No início do ano, a filial de Copenhague do Nordea Bank (braço do maior grupo de finanças dos países nórdicos) realizou um desfile de moda. O evento foi apenas uma das maneiras encontradas pela empresa para tentar atrair novos funcionários, de vinte e poucos ou trinta e poucos anos. O cenário é o seguinte: com a migração dos serviços financeiros para o ambiente digital, os bancos estão competindo com gigantes da tecnologia, como Google e Amazon, pela atenção de jovens talentos.
Isso significa deixar os escritórios com uma “cara de startup” bem evidente, com adereços como salas de massagem, a fim de atrair millennials que dominem habilidades como Inteligência Artificial e programação. “Bancos hoje não são como eram anos atrás. Eles são mais e mais empresas de TI, então, o fato de que competimos pelos mesmos talentos também significa que temos que oferecer os mesmos, ou melhores, benefícios físicos e serviços”, disse à Reuters, Christian Ronn Osteraas, diretor de imóveis do Danske Bank.
Nessa perspectiva, a ambientação do espaço de trabalho está se tornando cada vez mais crucial para os bancos no que diz respeito à busca por jovens talentos que não se importam apenas com o contracheque. “77% dos millennials dizem que o espaço de trabalho é mais importante que o salário”, disse Troels Bjerg, COO da ISS, uma das principais empresas de serviços da Europa, que atende boa parte dos 25 maiores bancos do continente.
O Nordea tem buscado inspiração em lugares como a Disney e o Vale do Silício para “tirar a poeira” da imagem do banco. “É importante ter algo sobre o que você pode falar quando chega em casa. […] Nós temos que criar algo atraente e diferente. Eu quero ter essa sensação de startup”, contou Trine Thorn, chefe de gerenciamento da empresa.
O Danske Bank de Vilnius, capital da Lituânia, que tem mais de 700 funcionários de TI, oferece uma área de relaxamento, chamada “A Biblioteca” e uma sala com mesas de ping-pong e PlayStation. “Todo mundo quer um local de trabalho inspirador e o desafio pode ser que os millennials tenham sido colocados em destaque ultimamente. […] É importante atrair talentos do futuro, mais isso não deveria remover o foco de outros tipos de funcionários”, concluiu Osteraas.
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