“Co-living 2.0” pode ser a mais nova cartada do mercado imobiliário

“Co-living 2.0” pode ser a mais nova cartada do mercado imobiliário

O equilíbrio entre privacidade e comunidade atrai público um pouco mais velho para lugares mais seguros, confortáveis e inclusivos
  Por Giovanna Beltrão
Stock Photos Por Jack Frog / Shutterstock

Morar em cidades, principalmente grandes centros urbanos, é um desafio em muitas frentes. Em especial quando você se muda após a faculdade ou se trabalha remotamente. Isso porque, além de todas as questões burocráticas envolvidas em alugar um apartamento, é preciso considerar as dificuldades de ingressar em uma nova comunidade e fazer novos amigos.

O crescente senso de isolamento observado no mundo conectado não é novidade e muito tem sido debatido sobre isso, graças à maior atenção dada à saúde mental nos últimos anos. Nesse sentido, nota-se uma evolução do modelo de co-living (ou “coabitação”, em português). Segundo reportagem de Angelica Krystle Donati para a Forbes, a primeira onda de co-living — o 1.0 — resultou do desejo de comunidade somado aos altos custos das cidades.

Para a jornalista, o “co-living 1.0” buscava ajudar as pessoas a fazerem a transição da universidade para o mundo adulto por meio de microespaços, cozinhas comunitárias e grandes áreas comuns de convivência. Esta opção também é muito procurada por trabalhadores remotos que passam pouco tempo em uma cidade.

Agora, novas propostas de co-living estão chegando ao mercado e focam em um público um pouco mais velho — do final dos 20 anos ao início dos 30 —, que esteja em busca de espaços com o senso de comunidade aguçado, mas que também ofereçam privacidade e melhores acomodações individuais. Este modelo vem sendo chamado de “co-living 2.0” e pode ser a mais nova cartada do mercado imobiliário.

Node

Uma das pioneiras desse modelo de habitação é a Node. Criada e administrada por Anil Khera, ela é uma empresa global de co-living que cria apartamentos comunitários em capitais criativas ao redor do mundo. As unidades são compactas, com design eficiente e têm cozinhas e áreas de lazer privativas. A decoração é customizada e os vizinhos são pessoas com interesses parecidos com quem o morador pode se conectar.

“Poucas pessoas querem pagar mais de $/€ 1.000,00 por mês, viver em um espaço de 10 metros quadrados e dividir uma cozinha com 10 pessoas. Tem que haver um modelo de co-living que abrace a vida comunitária e a economia compartilhada, mas com espaços privativos um pouco maiores e sustentáveis para uma vida independente”, disse o CEO à repórter.

O público-alvo da Node, além de um pouco mais velho, é caracterizado por pessoas solteiras ou casadas (no entanto, sem filhos) e com uma renda anual média de $ 70.000,00. O número de mulheres é consideravelmente maior e, geralmente, os moradores acabaram de se mudar para a cidade e, por isso, procuram um lugar que seja seguro e, ao mesmo tempo, inclusivo.

“À medida que as pessoas se movimentam globalmente, há uma crescente necessidade e desejo de uma comunidade global — um grupo de amigos, colegas e até mesmo mentores que vivem e se movem pelo mundo. Reiniciar a vida em comunidade toda vez que alguém se movimenta é altamente perturbador e, portanto, a ascensão de uma comunidade global pode ajudar a resolver questões de solidão e isolamento para pessoas globalmente móveis”, argumentou Khera.

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 Publicado em 29/03/2019 Atualizado em 01/04/2019
Giovanna Beltrão Jornalista. Mestra em Jornalismo. Especialista em Processos e Produtos Criativos. Trabalha com Comunicação desde 2007. Se interessa por cultura, tecnologia, viagens e gastronomia. Acha estranho escrever sobre si mesma na 3ª pessoa.
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