Todo texto que fala sobre Melbourne começa dizendo que a cidade já foi eleita diversas vezes a melhor cidade pra se viver do mundo.
Quem sou eu pra quebrar essa tradição? Pronto, agora já tá aí a informação. Vamos adiante.
Mas o que faz dessa cidade tão especial?
Melbourne é a capital cultural da Austrália e tem muito a oferecer pra qualquer pessoa, independente da sua atividade profissional. Mas, ao meu ver, ela cai como uma luva pra criativos e pra quem gosta de trabalhar de forma independente.
Abaixo eu explico melhor.
Se você mora em uma capital como São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre, sabe o quanto é arriscado se deslocar com o seu computador. O risco de ser assaltado e perder todos os seus arquivos é altíssimo.
Aqui você pode andar pra lá e pra cá tranquilamente. O risco de ser assaltado é quase nulo. Cansei de andar na rua, por volta da meia-noite, com o celular na mão. E vou e volto da biblioteca, onde costumo trabalhar, sem preocupação alguma.
O transporte funciona muito bem aqui. Existem várias opções à disposição: train, tram, ônibus, táxi, uber… você escolhe. E não vai ficar preso por horas no trânsito.
Existe ainda uma “Free Tram Zone” na city. Você não paga nada pra usar o Tram dentro dessa área. Legal né?
Pra usar os meios de transporte aqui, é necessário o myki card.
Você pode fazer o seu em diversos pontos da cidade. É só ficar de olho nos estabelecimentos com um banner como o da foto abaixo.
Ou se preferir, pode fazer direto nas máquinas azuis localizadas nas estações de metro e em algumas paradas de Tram.
E o governo do Estado de Victoria, onde Melbourne está localizada, disponibiliza um aplicativo pra celular que fornece todas as informações pra você ir do ponto A ao ponto B sem dores de cabeça.
Se você curte se deslocar de bicicleta, Melbourne foi feita pra você. A cidade é totalmente bike friendly. Praticamente todo mundo tem uma “magrela” aqui. E os motoristas e ciclistas estão habituados a dividir o espaço nas ruas.
Na State Library of Victoria você simplesmente entra, senta confortavelmente em uma cadeira bem estofada, coloca seu notebook sobre uma mesa espaçosa, conecta-se a rede wi-fi grátis e começa a trabalhar.
Precisa recarregar o computador ou o celular? Tem sempre uma tomada ao lado à disposição.
Ah, chegou tarde? Não tem mais mesa disponível? É só andar algumas quadras e tentar a sorte na Melbourne City Library. Lá você também encontra uma bela estrutura e acesso free à internet.
Tudo de graça. Sem agendar. Sem cadastro.
Que tal responder seus e-mails a cada dia de um ponto diferente? Melbourne é uma cidade onde o acesso à internet é facilitado.
Além das duas bibliotecas que já citei, você também encontra wi-fi grátis na Federation Square.
No Queen Victoria Marquet.
No Melbourne Museum.
Bom, o local você escolhe. Wi-fi não falta.
Começa pela marca da cidade. Se liga como é cool.
Na primeira manhã aqui, abri a janela do quarto e dei de cara com balões sobrevoando a cidade.
O cartaz mais fuleiro que você vê na rua foi feito por um designer competente.
As ruas do centro da cidade tem cheiro de café. Tem coffee shops por toda a parte.
Tem músicos incríveis se apresentando em toda esquina. Aperta o play no vídeo abaixo.
E que tal ir arejar a cabeça em uma das diversas praias que formam a Baía de Port Phillip, onde Melbourne está situada?
Ah, não gosta de praia? Então pra você tem um rio que corta a cidade, o Yarra River.
Que tem uma cara bem mais sedutora durante à noite.
Tem ainda praças e parques por toda a parte. Um programa bem típico aqui é juntar a galera e ir para um parque fazer um barbecue.
Você curte Street Art? Melbourne é um prato cheio. Aqui você encontra diversas ruelas, as chamadas Lanes, totalmente cobertas por grafite. Acho que a mais famosa é a Hosier Lane.
Até o Banksy, o mais famoso artista de rua do mundo, já passou por aqui.
Melbourne também inspira pelas iniciativas inusitadas.
Já pensou ir a um restaurante, comer o quanto der na telha e pagar quanto quiser? Pois é… no Lentil as Anything é assim. Acredite se quiser.
E a comida é muito boa, apesar de ser bastante apimentada. Quando passei por lá ainda tinha uma banda de jazz tocando com instrumentos antigos. Legal pra caralho!
Foto do rango abaixo.
Outra iniciativa legal é a de uma mini biblioteca. Na The Little Library, você pega um livro e deixa outro no lugar, se quiser. Sem burocracia, sem falar com ninguém. Tudo na base da confiança.
Por favor, nada de aplicar o jeitinho brasileiro aqui, ok?
Outra coisa legal que vi é esse restaurante montado dentro de um antigo Tram, o The Colonial Tramcar. Você pode jantar ao mesmo tempo em que passeia pela cidade.
E não para por aí. Ainda tem museus, eventos e exposições legais. Como por exemplo essa, do Andy Warhol, que pretendo visitar em breve.
E pra finalizar a área de “inspiração” deste post. Uma ótima pedida também é o ACMI, uma espécie de museu dedicado a imagem e cultura digital. Tem várias coisas legais pra ver por lá. Por exemplo: uma estatueta original do Oscar doada pela Cate Blanchett e uma réplica do carro usado no filme Mad Max. E outras coisas interessantes como essa no vídeo abaixo. Aperta o play aí!
É importante fazer negócios locais pra faturar em dólar e não perder grana na conversão.
Meu primeiro mês aqui foi dedicado à busca por um quarto mais barato pra ficar e também à tradução do meu site para o inglês. Por acaso, as duas coisas meio que acabaram convergindo.
Descobri, no site Flatmates, uma redatora australiana que tinha um quarto vago no apartamento dela. Acabei não mudando pra lá, mas chamei ela pra revisar o inglês do meu site. E agora já estamos trabalhando em um outro projeto juntos. A dica é sempre ficar de olhos abertos pra fazer networking.
Desde que o site em inglês foi pro ar, pessoas daqui passaram a me encontrar no Google. Primeiro foi um cara me convidando pra fazer parte de um catálogo virtual de freelancers. Depois foi um prospect querendo melhorar seu marketing digital.
As oportunidades estão surgindo. E o que fiz foi apenas o tema de casa. O básico. Dá pra fazer muito mais.
Por exemplo:
– Divulgar meu site em grupos do Facebook;
– Participar de reuniões do site Meet Up;
– Contatar outros freelancers que possam oferecer meus serviços como um complemento aos seus clientes;
– Facebook Ads;
– Google Ads;
– Prospectar clientes diretamente.
Mas nem tudo são flores. Existem duas grandes barreiras.
Uma é a língua. Nessa eu me viro legal, minha gramática tem muito que melhorar ainda, mas consigo me comunicar na boa. Até já coloquei um post aqui dando umas dicas pra melhorar o inglês.
E a outra barreira é a disponibilidade de tempo. Minhas aulas aqui vão todos os dias até às 14h45. Ou seja, não restam muitas horas úteis disponíveis pra trabalho. Não dá pra pegar mais job do que se pode entregar. Se você está pensando em fazer um intercâmbio e trabalhar como freelancer ao mesmo tempo, precisa pensar nisso.
Aqui as coisas funcionam muito rápido, sem frescura. Na primeira semana, abri minha conta no Commonwealth Bank. É importante ter uma conta local pra ter agilidade no uso do dinheiro e também acho que você ganha uns pontos com clientes locais. Já pensou um cliente australiano tendo que depositar no Banco do Brasil? Que dor de cabeça.
Com a conta aberta, você vai ter o número do seu BSB, um código que indica o número da sua conta bancária. Clientes vão pedir o seu e você vai pedir o dos seus fornecedores.
Logo que chegar aqui, é importante solicitar também o Tax File Number (TFN), uma espécie de registro pra você declarar impostos e receber benefícios do governo. E você depende do TFN pra solicitar o Australian Business Number (ABN), que é como se fosse o CNPJ local.
O legal é que você pode fazer a solicitação desses documentos online, sem fila, sem enrolação e ainda recebe o registro na sua casa. Viva a Austrália!
Depende muito do seu estilo de vida. Em que bairro quer morar? Que tipo de comida consome? Você curte balada? Não fica um mês sem comprar roupas e calçados? Isso é bem particular.
Em média um quarto só pra você, no centro de Melbourne, dividindo o apartamento com mais pessoas, custa em torno de $ 230 (AUD) por semana. E na maioria dos casos, os quartos não tem janela pra rua. Mas em compensação, alguns prédios tem piscina, sala de jogos e academia à disposição.
No supermercado, se você quer economizar, a dica é comprar tudo Home Brand (produtos de marca própria). As maiores redes daqui, Coles e Woolworths oferecem opções de produtos próprios bem em conta. Tem de tudo, arroz, ovos, doritos e até refrigerante.
Comprando Home Brand, eu gasto cerca de $20 a $30 para as compras de uma semana inteira.
Prefere comer na rua?
Antes eu já citei aquele restaurante que você paga quanto quiser, lembra? Uma outra opção, porém mais junkie, são as pizzas de $ 5 dólares da Domino’s. Se você não estiver com muita fome, até rola dividir entre duas pessoas.
Agora deixando a comida de lado pra falar um pouco de cerveja.
É bem caro beber aqui. O lance é aproveitar as promoções. Os estudantes curtem muito ir no Asian Beer Cafe, que tem uma sacada bem legal e a jarra de Sumo Beer custa $ 8 dólares das 16h às 20h.
Outra opção acessível é o Equinox, eles também tem jarras de ceva em torno de $8 dólares em determinados horários.
E talvez você ainda se interesse pelo European, um pub que tem uma decoração clássica na parte de baixo, e na parte de cima tem um rooftop com uma pegada mais moderna. Lá as cevas custam a metade do preço nas segundas-feiras. Rola tomar um pint de uma boa cerveja por apenas $ 5 dólares.
Melbourne é um cidade que recebe muito bem imigrantes. E com freelancers não é diferente. A cidade tem toda a estrutura necessária pra você desenvolver o seu trabalho aqui. E pra ter sucesso, basta fazer o dever de casa e correr atrás das oportunidades.
Espero que este post tenha te inspirado a visitar Melbourne e quem sabe ainda fazer alguns business em terras australianas.
Tem alguma dúvida sobre a cidade? Quer acrescentar algum ponto importante que eu esqueci de citar? Usa a caixa de comentários abaixo. Vou curtir muito trocar uma ideia com você.
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Grande abraço e até o próximo post!