A loja conceito da Hering inaugurada no Morumbi Shopping, em São Paulo, foi notificada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O motivo foi a tecnologia utilizada pela empresa para coletar dados, traçar perfis de sua clientela e personalizar as ofertas. Na loja, câmeras fazem reconhecimento facial dos consumidores e registram as reações às peças expostas nas araras e vitrines. Além disso, sensores de ondas de calor identificam as preferências de quem circula por lá.
Para o órgão, é preciso explicar o que será feito com os dados coletados, com quem eles serão compartilhados e se isso coloca em risco a privacidade dos clientes da loja. A empresa tem um prazo de dez dias para responder e, caso o retorno seja insuficiente ou confirme a inadequação, o Idec estudará as medidas a serem tomadas, incluindo a possibilidade de ação judicial.
“Como não há clareza sobre o que a empresa vai fazer com as informações, o consumidor fica muito vulnerável a práticas antiéticas, como a produção de um banco de dados sobre cada pessoa, no qual podem constar inclusive aspectos que são de natureza privada e de foro íntimo. Essas informações podem em tese ser até comercializadas, o que seria trágico”, explicou o líder do programa de Direitos Digitais do Idec, Diogo Moyses, ao jornal O Globo.
Segundo o instituto, o alerta se deve ao potencial que a prática da Hering tem para violar direitos dos consumidores, como a proteção à segurança, o direito à liberdade de escolha e à informação adequada e clara. Isso porque a clientela da loja não é informada sobre o tratamento e a segurança dos dados coletados. A Hering afirmou ao jornal que se posicionará dentro do prazo determinado.
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