O que o futuro reserva para profissionais criativos? Como eles vão se comunicar? Como incorporarão a tecnologia ao seu trabalho? Como se adaptarão às constantes mudanças? Essas são algumas das questões abordadas pelo The Creative Future Report, um relatório do site 99u, da Adobe, que coletou respostas de 3.641 criativos ao redor do mundo, entre os dias 16 de fevereiro e 3 de março de 2019. Os principais insights foram divulgados no início deste mês.
Segundo o relatório, 34% dos criativos estão “cuidadosamente otimistas” em relação ao que está por vir, enquanto 27% deles têm uma atitude positiva, 26% estão animados e apenas 2% estão assustados. O Diretor de Design de Experiência da Adobe Illustration, Matthew Richmond, comentou os dados: “O otimismo cauteloso não é sempre o melhor cenário? É literalmente a criatividade e o processo de design no seu melhor. […] Como criativos, precisamos ser — e podemos ser — deliberados e apaixonados em relação a todas as formas em que podemos mudar o mundo para um estado melhor”.
A pesquisa também mostra que a maioria dos criativos se vê trabalhando remotamente, em qualquer lugar que tenha Wi-Fi (40%), ou no home office (27%) nos próximos 5 a 10 anos. 25% dos entrevistados afirmaram preferir um escritório e apenas 11% citaram o coworking como principal opção de local de trabalho. Em relação à comunicação, 37% apontaram o contato pessoal como forma de interação primária. E-mail e plataformas de chat, como Slack, vieram em seguida (20% e 17%, respectivamente). Telefone e mensagens de texto ficaram em último lugar, com 4% cada.
Um dado interessante apontado no relatório é o das tecnologias que os profissionais criativos estão mais motivados a incorporarem para que seus trabalhos continuem tendo relevância no futuro: 32% afirmaram estar interessados em Inteligência Artificial; impressão 3D aparece em segundo lugar, com 25%; seguido de Realidade Aumentada, 23%; e Realidade Virtual, com 16%. Blockchain é a última tecnologia da lista, com apenas 4% de interessados.
Segundo a Drª. Viviene Ming, fundadora do Socos Labs, “se você quer saber como a IA realmente deveria ser pensada: é uma ferramenta. É um pincel. Faz parte de todo um conjunto de ferramentas para explorar criativamente o mundo. Onde começamos a falhar é onde perdemos contato com isso; quando pensamos que a Inteligência Artificial é inteligente como nós somos ou resolverá nossos problemas para nós. Mas se uma pessoa genuinamente criativa tem uma ferramenta poderosa, então ela tem o poder de fazer ainda mais”.
Em relação ao Blockchain, no entanto, o CMO da Snark.art e fundador da Praise Shadows Art Partners, Yng-Ru Chen explicou: “A indústria criativa deve ter algumas mudanças importantes na dinâmica de poder de compensação e propriedade. Na sua forma mais fundamental, o blockchain tem a capacidade de pagar ao criador royalties de vendas secundárias. Mas também pode ser um meio criativo interessante. Na Snark.art, ajudamos os artistas de nível de museu a adaptarem seu trabalho ao blockchain, o que resultou em belos projetos baseados na propriedade da comunidade. É uma mudança bastante radical; dá ao artista um novo poder criativo e uma posição financeira melhorada”.
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