distrair da tarefa”, disse Witek à publicação Elemental.

Tram Nguyen, que é membro do Time de Ciências Cerebrais de Cambridge, constatou, em um estudo de 2017, que é altamente provável que músicas de baixo ritmo beneficiem as regiões do cérebro responsáveis pela memória e por completar tarefas. Quanto às músicas de alto “grau de excitação”, a pesquisadora indica que elas podem “potencialmente distrair mais, porque o ouvinte está mais focado em processar a música do que em cuidar do que tem que fazer”.

Sem música

Witek alerta, ainda, para o fato de que ouvir música durante tarefas que exigem grande concentração pode não ajudar tanto quanto se imagina. “Muitas pesquisas parecem sugerir que é melhor não usar música de fundo quando se estuda. […] O argumento é que a música sempre reduzirá a quantidade de espaço disponível na atenção cerebral, afastando os recursos da tarefa em questão”, explicou.

Mas, por que as pessoas continuam a ouvir música durante o trabalho? Para a professora, a atividade é divertida e, consequentemente, mais motivadora. Ou seja, mesmo que a concentração possa ser comprometida, o bom humor ocasionado pela música contribui para as melhorias no desempenho.

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 Publicado em 30/05/2019 Atualizado em 14/06/2019
Giovanna Beltrão Jornalista. Mestra em Jornalismo. Especialista em Processos e Produtos Criativos. Trabalha com Comunicação desde 2007. Se interessa por cultura, tecnologia, viagens e gastronomia. Acha estranho escrever sobre si mesma na 3ª pessoa.
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