Este é o segundo ano em que o Aparelho Elétrico realiza a pesquisa Perfil do Freelancer no Brasil. Ao contrário do ano passado, quando foram incluídos profissionais que trabalhavam eventualmente e meio período, este ano a pesquisa focou somente em quem trabalha em tempo integral como freelancer.
Acho importante lembrar as nossas motivações para realizar essa pesquisa:
Desmistificar ou comprovar mitos relacionados ao trabalho freelancer;
Encorajar, desencorajar (por que não?) e reduzir os riscos de profissionais interessados em adotar esse formato de trabalho;
Incentivar o mercado a trabalhar mais com mão de obra freelancer;
Reduzir o preconceito associado a esse formato de trabalho;
Servir como referencial para estudos, publicações e empresas ligadas a este nicho de trabalho.
Espero que os resultados sirvam e sejam usados para cumprir esses objetivos.
Amostragem
Os dados para essa pesquisa foram coletados durante o primeiro semestre de 2018 via Google Forms. Divulgamos o questionário para nossos leitores e também nas redes sociais de forma geral. No total, 638 freelancers full-time participaram desta pesquisa.
Infográfico Perfil do Freelancer no Brasil 2018
Perfil demográfico do profissional freelancer brasileiro
Se traçarmos o perfil levando em consideração exclusivamente as respostas de maior número, poderíamos afirmar que o profissional freelancer brasileiro:
É homem;
Tem entre 25 e 34 anos;
É casado, mora com a esposa e não tem filhos;
Mora na cidade de São Paulo, trabalha em casa e não paga aluguel;
Tem um pet;
Possui carro próprio;
É designer;
Sua ferramenta de trabalho é um notebook com Windows;
Trabalha mais do que 8h/dia e acredita que mantém uma carga horária equilibrada;
Sua renda atual está entre R$ 1.000,00 e R$ 2.500,00, mas ele gostaria que estivesse entre R$ 2.500,00 e R$ 5.000,00. Não possui outra fonte de renda;
Vê a poupança como um recurso para ser utilizado em uma situação de aperto financeiro;
Considera a flexibilidade de horário o maior atrativo da vida de freelancer;
É freelancer há menos de 1 ano;
Considera a renda variável como a maior dificuldade do formato de trabalho freelancer;
Consegue seus clientes através de indicação;
Aprendeu seu ofício na faculdade;
Se mantém informado através de sites;
É generalista;
Se considera bem-sucedido como freelancer;
Acredita que ser bom na sua especialidade é o que determina o sucesso de um freelancer;
Não tira férias;
Não paga plano de saúde;
Se alimenta de forma saudável;
Pratica exercícios físicos regularmente;
Não tem planos para a aposentadoria;
Gostaria de visitar Nova York;
Quer ser dono de um negócio digital no futuro.
Destaques
Aqui vão alguns pontos interessantes de serem mencionados.
Lembrando que a pesquisa do ano passado aceitou respostas de profissionais que trabalhavam eventualmente, meio período e tempo integral como freelancers.
A pesquisa deste ano focou apenas nos profissionais que se dedicam em período integral a este formato de trabalho.
Mulheres freelancers? Tem sim. E bastante.
Apesar de os homens ainda serem maioria, o público feminino cresceu consideravelmente de 33,1%, no ano passado, para 40,8% este ano.
Existem freelancers em SP.
SP (com 34,1%), como era esperado, continua sendo o estado com mais freelancers do Brasil. A novidade é que o RJ (com 12,4%) tomou o segundo lugar do RS (com 9,6%), que vem seguido por SC (com 8,4%) e MG (com 7,7%).
Freelancer full-time fatura mais.
No ano passado, a pesquisa constatou que a faixa de renda dos profissionais não passava de R$ 1.000,00/mês. Este ano, focando apenas em profissionais que trabalham full-time, os números ficaram um pouco mais animadores, a renda da maioria dos profissionais está na faixa entre R$ 1.000,00 e R$ 2.500,00/mês.
Freelancer full-time não mora mais com os pais.
Em 2017 a pesquisa apontou que a maioria dos profissionais, 42,8%, morava com os pais. Este ano a maioria, 44,5%, disse que mora ou com esposa/marido ou com namorado(a).
O carro próprio engatou uma segunda e sumiu.
Isolado na liderança este ano, com 33,9%, o carro próprio ultrapassou o ônibus (com 21,5%) que ano passado era o principal meio de locomoção dos profissionais independentes.
Design na frente.
A pesquisa deste ano confirmou o que já apontava os dados do ano passado, a maioria isolada dos freelancers do brasil, 43,2%, tem o design como especialidade. O top três fecha com ilustração (7,6%) e marketing (7,4%), os dois com muito menos expressão.
Freelancer durante o dia. Professor durante a noite.
Somente 25,6% dos profissionais possuem fontes de renda alternativa. E a forma preferida por eles de complementar o orçamento é dar aulas (25%). Depois vem investimentos (17%) e aluguel (13%);
Autoestima lá em cima.
A maioria, 52,4%, dos profissionais se considera bem-sucedida como freelancer. No ano passado, a maioria, de 63,3%, não se considerava bem-sucedida.
Correr para tirar o atraso.
Este ano, 51% dos entrevistados responderam que praticam exercícios físicos, o jogo virou por muito pouco. Na pesquisa anterior, a maioria, 57,9%, disse que não praticava.
Por um pixel de diferença.
A preferência – por muito pouco – continua a mesma do ano passado, a maioria quer, no futuro, ter um negócio no meio digital (27,9%). A novidade é que a vontade de crescer e virar uma empresa tradicional (26,3%) perdeu espaço para a vontade de continuar sendo freelancer (27,7%) no futuro.
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Publicado em 15/08/2018 Atualizado em 04/10/2018
Henrique PochmannCriou o Aparelho Elétrico em 2014. Produz e apresenta o podcast do site. Trabalha com marketing digital desde 2002. Quer mais tempo para colocar outros projetos em prática, quer viajar mais, comprar uma bicicleta e ter uma bio mais legal.