Em prédios comerciais ou em casa, os escritórios desempenham funções estratégicas no funcionamento de empresas ao redor do mundo. Em reportagem especial, a revista Época Negócios de fevereiro argumenta que “o modo como uma empresa organiza seu espaço pode determinar o sucesso ou o fracasso dos negócios, assim como tem efeito em sua capacidade de inovar”.
Nesse sentido, o conteúdo debate os conceitos colocados em prática na construção das sedes de gigantes como a Amazon, Apple, Facebook e Google. Para isso, é feito um panorama do longo percurso de adaptações ocorrido nos ambientes corporativos desde o final do século XIX até os dias atuais.
O primeiro destaque é dado ao Modelo Taylorista, inspirado nas métricas e nos conceitos criados pelo engenheiro Frederick Winslow Taylor (1856-1915). A segregação espacial, as diferenças hierárquicas e a padronização das atividades são destaques desse estilo. O Espaço Humanista, predominante nos anos 30, adota um plano aberto e introduz o uso do ar condicionado em todos os ambientes.
Na década de 50, ocorre um boom dos espaços abertos e as diferenças hierárquicas são reduzidas. No entanto, o barulho e a falta de privacidade passam a incomodar os funcionários dos escritórios. A priori, o modelo tinha o objetivo de estimular a troca de ideias entre as pessoas, mas logo passou a ser adotado como uma maneira de reduzir custos de espaço.
Nos anos 60, começa a Era dos Cubículos, as baias com divisórias eram flexíveis e resolviam o problema da privacidade. Até aquele momento, funcionários da base hierárquica nunca haviam tido um espaço próprio. Por outro lado, este modelo prejudicou a interação entre os profissionais da empresa.
A chegada dos computadores à rotina dos escritórios causou mudanças estruturais na organização desses espaços. Na década de 80, as grandes empresas começaram a investir em prédios com academia, espaços de alimentação e atendimento médico. Já na primeira metade dos anos 2000, as mesas e bancadas compartilhadas passaram a compor o cenário corporativo, que também começou a experimentar com as políticas de home office.
Em 2005, o engenheiro de software Brad Neuberg criou o primeiro espaço de coworking, onde profissionais autônomos podiam alugar escritórios compartilhados. Hoje em dia, a tendência é que os espaços se moldem às pessoas, havendo um equilíbrio estratégico entre a privacidade e as áreas de interação entre funcionários.
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